Vamos falar com objetividade para fugir das ilusões. O que o capitão cloroquina mais teme são as eleições de 2022.
Não aceitará, como discípulo de Trump, a derrota no 2º turno das eleições:
- Nem a mais provável, caso enfrente um candidato do campo democrático no 2º turno;
- Nem a menos provável, do campo lulopetista, caso enfrente Lula, Haddad, ou qualquer outra candidatura de um partido anexo ao PT.
Simplesmente, não aceitará a derrota, em qualquer circunstância, e tentará virar a mesa, dando expressão à sua vocação totalitária.
De sua concepção de mundo e da política, já disse: “quem decide se viveremos ou não em uma democracia são as forças armadas”.
E já se acautela para tentar mante-las prisioneiras de seus desígnios. Se é que isso seja possível - considero pouco provável -, já faz movimentos para isolar e excluir o Gal Mourão dos círculos mais internos e centrais de poder; simplesmente, o seu Vice passou a assusta-lo, pois o seu brilho intelectual, visão independente e luz própria lhe permite perceber as relações políticas na democracia em sua complexidade.
Na ordem de seu pensamento, e de seus pesadelos, tem atuado para afastar os possíveis concorrentes, e, provavelmente, agora que afastou o risco do impeachment, não cumprirá o acordo que fez com os rabos presos de facilitar, com o auxílio do PGR e de juizes do STF, a anulação das condenações na Lava-Jato; até mesmo porque isso significará alimentar a candidatura concorrente do Lula, um risco a mais que não faz parte de sua lógica correr. Se tiver que concorrer novamente com o PT, prefere enfrentar o Haddad, a quem já derrotou.
Não lhe será difícil fazer esta inversão de rumos; e o “centrão” o apoiará! Por isso, se o PGR, o Gilmar Mendes, o Lewandowiski, o Dias Toffoli, ou mesmo o “seu” Kassio, se insistirem na anulação das condenações de Lula, provavelmente entrarão na linha de tiro do capitão.
Estes são delineamentos possíveis, que julgo prováveis, dos próximos movimentos do capitão. Mostra um padrão de descompromisso com a democracia e com o cumprimento de qualquer acordo, mesmo os menos sérios com os seus aliados de ocasião - como o que tem com o PT para liquidar com a Lava-Jato.
O seu comportamento obedece a um padrão, o de sua desqualificação moral e mental para o cargo, de seus crimes no enfrentamento da pandemia, e dos crimes ambientais.
Dificilmente chegará em 2022 como um candidato competitivo. E, se não respeitar as instituições democráticas, não está descartada a possibilidade de seu afastamento antes do fim do seu mandato.
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