sexta-feira, 4 de novembro de 2022

O MAIOR RISCO DE BOLSONARO NOS PRÓXIMOS ANOS: FICAR DESEMPREGADO!

Bolsonaro saiu do 2º turno com mais de 58 milhões de votos. O PL, o seu partido, já disse que vai lhe arranjar um emprego, com um bom salário, para que ele se dedique nos próximos 4 anos a organizar a oposição ao governo Lula e articular a sua volta gloriosa em 2026.

Nada mais lógico este impulso inicial. Qual partido não desejaria manter e consolidar tal patrimônio eleitoral? Afinal, não é ele a voz mais forte dessa corrente conservadora e de direita que emergiu com imensa força representando 49,10% dos votos válidos?


Mas, passado o primeiro impulso, algumas questões começam a surgir com a mesma espontaneidade:
  • Logo se lembram, os mais próximos ao presidente do PL, o Valdemar Costa Neto, que o partido, mais do que uma corrente político-ideológica, é um grande empreendimento empresarial que descobriu o grande negócio político-partidário que tem como premissa estar sempre o mais próximo possível do poder existente, seja ele qual for. E nisso, reconheçamos, são profissionais: o PL saiu das eleições de 2022 como o maior partido nas duas casas: na Câmara, 99 deputados federais; no Senado, 14 senadores;
  • Conhecem bem a Bolsonaro, que já circulou por muitos partidos. O PL é o nono. Teria ele o perfil de ser um quadro partidário e organizador meticuloso de um projeto programático, o que exige muito esforço, paciência e trabalho em equipe junto às várias instâncias de decisão típicas de uma organização partidária com múltiplos interesses regionais espalhada por todo o território nacional? Parece que não!
  • Se há algo que o caracteriza é que ele é um líder ideológico de extrema-direita, nostálgico da ditadura militar e que os seus valores políticos explicitamente auto-declarados o identificam com o fascismo; pessoalmente, já deixou transparecer o seu desejo de governar ditatorialmente e o seu descompromisso com a democracia; cabe, então, perguntar: a maioria dos seus eleitores possui o seu perfil?; ou desejariam mais um “bolsonarismo sem Bolsonaro”, com um líder da direita democrática, como o Tarcisio de Freitas, governador de São Paulo, que estaria mais apto a representar este papel?
  • O conservadorismo, que emergiu com imensa força na sociedade brasileira, desejaria ou buscaria uma liderança como Bolsonaro que, embora tenha surgido como um furacão, ainda assim foi derrotado, mesmo com todos os meios disponíveis para favorecer a reeleição do Presidente? Até a Dilma foi reeleita! Ou, ao contrário, historicamente, anseia e precisa algo diferente?
  • Sendo, ainda, Bolsonaro, sinônimo de obscurantismo civilizacional, negacionismo cientifico, intolerância cultural, religiosa e comportamental e idolatria às armas e à violência? Esta seria a face de uma direita capaz de ter um papel progressista no desenvolvimento da democracia brasileira? Ouso, antecipadamente, responder que não! O debate se impõe e está aberto.
  • Finalmente, Bolsonaro com sua personalidade, próxima à psicopatia, e incapaz de demonstrar empatia com as famílias enlutadas com suas perdas durante a pandemia, conseguirá construir-se como um líder moderno de oposição à Lula? Ouso, também, responder que é pouco provável!
Mais provável é que em menos de dois anos ele perca o emprego que o PL agora está a lhe oferecer. Causará mais confusão do que ganhos para o partido que estará, como sempre, buscando uma convivência com Lula e com o poder de plantão, e de olho nas eleições de 2024 e de 2026. 

Vamos convir, dificilmente o Valdemar deixará que o Bozo atrapalhe os seus negócios, assim como o Bivar já não permitiu no antigo PSL!

segunda-feira, 31 de outubro de 2022

A BOA NOVA: FORAM DERROTADOS, SIMULTANEAMENTE, O BOLSONARISMO E O LULOPETISMO

Correntes de pensamento que habitavam o mundo concretamente na primeira metade do Séc. XX chegaram até nós, em pleno 2022, como espectros ameaçadores.

Como fantasmas ideológicos eles ainda nos assombram e dividem.


Pior ainda, suas concepções estiveram até agora a nos empurrar para uma luta fratricida. Os fantasmas do fascismo e do comunismo movem fanáticos mas não são reais.

Mas, mesmo ireais, muitos se mobilizam fanaticamente para combatê-los! Enquanto isso, o comunismo e o fascismo são insignificantes na sociedade brasileira como forças políticas reais!

A nossa luta não é sequer entre a esquerda e a direita, mas muitos acreditam nisso! O lulopetismo e o bolsonarismo, que nos convocam a lutar contra fantasmas, são os representantes deste mundo fantasmagórico do passado, mas muitos acreditam neles!

O que nos divide, realmente, é a luta entre o desenvolvimento da democracia e as forças do atraso que o bloqueiam. Nossa luta é para erradicar a pobreza e a miséria, e para liberar as forças da prosperidade e do progresso, baseadas no conhecimento e na ciência. O nosso inimigo é o populismo, o patrimonialismo e as forças que cultuam o assalto ao Estado, não importa a sua cor ideológica!

Precisamos restabelecer a confiança nos políticos, na política e na democracia.

O resultado das eleições presidenciais de 2022, cujo 2º turno terminou no dia 30 de outubro, nos trouxe duas boas novas. Sobretudo, são oportunidades para o Brasil, pois, observem: o bolsonarismo e o lulopetismo, ambos, foram derrotados eleitoralmente, cada um à sua maneira.

Em 30/10 Lula venceu Bolsonaro por apenas 2.139.645 votos, uma pequena margem, a menor, percentualmente, de todas as eleições presidenciais desde 1989. É certo que o bolsonarismo foi derrotado! Mas essa não foi uma vitória do lulopetismo. Ao contrário, dezenas de milhões de democratas votaram em Lula desde o 1º turno não por saudades do PT, mas para se livrarem de Bolsonaro, de sua incompetência, de seu negacionismo, de sua psicopatia e, principalmente, de suas ameaças à democracia!

Embora fantasmas, renitentemente, continuarão a querer nos assombrar; mas, historicamente, eles estão derrotados!

domingo, 30 de outubro de 2022

ÍNTEGRA DO DISCURSO LIDO POR LULA APÓS A PROCLAMAÇÃO DE SUA VITÓRIA PELO TSE

Íntegra do discurso histórico lido por Lula (*) no dia 30 de outubro de 2022, logo após ter tido a sua vitória eleitoral nas urnas proclamada pelo Ministro Alexandre de Moraes, membro do STF e Presidente do TSE.

É um discurso de valores programáticos e de compromisssos, proferido no calor exato do momento da vitória; permanecerá como referência para todos os que pretendam avaliar futuramente o seu governo.


Meus amigos e minhas amigas.

Chegamos ao final de uma das mais importantes eleições da nossa história. Uma eleição que colocou frente a frente dois projetos opostos de país, e que hoje tem um único e grande vencedor: o povo brasileiro.

Esta não é uma vitória minha, nem do PT, nem dos partidos que me apoiaram nessa campanha. É a vitória de um imenso movimento democrático que se formou, acima dos partidos políticos, dos interesses pessoais e das ideologias, para que a democracia saísse vencedora.

Neste 30 de outubro histórico, a maioria do povo brasileiro deixou bem claro que deseja mais – e não menos democracia.

Deseja mais – e não menos inclusão social e oportunidades para todos. Deseja mais – e não menos respeito e entendimento entre os brasileiros. Em suma, deseja mais – e não menos liberdade, igualdade e fraternidade em nosso país.

O povo brasileiro mostrou hoje que deseja mais do que exercer o direito sagrado de escolher quem vai governar a sua vida. Ele quer participar ativamente das decisões do governo.

O povo brasileiro mostrou hoje que deseja mais do que o direito de apenas protestar que está com fome, que não há emprego, que o seu salário é insuficiente para viver com dignidade, que não tem acesso a saúde e educação, que lhe falta um teto para viver e criar seus filhos em segurança, que não há nenhuma perspectiva de futuro.
O povo brasileiro quer viver bem, comer bem, morar bem. Quer um bom emprego, um salário reajustado sempre acima da inflação, quer ter saúde e educação públicas de qualidade.

Quer liberdade religiosa. Quer livros em vez de armas. Quer ir ao teatro, ver cinema, ter acesso a todos os bens culturais, porque a cultura alimenta nossa alma.

O povo brasileiro quer ter de volta a esperança.
É assim que eu entendo a democracia. Não apenas como uma palavra bonita inscrita na Lei, mas como algo palpável, que sentimos na pele, e que podemos construir no dia-dia.

Foi essa democracia, no sentido mais amplo do termo, que o povo brasileiro escolheu hoje nas urnas. Foi com essa democracia – real, concreta – que nós assumimos o compromisso ao longo de toda a nossa campanha.

E é essa democracia que nós vamos buscar construir a cada dia do nosso governo. Com crescimento econômico repartido entre toda a população, porque é assim que a economia deve funcionar – como instrumento para melhorar a vida de todos, e não para perpetuar desigualdades.

A roda da economia vai voltar a girar, com geração de empregos, valorização dos salários e renegociação das dívidas das famílias que perderam seu poder de compra.

A roda da economia vai voltar a girar com os pobres fazendo parte do orçamento. Com apoio aos pequenos e médios produtores rurais, responsáveis por 70% dos alimentos que chegam às nossas mesas.

Com todos os incentivos possíveis aos micros e pequenos empreendedores, para que eles possam colocar seu extraordinário potencial criativo a serviço do desenvolvimento do país.

É preciso ir além. Fortalecer as políticas de combate à violência contra as mulheres, e garantir que elas ganhem o mesmo salários que os homens no exercício de igual função.

Enfrentar sem tréguas o racismo, o preconceito e a discriminação, para que brancos, negros e indígenas tenham os mesmos direitos e oportunidades.

Só assim seremos capazes de construir um país de todos. Um Brasil igualitário, cuja prioridade sejam as pessoas que mais precisam.

Um Brasil com paz, democracia e oportunidades.

Minhas amigas e meus amigos.

A partir de 1º de janeiro de 2023 vou governar para 215 milhões de brasileiros, e não apenas para aqueles que votaram em mim. Não existem dois Brasis. Somos um único país, um único povo, uma grande nação.
Não interessa a ninguém viver numa família onde reina a discórdia. É hora de reunir de novo as famílias, refazer os laços de amizade rompidos pela propagação criminosa do ódio.

A ninguém interessa viver num país dividido, em permanente estado de guerra.

Este país precisa de paz e de união. Esse povo não quer mais brigar. Esse povo está cansado de enxergar no outro um inimigo a ser temido ou destruído.

É hora de baixar as armas, que jamais deveriam ter sido empunhadas. Armas matam. E nós escolhemos a vida.
O desafio é imenso. É preciso reconstruir este país em todas as suas dimensões. Na política, na economia, na gestão pública, na harmonia institucional, nas relações internacionais e, sobretudo, no cuidado com os mais necessitados.

É preciso reconstruir a própria alma deste país. Recuperar a generosidade, a solidariedade, o respeito às diferenças e o amor ao próximo.

Trazer de volta a alegria de sermos brasileiros, e o orgulho que sempre tivemos do verde-amarelo e da bandeira do nosso país. Esse verde-amarelo e essa bandeira que não pertencem a ninguém, a não ser ao povo brasileiro.


Nosso compromisso mais urgente é acabar outra vez com a fome. Não podemos aceitar como normal que milhões de homens, mulheres e crianças neste país não tenham o que comer, ou que consumam menos calorias e proteínas do que o necessário.

Se somos o terceiro maior produtor mundial de alimentos e o primeiro de proteína animal, se temos tecnologia e uma imensidão de terras agricultáveis, se somos capazes de exportar para o mundo inteiro, temos o dever de garantir que todo brasileiro possa tomar café da manhã, almoçar e jantar todos os dias.

Este será, novamente, o compromisso número 1 do nosso governo.

Não podemos aceitar como normal que famílias inteiras sejam obrigadas a dormir nas ruas, expostas ao frio, à chuva e à violência.

Por isso, vamos retomar o Minha Casa Minha Vida, com prioridade para as famílias de baixa renda, e trazer de volta os programas de inclusão que tiraram 36 milhões de brasileiros da extrema pobreza.

O Brasil não pode mais conviver com esse imenso fosso sem fundo, esse muro de concreto e desigualdade que separa o Brasil em partes desiguais que não se reconhecem. Este país precisa se reconhecer. Precisa se reencontrar consigo mesmo.

Para além de combater a extrema pobreza e a fome, vamos restabelecer o diálogo neste país.

É preciso retomar o diálogo com o Legislativo e Judiciário. Sem tentativas de exorbitar, intervir, controlar, cooptar, mas buscando reconstruir a convivência harmoniosa e republicana entre os três poderes.

A normalidade democrática está consagrada na Constituição. É ela que estabelece os direitos e obrigações de cada poder, de cada instituição, das Forças Armadas e de cada um de nós.

A Constituição rege a nossa existência coletiva, e ninguém, absolutamente ninguém, está acima dela, ninguém tem o direito de ignorá-la ou de afrontá-la.

Também é mais do que urgente retomar o diálogo entre o povo e o governo.

Por isso vamos trazer de volta as conferências nacionais. Para que os interessados elejam suas prioridades, e apresentem ao governo sugestões de políticas públicas para cada área: educação, saúde, segurança, direitos da mulher, igualdade racial, juventude, habitação e tantas outras.

Vamos retomar o diálogo com os governadores e os prefeitos, para definirmos juntos as obras prioritárias para cada população.

Não interessa o partido ao qual pertençam o governador e o prefeito. Nosso compromisso será sempre com melhoria de vida da população de cada estado, de cada município deste país.

Vamos também reestabelecer o diálogo entre governo, empresários, trabalhadores e sociedade civil organizada, com a volta do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.

Ou seja, as grandes decisões políticas que impactem as vidas de 215 milhões de brasileiros não serão tomadas em sigilo, na calada da noite, mas após um amplo diálogo com a sociedade.

Acredito que os principais problemas do Brasil, do mundo, do ser humano, possam ser resolvidos com diálogo, e não com força bruta.

Que ninguém duvide da força da palavra, quando se trata de buscar o entendimento e o bem comum.

Meus amigos e minhas amigas.

Nas minhas viagens internacionais, e nos contatos que tenho mantido com líderes de diversos países, o que mais escuto é que o mundo sente saudade do Brasil.
Saudade daquele Brasil soberano, que falava de igual para igual com os países mais ricos e poderosos. E que ao mesmo tempo contribuía para o desenvolvimento dos países mais pobres.

Brasil que apoiou o desenvolvimento dos países africanos, por meio de cooperação, investimento e transferência de tecnologia.

Que trabalhou pela integração da América do Sul, da América Latina e do Caribe, que fortaleceu o Mercosul, e ajudou a criar o G-20, a UnaSul, a Celac e os BRICS.

Hoje nós estamos dizendo ao mundo que o Brasil está de volta. Que o Brasil é grande demais para ser relegado a esse triste papel de pária do mundo.

Vamos reconquistar a credibilidade, a previsibilidade e a estabilidade do país, para que os investidores – nacionais e estrangeiros – retomem a confiança no Brasil. Para que deixem de enxergar nosso país como fonte de lucro imediato e predatório, e passem a ser nossos parceiros na retomada do crescimento econômico com inclusão social e sustentabilidade ambiental.
Queremos um comércio internacional mais justo. Retomar nossas parcerias com os Estados Unidos e a União Europeia em novas bases. Não nos interessam acordos comerciais que condenem nosso país ao eterno papel de exportador de commodities e matéria prima.

Vamos re-industrializar o Brasil, investir na economia verde e digital, apoiar a criatividade dos nossos empresários e empreendedores. Queremos exportar também conhecimento.

Vamos lutar novamente por uma nova governança global, com a inclusão de mais países no Conselho de Segurança da ONU e com o fim do direito a veto, que prejudica o equilíbrio entre as nações.

Estamos prontos para nos engajar outra vez no combate à fome e à desigualdade no mundo, e nos esforços para a promoção da paz entre os povos.

O Brasil está pronto para retomar o seu protagonismo na luta contra a crise climática, protegendo todos os nossos biomas, sobretudo a Floresta Amazônica.
Em nosso governo, fomos capazes de reduzir em 80% o desmatamento na Amazônia, diminuindo de forma considerável a emissão de gases que provocam o aquecimento global.

Agora, vamos lutar pelo desmatamento zero da Amazônia.

O Brasil e o planeta precisam de uma Amazônia viva. Uma árvore em pé vale mais do que toneladas de madeira extraídas ilegalmente por aqueles que pensam apenas no lucro fácil, às custas da deterioração da vida na Terra.

Um rio de águas límpidas vale muito mais do que todo o ouro extraído às custas do mercúrio que mata a fauna e coloca em risco a vida humana.
Quando uma criança indígena morre assassinada pela ganância dos predadores do meio ambiente, uma parte da humanidade morre junto com ela.

Por isso, vamos retomar o monitoramento e a vigilância da Amazônia, e combater toda e qualquer atividade ilegal – seja garimpo, mineração, extração de madeira ou ocupação agropecuária indevida.

Ao mesmo tempo, vamos promover o desenvolvimento sustentável das comunidades que vivem na região amazônica. Vamos provar mais uma vez que é possível gerar riqueza sem destruir o meio ambiente.

Estamos abertos à cooperação internacional para preservar a Amazônia, seja em forma de investimento ou pesquisa científica. Mas sempre sob a liderança do Brasil, sem jamais renunciarmos à nossa soberania.

Temos compromisso com os povos indígenas, com os demais povos da floresta e com a biodiversidade. Queremos a pacificação ambiental.

Não nos interessa uma guerra pelo meio ambiente, mas estamos prontos para defendê-lo de qualquer ameaça.
Meus amigos e minhas amigas.

O novo Brasil que iremos construir a partir de 1º de janeiro não interessa apenas ao povo brasileiro, mas a todas as pessoas que trabalham pela paz, a solidariedade e a fraternidade, em qualquer parte do mundo.

Na última quarta-feira, o Papa Francisco enviou uma importante mensagem ao Brasil, orando para que o povo brasileiro fique livre do ódio, da intolerância e da violência.

Quero dizer que desejamos o mesmo, e vamos trabalhar sem descanso por um Brasil onde o amor prevaleça sobre o ódio, a verdade vença a mentira, e a esperança seja maior que o medo.

Todos os dias da minha vida eu me lembro do maior ensinamento de Jesus Cristo, que é o amor ao próximo. Por isso, acredito que a mais importante virtude de um bom governante será sempre o amor – pelo seu país e pelo seu povo.

No que depender de nós, não faltará amor neste país. Vamos cuidar com muito carinho do Brasil e do povo brasileiro. Viveremos um novo tempo. De paz, de amor e de esperança.

Um tempo em que o povo brasileiro tenha de novo o direito de sonhar. E as oportunidades para realizar aquilo que sonha.

Para isso, convido a cada brasileiro e cada brasileira, independentemente em que candidato votou nessa eleição. Mais do que nunca, vamos juntos pelo Brasil, olhando mais para aquilo que nos une, do que para nossas diferenças.

Sei a magnitude da missão que a história me reservou, e sei que não poderei cumpri-la sozinho. Vou precisar de todos – partidos políticos, trabalhadores, empresários, parlamentares, govenadores, prefeitos, gente de todas as religiões. Brasileiros e brasileiras que sonham com um Brasil mais desenvolvido, mais justo e mais fraterno.

Volto a dizer aquilo que disse durante toda a campanha. Aquilo que nunca foi uma simples promessa de candidato, mas sim uma profissão de fé, um compromisso de vida:
O Brasil tem jeito. Todos juntos seremos capazes de consertar este país, e construir um Brasil do tamanho dos nossos sonhos – com oportunidades para transformá-los em realidade.
Mais uma vez, renovo minha eterna gratidão ao povo brasileiro. Um grande abraço, e que Deus abençoe nossa jornada. 

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terça-feira, 25 de outubro de 2022

Domingo a gente faz um país

Este texto do jornalista Antônio Prata, por suas qualidades, foi adotado como o manifesto oficial de todos os que defendem a democracia. Com o seu texto brilhante ele capta a essência do momento em que democratas de todo o espectro político se movem para defender a democracia e derrotar a Bolsonaro, sejam eles: liberais ou conservadores; de esquerda, de direita ou de centro.

Eleições presidenciais são momentos políticos de virada histórica. Mas o que estamos vivendo reveste-se de importância especial. Ele significa menos uma opção por Lula ou pelo petismo, mas, sobretudo, um momento em que a nação clamará, com o seu voto, a sua opção pela democracia.




A íntegra do manifesto:

Domingo a gente faz um país (clique sobre o link)

Daqui a dez, trinta, cinquenta anos, os que ainda estivermos vivos poderemos contar com orgulho pros nossos filhos, netos e bisnetos: naquele domingo, 30 de outubro de 2022, eu estava do lado certo.

Não era um lado homogêneo, o dos que votaram pra salvar o país da catástrofe bolsonarista. Pelo contrário, éramos gente de todos os cantos do espectro político, mas que passamos por cima das nossas diferenças por concordarmos com alguns pontos inegociáveis.
  • Que só poderíamos ter uma vida digna na democracia.
  • Que, numa Terra redonda, a ciência é quem decide que remédio funciona e qual é charlatanice. 
  • Que quando centenas de milhares de brasileiros morrem, prestamos as nossas condolências e solidariedade, não os imitamos, às gargalhadas, morrendo por asfixia. 
  • Ao decidirmos votar em Lula e Alckmin naquele 30 de outubro não escolhemos uma chapa ou um partido político: participamos de um plebiscito entre ditadura e democracia.
Naquele domingo tão perigoso havia a chance real de um sanguinário se reeleger. Havia a chance real de que, num segundo mandato, ele aparelhasse o STF, mudasse a constituição, silenciasse a mídia, expulsasse, prendesse, torturasse e matasse adversários, como acontece na Venezuela, em Cuba, na Arábia Saudita, na Hungria, no Irã, na Rússia.

O que muitos de nós não percebemos à época, no entanto, é que havia ali também uma chance grandiosa. A chance de, pela primeira vez desde a redemocratização, unirmos os melhores quadros do país no mesmo lado. Por décadas, PT e PSDB preferiram buscar o apoio de bandidos do que se aliarem. Agora Lula está com Alckmin. Armínio Fraga e Emicida estão no mesmo barco. Boulos e Simone Tebet também. Quem já imaginou João Amoedo e Mano Brown declarando voto no mesmo candidato? Esse bando de gente tão diferente se uniu justamente para garantir o direito de continuar discordando.

Nos unimos por sermos conservadores: queríamos conservar a Amazônia. Queríamos conservar o SUS. Queríamos conservar as instituições e o estado de direito. Nos unimos porque éramos liberais. Acreditávamos que os brasileiros só seriam livres se tivessem, todos eles, pretos e brancos, ricos e pobres, educação de qualidade. Acreditávamos na liberdade de crença em todas as religiões. Acreditávamos que cada um deveria viver como quisesse, sem um Estado reacionário metendo o bedelho em assuntos privados. Nos unimos porque éramos revolucionários: acreditávamos que o Brasil não estava fadado ao fracasso, que ele podia muito mais do que aquela desgraça torpe que nos engolia, dia após dia.

* * * 

Neste domingo, dia 30, vamos fazer história. Vamos votar no Lula e no Alckmin, vamos tirar o Bolsonaro da frente e começar a construir um Brasil do tamanho dos nossos sonhos e possibilidades. Para poder dizer aos nossos filhos, netos e bisnetos, algum dia, lá na frente, que o Brasil em que eles vivem, um Brasil justo, sem ódio, plural, diverso, próspero e generoso, foi fruto da nossa luta, fruto da nossa união.

Roda Democrática

Forum do Amanhã

Movimento Ética e Democracia

Direitos Já 

Prerrogativas

Derrubando Muros

República do Amanhã *

Imazon

Centro de Estudos Budistas Bodisatva (CEBB), 

Instituto de Estudos da Religião (ISER) 

Iniciativa Fé no Clima 

Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Empresarial.

Aliança Nacional Lgbti+

Associação Brasileira de Famílias homotransAfetivas, 

Rede Gaylatino

Grupo Dignidade Horario de mosmann crashaw

Ação Democrática Ampla - ADA

Escola Comum



*ORIENTAÇÃO:

A gente quer falar agora e dar uma chance para que todos repensem o seu papel nesse momento dramático. Nós podemos mudar nosso destino!

Para isso ser tangível, é importante que o texto generoso criado pelo Antonio Prata, ganhe rostos e vozes. Leia, grave o texto todo ou a parte com a qual vc se identifica, e solte nas redes. Peça aos seus amigos que façam o mesmo. Vamos inundar o Brasileiro de fé no futuro. Vamos virar essa página de escuridão e dor. A hora é de apostar no amor e no vida. Solte a sua voz!*

domingo, 16 de outubro de 2022

Em teste: a racionalidade e a sabedoria do eleitor brasileiro

Hoje, dia 16/10, o debate entre Lula e Bolsonaro na BAND, às 20:00, terá um papel fundamental na definição de quem receberá mais votos no 2º turno.


A pequena diferença entre os concorrentes, embora com Lula provavelmente à frente, não permite ter certeza sobre o que será revelado pelas urnas no dia 30/10. Tudo poderá acontecer.

Entretanto, o eleitor já não pode usar o critério da ética (ou da falta de ética) para escolher entre Lula e Bolsonaro. Simplesmente, porque neste critério estão empatados! Diz-se, portanto, que este critério é irrelevante para a escolha, pois, sobre ambos pesam vastas evidências de graves crimes de corrupção e de assalto aos recursos públicos.

Portanto, somente outros critérios servirão para compará-los!

Suponho que os critérios abaixo, dentre outros, poderão ser importantes para o eleitor racional:
  1. Quem tem real compromisso com a democracia?
  2. Quem tem o melhor projeto para a economia? Quem trará maior esperança de geração de emprego e renda? Quem saberá atrair e incentivar os investimentos estratégicos para garantir o crescimento econômico? Quem saberá melhor incentivar e apoiar o desenvolvimento do agro-negócio? Quem melhor favorecerá o desenvolvimento da indústria, do comércio e dos serviços? Quem saberá melhor combater a inflação e garantir o equilíbrio fiscal?
  3. Quem tem o compromisso mais confiável com a preservação do meio ambiente?
  4. Quem tem o melhor projeto para o desenvolvimento científico e tecnológico indispensável para o desenvolvimento sustentável?
  5. Quem tem o melhor projeto para os serviços de saúde, educação e segurança públicas?
  6. Quem oferece as melhores propostas para o apoio ao empreendedor privado nos marcos do capitalismo?
  7. Quem oferece aos empreendedores e investidores privados, internos e externos, o maior clima de confiança?
  8. Quem oferece às famílias o maior clima de paz e segurança para criar os seus filhos?
  9. Quem oferece aos brasileiros a melhor proposta para exercer, em liberdade, a sua fé religiosa?
  10. Quem trará ao país a maior expectativa de futuro melhor, capaz de restaurar o otimismo indispensável para enfrentar, coletivamente, com o trabalho e o esforço de todos, a construção, em paz, do sonho de um Brasil mais próspero e mais justo?
Quem vencerá o debate? O mais preparado? O mais sincero? O mais honesto? O mais mentiroso? O mais cínico? Ou o mais “esperto” e manipulador?

Pesará mais, na hora de votar, a racionalidade e a sabedoria de milhões de eleitores ou meramente uma polarização ideológica irracional que nos leva a uma luta fratricida contra fantasmas?

Dou a minha opinião sincera: somente o conhecimento, a ciência e o trabalho motivado, e inevitáveis sacrifícios, permitirão que este momento de crise seja superado em benefício de todos!

segunda-feira, 10 de outubro de 2022

Pela democracia, a volta do Lula do 1º mandato; claro, sem “mensalão”

A emergência do Brasil profundo:
“Em resumo, a direita civilizada acha que Bolsonaro pode até tentar, mas não conseguirá dar o golpe. O centro e o centro-esquerda esperam a volta do Lula do primeiro mandato”.
A realidade é apenas uma, e existe apenas uma medida perfeita do pensamento do eleitor: o voto apurado nas urnas, que conta, um por um, o voto de toda a população de eleitores. Essa medida perfeita foi feita no dia 2/10/22.

E, para isso, os brasileiros têm o privilégio de contar com o sistema de votação e apuração de votos mais avançado do mundo! E, além disso, esse sistema é confiável e auditável.

As pesquisas eleitorais idôneas são formas de medir, por amostragem, essa realidade sem precisar contar o voto de toda a população. Elas são necessárias, e são infinitamente mais rápidas, baratas e usadas em toda a ciência.

Mas se pesquisas idôneas necessárias divergem tanto do pensamento do eleitor, existem problemas metodológicos a serem corrigidos.

Por isso, se a pesquisa IPEC, divulgada dia 5/10/22,  depois de 3 dias da eleição do 1º turno difere tanto do que parece provável, no mínimo, se somos responsáveis, temos que clamar: - “Por favor, parem!”. Pois não queremos ser enganados por pesquisas erradas, mesmo que tenham sido feitas de boa fé!

E, pior, pesquisas metodologicamente erradas podem comprometer a credibilidade de todas as pesquisas misturando pesquisas idôneas com as intencionalmente falseavas.

O artigo abaixo de Carlos Alberto Sardenberg trata com imensa acuidade, equilíbrio e felicidade os erros cometidos pelas pesquisas às vésperas da eleição do 1º turno. E nos mostra a realidade de um eleitor conservador ou de direita. Mas, embora isto não seja ainda bem compreendido, nos mostra que estão errados os que concluam que ele não tenha compromisso com a democracia; e mais errados, ainda, se o identificarem com o reacionário Bolsonaro, este sim, de extrema de direita, que tem como sonho dourado governar como ditador.

Carlos Alberto Sardenberg (*)

Voto em Bolsonaro ou Lula não é necessariamente de radicais

(Movimento da direita é muito maior do que o presidente extremista. E ex-presidente é maior do que o petismo)

O Globo 08/10/2022 00h10


Em termos técnicos, pode-se dizer que todos os institutos de pesquisa estão certos, cada um a sua maneira. Quer dizer, conforme os métodos e critérios que utilizam. Mas, se todos estão corretos ao mesmo tempo e mostram resultados diferentes, pode-se dizer também que todos estão errados.

Não é por aí que se vai entender o que se passa no país. E o que se passa? Há um momento ou, se quiserem, uma onda de direita, conservadora, pró-capitalista, muito maior que o bolsonarismo raiz, este sendo a extrema direita.

No caso da eleição presidencial, os maiores institutos e a maior parte dos analistas enxergaram uma onda de voto útil pró-Lula, um forte sentimento para acabar com a coisa no primeiro turno.

Houve esse voto útil, mas não na escala antecipada. O movimento não saiu das elites partidárias e intelectuais.

E houve uma espécie de contravoto útil, em Bolsonaro. Isso não foi captado. O presidente teve um resultado melhor que o indicado nas pesquisas.

Pode-se resumir assim: o voto à esquerda foi superestimado. Inversamente, o voto à direita foi subestimado.

Não foi a primeira vez. Há um padrão aí. Nas duas eleições que venceu, Lula teve no primeiro turno menos votos do que indicavam as pesquisas. Idem para Dilma e para Haddad, este em 2018.

Neste ano, esse padrão foi claramente registrado nos estados, nas eleições para governador e senador. Em quase todos os lugares, a direita foi subestimada.

Considerem São Paulo. Tarcísio de Freitas, a direita, parecia disputar a segunda vaga com Rodrigo Garcia, Haddad liderando fácil. Nas urnas: Tarcísio com folgada liderança, Haddad decepcionado. E ninguém acreditava que o astronauta se elegeria, muito menos com tanta facilidade. Considerem o Rio Grande do Sul. O bolsonarista Onyx parecia disputar a segunda vaga. Pois chegou bem na frente. Eduardo Leite, suposto favorito, passou raspando para o segundo turno e está bem atrás. No Rio, Castro estava na frente, mas chegou com muito mais folga. Idem para Romeu Zema em Minas. O que aconteceu?

Uma resposta: é o antipetismo. Outra, paralela: pesaram muito dois tipos de voto, o evangélico e o de costumes, de conservadores contra a agenda progressista. Não pode ser só isso. No interior de estados como São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, o voto evangélico não tem peso significativo. Podem ser conservadores, mas não radicais.

Em São Paulo, Tarcísio teve mais de 9 milhões de votos. Seria tudo antipetista? Tudo fascista? Tem de ser também a favor de alguma coisa. Basta olhar os temas fortes da campanha vencedora: obras, privatização, concessões, liberdade de empreender, garantias ao ambiente de negócios. Vale também, e muito especialmente, para Romeu Zema em Minas, desde já um importante quadro da direita. Ele teve mais votos que Bolsonaro no estado.

Bolsonaro teve 51 milhões de votos. De novo, não é possível que sejam todos extremistas reacionários. Bolsonaro ganhou no Sul, Sudeste e Centro-Oeste, regiões com uma característica em comum: são as mais desenvolvidas, pelo modelo capitalista. É o setor privado que comanda. Esse pessoal se incomoda com o intervencionismo estatal do PT.

Lula ganhou no Nordeste e no Norte, onde as populações e a economia são mais dependentes de ações dos governos.

Tudo considerado, esse movimento da direita é muito maior que o Bolsonaro extremista. Inversamente, como já se viu noutras eleições, Lula é maior que o petismo.

Não é por acaso que políticos em torno de Bolsonaro procuram “moderar” o presidente e afastar os bolsonaristas raiz, aquela turma de 2018.

Lula se move para o centro. Os votos dos pais do Real e de Simone Tebet vão nessa direção. Além disso, esses votos se baseiam na convicção de que Bolsonaro é ameaça à democracia — pelo que já fez e pelo que pode tentar, dado o peso conservador no novo Congresso.

Em resumo, a direita civilizada acha que Bolsonaro pode até tentar, mas não conseguirá dar o golpe. O centro e o centro-esquerda esperam a volta do Lula do primeiro mandato.

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sábado, 8 de outubro de 2022

O armário está cheio de cupins: em luta contra a visão binária

A emergência do Brasil profundo…

Sim, esse Brasil deseja ser um país democrático; deseja o progresso, a prosperidade e erradicar a pobreza e a miséria. Ele deseja um meio ambiente saudável e o respeito aos direitos humanos.

Ele sabe que a corrupção, seja da esquerda, do centro ou da direita corrói a democracia e dilapida, para fins privados, os recursos que deveriam ser usados para a educação, para a saúde e para a promoção do bem estar de todos.

Sobretudo, ele não é mais o Brasil que está na cabeça dos que o enxergam sob o olhar dos parâmetros ideológicos da primeira metade do século passado. Muito menos do da extrema direita ou da extrema esquerda.

Precisamos discutir esse novo Brasil. Marcos Cavalcanti, corajosamente, afronta alguns dos nossos “princípios sagrados”. Neste excelente texto ele traz a sua contribuição.



ÍNTEGRA DO TEXTO

Marcos Cavalcanti (*)

O armário tá cheio de cupins...
"A sua piscina está cheia de ratos
suas ideias não correspondem mais aos fatos... " (Cazuza)
Quando tinha uns 16 anos e concluía o nível médio no Colégio São Vicente de Paulo passava o dia na escola jogando bola, participando do Grêmio e conversando com meus amigos. Só aparecia em casa para jantar e dormir... 

Um belo dia, voltando mais cedo pra casa, joguei meu par de tênis dentro do armário e bati a porta. Para minha surpresa o armário desabou, provocando um enorme estrondo! Minha mãe veio ver o que estava acontecendo e eu só me lembro de balbuciar “não fui eu” ... 

Quando fomos ver de perto, percebemos milhares de bichinhos passeando alegremente entre os restos do armário. Ele estava infestado de cupins! Minha mãe perguntou se eu não tinha reparado nos “pozinhos brancos” nas roupas e só então me dei conta que eles estavam lá, convivendo comigo, há muitos anos. O armário desabou naquele verão de 1976, mas os cupins estavam fazendo seu trabalho silencioso há muito tempo.

No início deste mês fizemos nossas escolhas e elas não tiveram nada a ver com o que indicavam as pesquisas. O IPEC nos garantia, na VÉSPERA da eleição, que Sérgio Moro estava disputando o terceiro lugar para o senado no Paraná, que Freixo ia para o segundo turno, que Márcio França seria eleito senador por São Paulo com o dobro de votos de seu adversário e que o atual presidente teria 35% dos votos... E isto na véspera, repito, das eleições!

O que os institutos de pesquisa, os intelectuais, artistas e jornalistas lulalá não enxergam é que o Brasil mudou. O Brasil real não é mais um embate entre a “burguesia” e o “proletariado”, entre os ricos e os pobres. Esta visão binária de mundo é a que prevalece nestes setores, que continuam enxergando o armário e não conseguem perceber a ação dos cupins que estão corroendo e vão por abaixo o arcabouço de suas ideias ultrapassadas. O Brasil que cresce e se desenvolve é o dos motoristas de aplicativos, dos que vendem quentinhas nas esquinas, dos que fazem e entregam comida em casa, dos que não têm carteira assinada, não são sindicalizados (e nem querem ser) e não se vêem como "pobres", “operários” ou “trabalhadores”, mas como “trabalhadores por conta própria”. 

São estes “cupins” que estão corroendo a visão binária de mundo e estão pondo abaixo os sindicatos, partidos e estruturas arcaicas que ainda nos governam. No Brasil e no mundo é só uma questão de tempo até que estes “armários” desabem. 

O que precisamos, urgentemente, é discutir onde vamos guardar nossas roupas num futuro próximo...

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