sábado, 29 de outubro de 2016

O golpe do caixa dois eleitoral!

O que é o Caixa 2 nas campanhas eleitorais? Na concepção ampla de caixa 2, decorrente da proposta conhecida como "10 medidas contra a corrupção", elaborada pelos procuradores federais da força-tarefa da Lava-Jato, caixa 2 corresponde aos recursos ilícitos resultantes de duas fontes: (1) os que não foram sequer declarados e contabilizados, o que já acusa o ilícito de esconder a sua origem; (2) os que, embora tenham sido declarados, têm sua origem em recursos ilícitos, da corrupção, normalmente oriundos de obras superfaturadas, como ocorreu recentemente na Petrobras.

A proposta de emenda que está sendo elaborada pelos que fazem parte da "santa aliança" dos que temem a Lava-Jato é anistiar todos os crimes de Caixa 2 cometidos até à data da aprovação da lei. Quanto ao futuro, não se sabe ainda qual o teor da proposta que apresentarão, mas, devemos estar atentos, pois se acostumaram a financiar suas milionárias campanhas com recursos públicos desviados!

Pretendem apresentá-la no início de novembro. De surpresa, ou na "calada da noite", como gostam de fazer. Mais do que nunca devemos estar atentos, todos os que defendemos acabar com a impunidade dos crimes de colarinho branco como condição para construir um Brasil mais justo e democrático!

I. Concepção ampla de caixa 2:


II. Concepção restrita de caixa 2. Neste caso, o caixa-dois refere-se apenas às contribuições ilícitas não declaradas e não contabilizadas, separando-a das contribuições ilícitas e declaradas. O bloco "Contribuição Ilícita" inclui as declaradas e o caixa 2. Com esta lógica, ficaria como na figura abaixo:


Fundamentalmente, a sociedade brasileira precisa encontrar forças e energias renovadoras para forçar uma nova legislação que impeça o aporte de recursos ilícitos às campanhas eleitorais. Candidatos honestos, que não admitem recebê-los, não conseguem competir em igualdade de condições! Esta é a razão pela qual os corpos legislativos, desde as Câmaras Municipais até a Câmara Federal e o Senado, são habitados por tantos bandidos! Precisamos eleger cidadãos comprometidos com o bem comum!

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

A crise institucional do Renan

Vejam só. Logo o Renan está sendo o responsável por provocar o risco de uma crise institucional! Ele não está sozinho, pois lidera, comanda, e dá voz, a uma conservadora e ampla "santa aliança" de parlamentares, que vão do PMDB ao PT, incluindo partidos centristas como o PP. Sim, "santa", porque não é santa, e o amálgama dessa aliança é o temor que têm à Lava-Jato! A delação premiada da Odebrecht, prestes a ser fechada, dará a dimensão do tamanho e da diversidade partidária dos seus aliados. 


Para Renan este papel é natural, pois é coerente com a sua biografia! O seu principal negócio tem sido vender o seu talento, e os seus serviços, a quem esteja no poder, seja ele quem for. E cobra caro por isso!

Os fatos, provas e evidências abundantes o tornaram uma espécie de bola da vez para pagar por seus crimes. "Renan Calheiros (PMDB-AL), responde atualmente a 12 inquéritos na Suprema Corte, nove deles relacionados às investigações sobre o esquema de corrupção da Petrobras, um relativo à Operação Zelotes, além de dois que apuram irregularidades no pagamento da pensão de uma filha que o senador teve em um relacionamento extraconjugal (*)".

A sociedade brasileira não pode ficar prisioneira de seus desígnios! Se necessário, é hora de voltar às ruas para desempatar esta crise institucional que ele está querendo provocar! Os brasileiros, não estão mais dispostos a aceitar a impunidade dos crimes de colarinho branco, e compreenderam que a própria democracia, para avançar, não pode mais conviver com ela!

Por isso, é preciso pensar, apostar, e lutar para que, no parlamento e nas ruas, em toda parte onde pulse um sentimento de civilidade, se afirme a vontade e a compreensão de que para avançar a democracia brasileira, neste momento histórico, é necessário dar um golpe de morte na impunidade. Não podemos perder esta oportunidade!

O primeiro passo é aprovar as "10 medidas contra a corrupção" propostas pelo ministério público sem as distorções que Renan e seus aliados tentam impor. Entretanto, sinceridade, não dá para acreditar que isso seja possível sem um acerto de contas da justiça com o Renan. Esta é uma necessidade histórica, simbólica e política para que essa crise realize o seu papel progressista na sociedade brasileira!

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(*) "Eduardo Cunha e Renan Calheiros são alvo de 18 pedidos de investigação no STF". Fonte: Estadão, 03/05/16.