domingo, 21 de fevereiro de 2021

O teatro do “centrão"

Há uma questão que permanece para ser desvendada neste episódio envolvendo o vômito antidemocrático do deputado Daniel Silveira.

Trata-se do grau em que o ritual democrático ou o apreço à Constituição foi realmente respeitado, e preponderou enquanto compromisso fundamental.


O deputado troglodita de extrema-direita extrapolou, a ponto do capitão cloroquina ter ficado calado, e sequer o defendeu, mesmo o deputado tendo expressado a fina flor dos valores que vêm sendo professados pelo clã Bolsonaro prodigamente em múltiplos atos e declarações.

O STF reagiu com incomum coragem, contundência e unidade contra o deputado do baixíssimo clero. A Câmara ratificou a prisão por surpreendentes 364 votos. Não defendeu o seu par, como tem sido o seu comportamento “default”.

Cabe perguntar: o que virá a seguir fará o deputado perder o seu mandato? Pouco provável!

O que aconteceu demarca uma clara demonstração de compromisso do “centrão”com as instituições da democracia? Alguns, mais crédulos, ousam dizer que sim! Perdoem-me, mantenho o meu ceticismo. Tendo a achar que estivemos diante de um teatro, mas de péssima qualidade.

Mas, vejam, esta é a minha humilde opinião. Respeito quem esteja saudando o evento como um fato positivo no qual o “bolsonarismo de raiz” foi derrotado. E em que o “centrão” ganhou uma dimensão política positiva e autonomia com relação ao capitão cloroquina, que estaria, agora, na defensiva e isolado no seu castelo.

Que posso dizer, então? Que bom seria se isso fosse verdade! Mas acho muito cedo para essa conclusão. Naturalmente, se o meu ceticismo for descabido, darei, adiante, o braço a torcer!

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