Muitos judeus, particularmente os “biblicistas”, praticantes de uma religiosidade fora do seu tempo, dizem, e acreditam, que no velho testamento está a “palavra de Deus”; nele está dito que os judeus são o “povo escolhido por Deus”.
De forma fundamentalista, como muitos evangélicos e praticantes de um cristianismo atrasado, tomam a Bíblia não como fonte de sabedoria, mas como a “verdade”, “definitiva”, “acabada”, e carregam estas visões para o seu comportamento político e para as suas relações com os praticantes de outras religiões e com outros povos.
Como é óbvio, os palestinos são as suas principais vítimas, pois acreditam ser legítimo que no território “sagrado” de Israel haja apenas o Estado dos judeus.
Esse tipo de concepção é hegemônico na extrema direita israelense e esta tem sido a principal fonte de resistência à criação do Estado Palestino.
E a violência exacerbada ainda encontra espaço maior sob Netanyahu, o líder esperado quase como um messias, que se tornou realidade, para resolver “em definitivo” esta questão.
Consequência: a guerra “Israel-Hamas” transformou-se em um fator de desestabilização geopolítica e um risco à própria paz mundial.
Não será surprendente que uma de suas consequências venha a ser a vitória de Trump nas próximas eleições americanas e o crescimento da extrema direita no cenário internacional.
Claro, essas sombrias perspectivas poderão não ocorrer se os rumos da guerra - e da própria política em Israel - mudarem, em lealdade à memória dos grandes judeus que se inscreveram como alguns dos formuladores das bases do pensamento mais progressista, democrático e científico da humanidade.