A 3ª Via é um movimento para derrotar a Bolsonaro e a Lula nas eleições presidenciais de 2022.
Muita água ainda irá rolar; o cenário inicial é de que Bolsonaro e Lula sejam candidatos no 1º turno. Neste cenário, o candidato mais forte da 3ª Via provavelmente irá ao 2º turno; e, se chegar lá, provavelmente, será eleito presidente da república.
O objetivo desse texto é mostrar porque haverá o deslocamento de eleitores de Bolsonaro e de Lula para o candidato da 3ª Via.
Quem são esses eleitores? Eles compõem quatro tipos:
- Os que votaram em Bolsonaro, sem serem bolsonaristas, por serem mais antipetistas;
- Os que votaram em Haddad, sem serem petistas, por serem mais antibolsonaristas;
- Um percentual significativo dos que que votaram nulo ou branco a contra-gosto, por não terem encontrado nenhum critério satisfatório para preferir votar em Bolsonaro ou em Haddad;
- Um percentual dos que se abstiveram em 2018; os que se abstêm sequer comparecem para votar; a abstenção pode diminuir se as eleições de 2022 trouxerem mais esperança na democracia e na própria política.
O quadro acima apresenta os percentuais de votação do 2º turno de 2018 com relação à soma total dos votos de Bolsonaro, de Haddad, dos votos nulos e brancos e, mais, das abstenções (*). Este total é denominado de Votos Apurados. Observe que as áreas hachuradas em azul e laranja representam, respectivamente, os eleitores dos tipos (1) e (2) acima.
Serão, em primeiro lugar, os eleitores situados nestas áreas hachuradas os que se deslocarão, em 2022, em busca de alternativas às candidaturas de Bolsonaro e de Lula. Na verdade, esta busca já começou em direção aos candidatos do que se convencionou chamar de 3ª Via.
A lógica seguida na figura foi descrita no artigo “Medindo o Tamanho do Campo Democrático” (**):
“Observe: a área azul, dos votos de Bolsonaro, possui uma sub-área hachurada, que representa os que votaram em Bolsonaro, sem gostar dele, para afastar o risco do PT voltar; a área laranja, dos votos de Haddad, possui uma sub-área hachurada, que representa os que votaram em Haddad, sem gostar dele, na expectativa de impedir a vitória do “bolsonarismo”. Qual o tamanho dessas áreas hachuradas? Alguns a representariam bem maior. Importante registrar, entretanto, que essas áreas hachuradas azul e laranja não são de eleitores, respectivamente, "de raiz", de Bolsonaro ou de Haddad.”
As eleições de 2018 são tomadas como referência pois oferecem uma excelente base quantitativa. Estes votos, dos tipos (1), (2), (3) e (4), são suficientes para levar o candidato da 3ª via ao 2º turno em 2022.
Quem votará em Lula no 1º turno? Os lulopetistas de raiz. Os que votaram em Haddad em 2018 com o dedo no nariz não são seus eleitores, pois são contra a roubalheira e não esqueceram do descalabro econômico e desemprego pela qual o lulopetismo foi o principal responsável. Óbvio, continuam antibolsonaristas.
Quem votará em Bolsonaro no 1º turno? Os bolsonaristas de raiz. Os que já votaram em Bolsonaro com o dedo no nariz não são seus eleitores; e este número torna-se cada vez maior agora, à medida em que fica patente o quanto é incapacitado intelectual, moral e mentalmente, e que tomaram conhecimento do seu negacionismo e dos seus crimes comuns e de responsabilidade. Note-se que estes, que não votarão mais em Bolsonaro, continuam antipetistas.
As pesquisas ainda dão números elevados a Bolsonaro e a Lula porque somente agora as candidaturas da terceira via começam a ficar definidas. Quando o quadro de candidaturas ganhar a sua estrutura final, o que só se dará em meados de 2022, os índices de Bolsonaro e de Lula terão quedas abruptas. Os de Bolsonaro já o retirarão do 2º turno.
Um outro cenário, cuja probabilidade aumenta dia a dia, é que, à medida em que Bolsonaro se convença de que corre o risco de sequer ir ao 2º turno, e de que lá será derrotado por qualquer contendor, já prefira apoiar um outro candidato a Presidente e candidatar-se a um cargo parlamentar. Se não fizer isso, perderá a imunidade e poderá ir parar em Bangú I. Neste caso, de mudança estrutural da própria eleição de 2022, cresce a hipótese de que o eleitor já jogue mais pesado e decida ter um 2º turno também sem Lula.
Aos que pensam em eleições presidenciais como sendo oportunidades históricas para que o Brasil avance na superação dos seus problemas, a próxima terá um papel fundamental para derrotar o populismo e patrimonialismo lulopetista e bolsonarista. Trata-se de desbloquear o desenvolvimento de de nossa democracia e retomar o caminho para uma sociedade mais justa e próspera com a erradicação da pobreza e da miséria. O movimento da 3ª Via torce por essa perspectiva.
____
(*)
Afastemos o LULOBOLSONARISMO populista e corrupto, votando na melhor via
ResponderExcluirEsta é a nossa expectativa, esperança e luta. Tentei demonstrar neste artigo que as premissas lógicas que o permitem já estão presentes.
ExcluirBoa análise. O quadro me parece ainda muito indefinido.
ResponderExcluirCaro César, prazer vê-lo por aqui. De fato, ainda não ficaram claras as alianças preferenciais que partidos tais como o PSDB, o DEM, o PSL e o PSD preferirão fazer. O artigo apenas tentou demonstrar a existência de um potencial de votos rumo a candidatos da 3ª Via.
ExcluirPrimeiramente, jamais votarei em ladrão, vagabundo. Nesse aspecto, jamais votarei em Lula at caterva.
ResponderExcluirBolsonaro é chulo, inacreditavelmente idiota, desprezou/boicotou o combate à corrupção. Mas o governo funcionou, todas as estatais dando lucro, obras sendo feitas.
A terceira via, séria, poderá ser analisada sim.
José Roberto Paschoal
ResponderExcluir