Abro aqui uma discussão sobre o caráter democrático da luta contra a corrupção. Serei sucinto na colocação da questão.
segunda-feira, 28 de junho de 2021
O caráter democrático da luta contra a corrupção
quinta-feira, 24 de junho de 2021
Os desatinos de Bolsonaro mostram, mais uma vez, o caráter democrático da luta contra a corrupção
sexta-feira, 18 de junho de 2021
O verde e o amarelo são as cores da resistência democrática!
terça-feira, 8 de junho de 2021
sábado, 5 de junho de 2021
O erro de FHC
- As primeiras experiências da modalidade de “corrupção estratégica” (captação planejada e centralizada, para servir a um projeto político, de recursos ilícitos de licitações fraudadas na administração direta e de obras superfaturadas nas estatais) envolveram políticos do PSDB; o PT aprendeu, aperfeiçoou e institucionalizou essa estratégia ao escolher a ODEBRECHT como empreiteira operadora preferencial. O mensalão e o petrolão foram demonstrações provadas desse momento;
- FHC jamais defendeu a Lava-Jato, a não ser como jogo de cena, pois os senões foram sempre o conteúdo principal; pior, alimentou o discurso interno do PSDB e de seus militantes no que, mais adiante, conformou a força política e social do “antilavajatismo”. Com isso, aliou-se, objetivamente, a Bolsonaro, ao PT e ao “centrão”, para liquidar com a Lava-Jato;
- De longa data vem sendo um defensor de Lula (me refiro ao período em que ficou evidenciado o envolvimento do PT com a corrupção) e atuou, por dezenas de manifestações pessoais, e milhares de palavras, desde a sua condenação, para criar em sua área de influência, inclusive no STF, ambiente para a anulação das condenações de Lula; e esta passação de pano acentuou-se no período anterior às eleições de 2018;
- Por último, lançou (dizendo que não lançou) a candidatura de Lula para 2022, o que praticamente já o colocou no 2º turno.
quarta-feira, 2 de junho de 2021
A necessidade histórica da 3ª Via
sábado, 29 de maio de 2021
Rouba mas faz, de novo?
São muitos os que não concordam e se sentem incomodados com o teor deste artigo do jornalista Carlos Alberto Sardemberg, publicado hoje, 29/05/21, no caderno de economia do O Globo (*).
Muitos, “convenientemente”, não podem concordar, embora reconheçam o poder descritivo do autor sobre a nossa trágica realidade.
Mas, de gado, o que se há de esperar? Pois, seríamos ingênuos em pensar que só exista gado bolsonarista? Não, definitivamente! Existe, também, gado lulista, fhc-zista, etc..
Íntegra do texto:
Quando se cita o mote, os mais jovens – e nem estes tão jovens assim – lembram-se de Paulo Maluf.
Mas até isso Maluf pegou, digamos, de maneira indevida. O verdadeiro dono do “rouba mas faz” é Ademar de Barros, político dos anos 40 a 60, prefeito e governador de São Paulo, senador, candidato a presidente.
Ele mesmo espalhava as piadas a seu respeito. Nos comícios, dizia: neste bolso nunca entrou dinheiro roubado; e a platéia, divertida: calça nova, governador. Ele ria.
Também lançou o que poderia ser o lema da atual velha política: amigo meu não fica na estrada. Era verdade. Ademar no governo, não tinha um ademarista que ficasse sem cargo público.
O folclore ficou para Ademar de Barros, mas o fato é que a coisa se espalhava por todo o espectro político. O consenso tácito era o seguinte: todo mundo levava o seu, o importante é que abrisse estradas (ou construísse Brasília), oferecesse bons negócios públicos para os correligionários e nomeasse a turma.
O capitalismo de amigos sempre esteve na raiz da política brasileira. Até que foram apanhados o mensalão e o petrolão – mas que, visto de hoje, parecem mesmo dois pontos fora da curva.Todo mundo está sendo perdoado nas instâncias judiciárias e políticas.
O STF vem cancelando condenações e devolvendo ao cenário político personagens que curtiram cana em anos recentes.
Na política, não há melhor exemplo de anistia plena, geral e irrestrita do que o encontro entre Fernando Henrique Cardoso e Lula.
Lula saiu de lá com o voto de FHC e o passado limpo. Não precisou pedir desculpas pelos eternos ataques ao tucano (herança maldita, entreguista, neoliberal), pelos seguidos pedidos de impeachment que o PT entrava contra o governo FHC, muito menos pelo mensalão e pelo petrolão.
Em resumo, Lula levou tudo e não entregou nada.
Digamos que FHC tenha feito algumas ressalvas em privado. Mas isso não conta em política. Na sua única manifestação pública, Lula disse que se fossse FHC contra Bolsonaro, ele votaria no tucano.
Estão de gozação.
FHC disse que ainda continua preferindo uma terceira via, mas tornou-a ainda mais difícil – se não a enterrou – ao anistiar Lula sem levar nada em troca.
Reparem no cenário político – ex-presidiários voltando ao comando, o Centrão nomeando e gastando, Bolsonaro ameaçando golpes e vendendo pedaços do orçamento, os correligionários ocupando os cargos, a Lava Jato destruída, os negócios de amigos só não voltam com tudo porque a economia ainda patina. Mas já se nota a ocupação de estatais e fundos de pensão pela turma do governo.
Eis o quadro: amigo meu não fica na estrada; ganhar 200 mil por mês do governo não tem nada demais; para os amigos, tudo, para os adversários, o rigor da lei. (Dizem que esta última era do Getúlio!) E Bolsonaro quer colocar os militares na roda.
Boa parte do mundo desenvolvido está saindo da pandemia e voltando a crescer. Há riscos pela frente, como a temida volta da inflação elevada, provocada pelo excesso de dinheiro que os governos gastaram e continuam gastando. Sim, era preciso apoiar pessoas e empresas na pandemia, mas como já dizem alguns economistas, talvez tenham colocado água de mais na bacia.
De todo modo, por aqui, estamos longe de superar a pandemia. O nível de investimenbto público e privado está em torno de 15% do PIB, insuficiente para sustentar crescimento. A reforma tributária foi cortada em fatias tão finas que nem se as vê. É possível que o sistema piore com vários impostos e contribuições sobre as mesmas mercadorias e serviços.
Neste momento, a recuperação dos desenvolvidos está nos ajudando, via comodities e juros zerados pelo mundo afora. Mas se lá subirem inflação e juros, teremos outra conta a pagar – em um mau momento.
Capaz de piorar. Ficar no rouba e nem faz.
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