domingo, 12 de dezembro de 2021

A Maratona de João Dória

João Dória começa, agora, para valer, sua corrida eleitoral como candidato a Presidente, depois de ter sido indicado na prévia de seu partido, o PSDB. Em primeiro lugar, para mostrar-se com índices em crescimento; depois para tornar-se um candidato viável ao 2º turno.

Será uma longa corrida, mas com pouco tempo e com imensos obstáculos.


Mas tem, como Moro, uma estratégia de posicionamento cristalina: é um candidato da 3ª Via que entra na disputa com o objetivo de derrotar a Bolsonaro e a Lula.

Move-se como um candidato que quer ganhar, não apenas quer participar da festa. Mas sabe que esta eleição já nasceu com uma regra: os eleitores que pretendem se livrar de Lula e Bolsonaro concentrarão os seus votos no candidato que tiver maior chance de chegar ao 2º turno.

Dória compreende que a 3ª Via é um movimento histórico para derrotar, simultaneamente, a Lula e a Bolsonaro. Por isso, acena, com visão correta, para conversas e entendimentos com todos os outros candidatos da 3ª Via, como o Moro, o Mandetta, a Simone, o Alessandro, o D’Ávila e o Pacheco. São candidatos com trajetórias diversas e partidos com projetos programáticos diversos; mas sabem que precisarão praticar a união, além dos personalismos, pela reconstrução do Brasil.

Isso significa que Dória define, com clareza, o seu âmbito de alianças, de conversações, de entendimentos e de negociações: apenas com outros candidatos da 3ª Via. Não quer saber de conversas com Lula ou com Bolsonaro, a quem, definitivamente, quer derrotar.

Ciro, com sua capacitação e dedicação íntegras, a buscar um caminho para o desenvolvimento do Brasil, deveria fazer parte dessas entendes. Recusar-se a isto será um erro fatal para sua candidatura, pois não terá qualquer chance uma estratégia dúbia de querer ficar com um pé dentro e outro fora da 3ª Via.

Uma difícil engenharia e construção, não é? Mas vale a pena. Sonho dos sonhos; mas, em termos de eleições, no Brasil, tudo pode acontecer; quem sabe não possam estar lá, no 2º turno, dois candidatos da 3ª Via?

Mas, para que haja essa concertação, não existe espaço para o antilavajatismo e para o antimorismo na 3ª Via. O combate à corrupção tem um caráter democrático; significa reconhecer que ele é um dos valores fundamentais da democracia.

E, os valores fundamentais da democracia, em seu conjunto, precisam dar vida a um projeto, e compromisso histórico, para desbloquear o desenvolvimento de nossa democracia nos planos da política, da economia e da sociedade. Sem isso será impossível a prosperidade econômica, social, cultural e a erradicação da pobreza e da miséria.

A “Conversa com o Bial” (*) do dia 10/12/21 apresentou um excelente retrato de Dória. Todos deveriam vê-la; Dória é um exemplo pronto e acabado da política real e do que nós somos, com todas as nossas contradições.

Os seus méritos como gestor são inquestionáveis. Sem a sua firme e corajosa postura contra o negacionismo de Bolsonaro no enfrentamento à pandemia, as famílias brasileiras estariam muito mais enlutadas. Com a sua experiência como prefeito de São Paulo e como governador do estado foi bem sucedido. Sem dúvida, está preparado para governar o país.

______

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

AS BOAS PERSPECTIVAS DA 3ª VIA

A 3ª Via é um movimento para derrotar a Bolsonaro e a Lula nas eleições presidenciais de 2022.

Muita água ainda irá rolar; o cenário inicial é de que Bolsonaro e Lula sejam candidatos no 1º turno. Neste cenário, o candidato mais forte da 3ª Via provavelmente irá ao 2º turno; e, se chegar lá, provavelmente, será eleito presidente da república.

O objetivo desse texto é mostrar porque haverá o deslocamento de eleitores de Bolsonaro e de Lula  para o candidato da 3ª Via. 

Quem são esses eleitores? Eles compõem quatro tipos:
  1. Os que votaram em Bolsonaro, sem serem bolsonaristas, por serem mais antipetistas;
  2. Os que votaram em Haddad, sem serem petistas, por serem mais antibolsonaristas;
  3. Um percentual significativo dos que que votaram nulo ou branco a contra-gosto, por não terem encontrado nenhum critério satisfatório para preferir votar em Bolsonaro ou em Haddad;
  4. Um percentual dos que se abstiveram em 2018; os que se abstêm sequer comparecem para votar; a abstenção pode diminuir se as eleições de 2022 trouxerem mais esperança na democracia e na própria política.

O quadro acima apresenta os percentuais de votação do 2º turno de 2018 com relação à soma total dos votos de Bolsonaro, de Haddad, dos votos nulos e brancos e, mais, das abstenções (*). Este total é denominado de Votos Apurados. Observe que as áreas hachuradas em azul e laranja representam, respectivamente, os eleitores dos tipos (1) e (2) acima.

Serão, em primeiro lugar, os eleitores situados nestas áreas hachuradas os que se deslocarão, em 2022, em busca de alternativas às candidaturas de Bolsonaro e de Lula. Na verdade, esta busca já começou em direção aos candidatos do que se convencionou chamar de 3ª Via.

A lógica seguida na figura foi descrita no artigo “Medindo o Tamanho do Campo Democrático” (**):
“Observe: a área azul, dos votos de Bolsonaro, possui uma sub-área hachurada, que representa os que votaram em Bolsonaro, sem gostar dele, para afastar o risco do PT voltar; a área laranja, dos votos de Haddad, possui uma sub-área hachurada, que representa os que votaram em Haddad, sem gostar dele, na expectativa de impedir a vitória do “bolsonarismo”. Qual o tamanho dessas áreas hachuradas? Alguns a representariam bem maior. Importante registrar, entretanto, que essas áreas hachuradas azul e laranja não são de eleitores, respectivamente, "de raiz", de Bolsonaro ou de Haddad.”
As eleições de 2018 são tomadas como referência pois oferecem uma excelente base quantitativa. Estes votos, dos tipos (1), (2), (3) e (4), são suficientes para levar o candidato da 3ª via ao 2º turno em 2022.

Quem votará em Lula no 1º turno? Os lulopetistas de raiz. Os que votaram em Haddad em 2018 com o dedo no nariz não são seus eleitores, pois são contra a roubalheira e não esqueceram do descalabro econômico e desemprego pela qual o lulopetismo foi o principal responsável. Óbvio, continuam antibolsonaristas.

Quem votará em Bolsonaro no 1º turno? Os bolsonaristas de raiz. Os que já votaram em Bolsonaro com o dedo no nariz não são seus eleitores; e este número torna-se cada vez maior agora, à medida em que fica patente o quanto é incapacitado intelectual, moral e mentalmente, e que tomaram conhecimento do seu negacionismo e dos seus crimes comuns e de responsabilidade. Note-se que estes, que não votarão mais em Bolsonaro, continuam antipetistas.

As pesquisas ainda dão números elevados a Bolsonaro e a Lula porque somente agora as candidaturas da terceira via começam a ficar definidas. Quando o quadro de candidaturas ganhar a sua estrutura final, o que só se dará em meados de 2022, os índices de Bolsonaro e de Lula terão quedas abruptas. Os de Bolsonaro já o retirarão do 2º turno.

Um outro cenário, cuja probabilidade aumenta dia a dia, é que, à medida em que Bolsonaro se convença de que corre o risco de sequer ir ao 2º turno, e de que lá será derrotado por qualquer contendor, já prefira apoiar um outro candidato a Presidente e candidatar-se a um cargo parlamentar. Se não fizer isso, perderá a imunidade e poderá ir parar em Bangú I. Neste caso, de mudança estrutural da própria eleição de 2022, cresce a hipótese de que o eleitor já jogue mais pesado e decida ter um 2º turno também sem Lula.

Aos que pensam em eleições presidenciais como sendo oportunidades históricas para que o Brasil avance na superação dos seus problemas, a próxima terá um papel fundamental para derrotar o populismo e patrimonialismo lulopetista e bolsonarista. Trata-se de desbloquear o desenvolvimento de de nossa democracia e retomar o caminho para uma sociedade mais justa e próspera com a erradicação da pobreza e da miséria. O movimento da 3ª Via torce por essa perspectiva.

____
(*) 

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

MORO É UM DEMOCRATA

Vamos ser francos, dizer-se democrata e apoiar a roubalheira lulopetista, a bolsonarista, a do “centrão”, ou de qualquer outra espécie, nada tem a ver com ser democrata (*).

Mas uma certa “teoria”, de que combater a corrupção significa praticar a “antipolítica”, que tem encantado tanto àqueles que se rendem aos gênios da raça representados por Artur Lira, tem apenas um nome: conivência com a corrupção. Outros preferem os pomposos “judicialização da política” ou “criminalização da política” à expressão antipolítica.


Significa desconhecer, pior, negar, o caráter democrático do combate à corrupção e de acabar com a impunidade institucionalizada, até na legislação penal, e render-se a um sistema de justiça dual e assimétrico formatado para garantir a impunidade dos poderosos e a perpetuação das desigualdades.

A luta para acabar com a impunidade não é uma "tática" pra pegar no contrapé quem foi flagrado com a boca na butija. Ela é um valor, e uma estratégia, de caráter democrático, para criar um país mais justo onde não haja brasileiros acima da lei!

Alguns proclamam a plenos pulmões: nós somos antifascistas; nós somos antimoristas; nós somos antilavajatistas. E repetem, à exaustão, a tese surrada de que o combate à corrupção é uma “tática” da extrema-direita.

Alguns se dizem de esquerda. Se dizem democratas, mas numa versão conveniente, que lhes permita atribuir ao combate à corrupção o caráter de ser uma bandeira da extrema-direita, para se darem ao direito, em seguida, de praticar a “corrupção estratégica de alta moralidade”, que resultou no mensalão e no petrolão lulopetista.

Outros, de direita, que também se dizem democratas, com ou sem nenhum pudor, defendem as “emendas de relator” na sua versão do “orçamento secreto” bolsonaro-lirista. E desculpam-se: “não vêm que a esquerda também a defende?” Claro, naturalmente, se opor a elas, significa cair no campo da antipolítica!

Os “teóricos da antipolítica”, na verdade, se opõem à política democrática, ou à política da democracia, pois se aliam aos que querem destruí-la. Mas não adianta, pois, a boa ideia da democracia, tão vilipendiada, continuará sendo o principal instrumento da construção do bem comum!

Sou dos que consideram que Moro não tem o perfil e a trajetória que o capacitem para ser candidato a Presidente da República. Se ele se sente vocacionado para a política, eu gostaria que ele preferisse ter como porta de entrada, p.ex., a disputa para o Senado. Alguns dirão: mas os seus índices estão crescendo! Eu manteria a mesma opinião, mesmo diante da hipótese improvável de ele ser eleito. Acho que ele está tomando uma decisão errada para a sua vida pessoal, tanto como o foi a de aceitar ser ministro de Bolsonaro.

Mas o considero um grande cidadão! Ele teve a competência, o sangue-frio e a coragem para julgar, condenar e prender criminosos poderosos. E, porque respeitou todos os princípios do devido processo legal, suas sentenças foram ratificadas em mais duas instâncias além da 1ª instância onde proferiu suas sentenças. Defendo que este Brasil que ele ajudou a inaugurar  é necessário; diria, indispensável. Mas, sordidamente, muitos democratas estão sendo coniventes com uma campanha que somente interessa aos criminosos!

Moro é um democrata, mas a “tática” dos seus detratores de esquerda é dizer que quem combate a corrupção é de extrema-direita. É um discurso conveniente, de lavra lulopetista, cuidadosamente elaborado para dar a Lula condições legais para disputar as eleições. Mas o antilavajatismo e o antimorismo une um vasto contigente, supra ideológico e suprapartidário, que inclui como principais interessados os processados e condenados na Lava-Jato. Terão que provar que são democratas.

_____

Como definir o que é ser democrata? Para os fins dessa análise, democratas são os cidadãos que:
  1. repudiam todo tipo de ditaduras, sejam elas de direita ou de esquerda;
  2. somente queiram viver em um Estado Democrático de Direito.
Ser democrata não é monopólio dos que se situem à direita ou à esquerda do espectro político, e não são democratas os que desprezem as condições acima.

Como corolário, define-se como não-democratas, de extrema direita ou de extrema esquerda, os cidadãos que defendam regimes ditatoriais e que desprezem viver fora das premissas do Estado Democrático de Direito.

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

A 3ª Via é um movimento para derrotar Lula e Bolsonaro

Distinções conceituais claras são essenciais para que nossos interlocutores nos entendam. Isto, também, é uma demonstração de respeito, para que não pensem que estamos defendendo uma coisa quando, na verdade, estamos defendendo outra.


Como defino a 3ª Via (*) nas eleições presidenciais de 2022?

3ª Via é o campo político-democrático formado pelos candidatos, seus partidos e seus apoiadores para disputar o 1º turno das eleições presidenciais de 2022 tendo como objetivo fundamental derrotar a Bolsonaro e a Lula.

Terão chegado a esse movimento convergente por caminho próprio, obedecendo às suas próprias concepções de caráter histórico-programático.

Isto implica alguns corolários:

1. Que qualquer candidato da 3ª Via é mutuamente preferível a Bolsonaro e a Lula;
2. Que o reconhecimento desta preferência conjunta estabelece um espaço de entendimentos, de negociações e de busca de convergências programáticas para garantir que pelo menos um candidato da 3ª Via vá ao 2º turno;
3. Que incorporar-se à 3ª Via implica uma decisão própria de não aliar-se a Bolsonaro ou a Lula.

Claro, para valer, essa concepção tem que ter o caráter de um compromisso histórico tácita e livremente assumido.

Esta definição é a minha, e eu gostaria que todos a conhecessem para saber exatamente o que penso.

Finalmente, qualquer um pode ter outra definição do que seja ser a 3ª Via; mas se for diferente eu gostaria que fosse explicitada com a mesma clareza.

Dou alguns exemplos extremos: (1) se Ciro preferir, por alguma circunstância futura, aliar-se a Lula, não será mais um candidato da 3ª via; (2) se Moro preferir, por alguma circunstância futura, aliar-se a Bolsonaro, não será mais um candidato da 3ª via.

O exemplo (2), acima, é o menos provável de acontecer. Moro neste momento é o único que se apresenta com toda a clareza contra, simultaneamente, as candidaturas de Bolsonaro e de Lula. E tem sido, exatamente, esta clareza de posicionamento, a responsável pelo crescimento dos seus índices para a disputa eleitoral. Seria ótimo que todos os demais candidatos da 3ª Via compreendessem que qualquer dubiedade quanto a esta questão inviabilizará a sua possibilidade de chegar ao 2º turno.

Atualmente, considero serem candidatos da 3ª Via, em ordem alfabética, Alessandro, Ciro, D’Ávila, Dória, Leite, Mandetta, Moro, Pacheco e Simone. Provavelmente, alguns nomes sairão, e outros entrarão.

Com este entendimento, no 1º turno das eleições presidenciais de 2022, votarei no candidato da 3ª Via que tenha a maior chance de chegar ao 2º turno.

_____
(*) O nome 3ª Via é o que referencia este movimento. Não agrada a todos. O que importa é o seu conteúdo. Se, amanhã, os seus candidatos, reunidos, decidirem adotar outro nome que lhes pareça mais adequado, todos os que a defendemos passaremos a adota-lo.

sábado, 20 de novembro de 2021

O dilema de Ciro: ou se alia a Moro ou desabará nas pesquisas de intenção de voto

Ciro ainda não libertou-se do velho discurso antimorista do tempo em que, aliado a Lula, postou-se nesta posição equivocada.

Não se pode estar em dois lugares ao mesmo tempo: a 3ª Via é um movimento para derrotar Lula e Bolsonaro; e estes, por mérito e legitimidade, são os que levantam mais alto as bandeiras do antilavajatismo e do antimorismo.

Não se pode servir a dois senhores; portanto, na 3ª Via não existe espaço para estas bandeiras.

Mas isso é algo perturbador para muitos que gostariam de somar-se ao movimento da 3ª Via, pois deixaram-se sequestrar, em algum momento, pelo antilavajatismo e pelo antimorismo. É o caso de Ciro.


O antilavajatismo “nadou de braçada” depois que Moro saiu do governo; este, agora, voltou a ter voz; e essa voz voltou a ser forte e a ter credibilidade; à queda de sua rejeição, que se seguirá, corresponderá a aumentos nas rejeições, já grandes, de Lula e de Bolsonaro.

A equação é simples, quase cartesiana: Moro é quem levanta o mais alto a bandeira contra a corrupção; e ninguém conseguirá negar-lhe, nisto, mérito e legitimidade.

Mas, talvez, o que mais deixe Ciro de cabelo em pé é que Moro não se resumirá apenas à defesa do caráter democrático do combate à corrupção. Ele passará a apresentar um projeto completo para tirar o país da crise, inclusive no campo do desenvolvimento econômico. Se Ciro resolveu ficar batendo em Moro por razões táticas, terá que se render, entretanto, às razões estratégicas predominantes no contexto das eleições de 2022.

Os tempos já são outros. Não existe mais o risco de que Bolsonaro dê um golpe de Estado. As instituições democráticas mostraram resiliência aos seus ataques; a consciência democrática majoritária da sociedade, os eleitores democratas de Bolsonaro, que nele votaram para impedir que o PT voltasse ao governo, e o “seu Exército”, disseram não ao golpe. Como por encanto, não se fala mais nisso.

A disjuntiva histórica deixou de ser democracia x fascismo. A história retomou o seu rumo, iniciado com a redemocratização, marcada pela promulgação da Constituição de 1988.

A disjuntiva histórica dessas eleições voltou a ser o desenvolvimento de nossa democracia versus o que a bloqueia, ou seja, o populismo, o patrimonialismo e o salvacionismo anticientífico. É necessário retomar o projeto da democracia, em nome da liberdade, da justiça e de uma prosperidade inclusiva, com a erradicação da pobreza e da miséria.

A história está sendo pedagógica. Mostrou, com o casamento de Bolsonaro e Lula nessas posturas atrasadas e anti-históricas, que estas são duas faces de uma mesma moeda reacionária e contra o progresso.

Está em plena formação o campo democrático da 3ª Via. Ela é, sobretudo, um movimento de rompimento com os grilhões que bloqueiam o desenvolvimento e reconstrução da democracia brasileira. Ela, em breve, apresentará os seus candidatos e fará um esforço inaudito em busca da unidade. Os seus prováveis candidatos são, em ordem alfabética, Alessandro, Ciro, D’Ávila, Dória, Leite, Mandetta, Moro, Pacheco e Simone. Um deles irá ao 2º turno e será eleito Presidente.

Os projetos começarão a ser melhor explicitados para romper as amarras que mantêm a democracia brasileira ancorada ao passado.

Voltando a Ciro, um dos candidatos mais preparados. Ele já desprendeu-se do lado anti-histórico. Mas não chegará ao 2º turno se não aliar-se com Moro. A razão é simples: esta é a única forma de impedir que Bolsonaro vá ao 2º turno; e é, por isso, a única forma de abrir espaço no 2º turno para um candidato da 3ª Via. E precisará fazê-lo rapidamente. Ele ainda tem tempo!

sábado, 13 de novembro de 2021

Antilavajatismo: o cavalo de Troia de Lula e Bolsonaro no seio da 3ª Via!

A quem serve ou interessa o antilavajatismo (*)? Usemos apenas a lógica para respondê-lo: serve a quem se beneficia dele.

O seu principal beneficiário foi Lula: todas as suas condenações foram anuladas. Foi uma grande vitória do antilavajatismo, pois, se não foi, exatamente, a roubalheira protagonizada pelo PT que o levou às condenações e à cadeia?

O segundo beneficiário é Bolsonaro. Percebeu logo que, brevemente, ele se tornaria alvo da justiça se o aparato jurídico-legal para o combate à corrupção existente até a sua posse permanecesse íntegro; que a justiça recairia sobre os seus crimes, os dos seus aliados e os do seu clã. Utilizou o seu poder e a sua caneta para liquidar com a Lava-Jato (**). E o fez com desfaçatez inaudita.


Esta bandeira, a do antilavajatismo, que Lula e Bolsonaro erguem o mais alto possível, é deles por mérito e legitimidade, e criada por eles para servi-los.

O antilavajatismo somente ajuda a criar o ambiente desejado por Bolsonaro e por Lula para fortalecer a possibilidade de um segundo turno em 2022 sem a presença de pelo menos um candidato da 3ª via.

Mas o antimorismo é o filho dileto do antilavajatismo. É o cavalo de Tróia do inimigo, pois, infelizmente, induz a alguns apoiadores da 3ª Via a cometerem pelo menos três erros graves: (1) de não reconhecer a Moro como um democrata; (2) de não reconhecer que ele faça parte da 3ª Via sem que precise pedir licença para tanto; (3) de cometer a arrogância de considerar que a 3ª Via não precise de sua presença influente e dos seus votos para retirar votos de Lula e de Bolsonaro, seja como candidato a presidente ou, mesmo, disputando para o Senado! Em síntese, recusam-se a render-se ao óbvio, de que a presença de Moro é essencial para fortalecer a 3ª Via e para lhe trazer perspectiva de vitória!

Ora, combatemos ao lulopetismo e ao bolsonarismo porque não são boas alternativas para o Brasil. É, exatamente, porque esses fenômenos bloqueiam o desenvolvimento da nossa democracia, a razão pela qual devemos deixar essa bandeira, a do antilavajatismo, com eles e para o seu usufruto. Já fizeram muito mal ao Brasil!

Definitivamente, não pode existir espaço para o antilavajatismo e para o antimorismo na 3ª Via!

Alguns não gostam de serem tomados como “antilavajatistas”! Ora, não gostam de assumir, então, na plenitude, as consequências de suas posições, pois, afinal, querem combater o “lavajatismo” e não serem chamados de “antilavajatistas”! Assim é a vida, expressões substantivas dão origem a adjetivos: não são do gosto dos que são chamados de lavajatistas; e, da mesma forma, se chateiam os que, então, em retaliação, são chamados de antilavajatistas. Que assumam as suas opções! No outro dia, em um debate na GloboNews entre candidatos a presidente, foi admirável o pré-candidato Alessandro Vieira, do Cidadania, quando, ao vivo, declarou-se um lavajatista! Quem não gosta de posturas íntegras e claras?

Para além dos adjetivos, o combate à corrupção, e a luta para acabar com a impunidade dos poderosos no Brasil, têm um caráter democrático e histórico, e se confundem com a defesa da Constituição e do Estado Democrático de Direito. E foi armado com essas premissas, e no respeito estrito ao Princípio do Devido Processo Legal, que Lula foi condenado pela justiça em três instâncias.

Claro, esta questão incomoda a muitos, particularmente ao lulopetismo e ao bolsonarismo, que são os beneficiários do antilavajatismo. Mas os que permanecem nesta infantil resistência à incorporação do Moro como um candidato legítimo da 3ª Via, recusam-se, estes sim, a respeitar a política real; e, com isto, objetivamente, estão trabalhando, mesmo que ingenuamente, para impedir que a 3ª Via se transforme em alternativa real para vencer as eleições de 2022.

______

(**) “Eu acabei com a Lava-Jato”.  https://youtu.be/YFmlQhi6kho

quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Como votarão os democratas em 2022?

(Neste texto, declaradamente, não me dirijo à extrema direita nem à extrema esquerda, que defendem ditaduras e não têm apreço pelo Estado Democrático de Direito).


Alguns dizem: quem é de esquerda votará em Lula.

Estranha clivagem, pois se não foi, exatamente, a roubalheira protagonizada pelo PT que levou Lula à cadeia e nos legou Bolsonaro, que é um político de extrema direita?

Então, claro, se o cidadão, em sua consciência, se considera de esquerda, já tem uma decisão automática: votará em Lula. É isso? Considero errado.

Acho que a clivagem política correta é colocar a questão da democracia como o valor fundamental. Se assim pensarmos, precisamos, antes, definir o que seja ser democrata (*).

Democratas são os cidadãos que:
  1. Repudiam todo tipo de ditaduras, sejam elas de esquerda ou de direita;
  2. Somente querem viver em um Estado Democrático de Direito.
Ser democrata, portanto, não é monopólio dos que se situem à esquerda, ao centro ou à direita do espectro político, e não são democratas os que desprezem as condições acima.

Sou um democrata de esquerda, dos milhões que, já, no 2º turno da eleição de 2018 votaram em Haddad com o dedo no nariz para não votar em Bolsonaro, ou votaram branco ou nulo para não votar nem em Bolsonaro nem em Haddad.

Em 2022 votarei, no 1º turno, no candidato da 3ª via que tiver a maior chance de ir ao 2º turno. Se este candidato chegar lá será o próximo presidente contra qualquer oponente.

Por que este candidato, se for ao 2º turno em 2022, deverá vencer? Porque estará vivo de forma decisiva, o voto antipetista junto com o voto antibolsonarista, agora predominante, de milhões de democratas de todos os matizes políticos.

Claro, dentre estes estarão milhões de democratas de esquerda.

______