segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Mudanças políticas na América Latina

Os dois resultados eleitorais, o da eleição presidencial na Argentina, e o da eleição legislativa na Venezuela, com derrotas das coalizões no poder, apontam para mudanças políticas na América Latina.

Por vivermos em forte interação geopolítica com esses países, essas eleições antecipam prováveis guinadas no Brasil, tanto nas próximas eleições municipais de 2016, quanto nas eleições de 2018.

Sobretudo, independentemente das torcidas, o mais importante a registrar-se, é que esses resultados eleitorais, e mudanças, têm ocorrido em respeito aos marcos constitucionais desses países e ao Estado de Direito.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Lula ajuda ou atrapalha?

Apesar de que parecia a muitos que Dilma somente se salvaria do impeachment com o apoio de Lula, hoje muitos já começam a admitir o contrário.


Este é o dilema de Dilma, a crescente convicção de que dificilmente haverá uma saída para ela, e para a crise, com Lula!

sábado, 28 de novembro de 2015

O risco Lula

Após ler este excelente comentário de Andrei Meireles, pergunto-me: aproximar-se demasiado de Lula para, articulado com ele, defender os interesses políticos do PT, resultaria em alto risco de prisão?


O último foi o Senador Delcidio Amaral. Mais alguém irá aventurar-se? Se o fizer, será em nome de que?

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Nota de Rui Falcão sobre a prisão do senador Delcídio

Coloco aqui, para registro e conhecimento de todos, a nota do presidente nacional do PT sobre a prisão do Senador Delcidio Amaral, líder do partido no Senado. O STF, e a opinião pública, o julgarão. E, inevitavelmente, julgarão, também, o próprio PT.

Nota do presidente do PT na íntegra:
"O presidente Nacional do PT, perplexo com os fatos que ensejaram a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de ordenar a prisão do Senador Delcídio do Amaral, tem a dizer o seguinte:
1- Nenhuma das tratativas atribuídas ao senador têm qualquer relação com sua atividade partidária, seja como parlamentar ou como simples filiado;
2- Por isso mesmo, o PT não se julga obrigado a qualquer gesto de solidariedade;
3- A presidência do PT estará convocando, em curto espaço de tempo, reunião da Comissão Executiva Nacional para adotar medidas que a direção partidária julgar cabíveis.
Brasília, 25 de novembro de 2015
Rui Falcão
Presidente Nacional do PT"

A prisão do líder do governo no Senado

O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a Polícia Federal a deflagrar uma operação nesta quarta-feira, 25, que levou à prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), líder do governo no Senado, investigado pela Operação Lava Jato.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

As Estratégias de Eduardo Cunha

Qual a estratégia de Eduardo Cunha para adiar, ou mesmo evitar, a sua cassação?

Ela é múltipla, formada de movimentos simultâneos e cheia de incertezas, e se dirige, diferenciadamente, a três blocos de força:
  1. Aos deputados do núcleo governista, basicamente, do PT e do PCdoB, visando imobiliza-los para que não se incorporem ao pedido por sua cassação. Com estes, usa de dois estratagemas: o primeiro, de aliança com o governo, pela governabilidade, via Renan e Picciani, e pela sobrevivência mútua, contra o inimigo comum, a Lava Jato; o segundo estratagema, a simples chantagem, ameaçando aceitar de imediato e/ou colocar para votação em plenário o pedido de impeachment do Bicudo.
  2. Aos deputados do núcleo oposicionista, basicamente do PSDB, do DEM, PSB do PPS e do Solidariedade. Enquanto monitora a "lealdade" do primeiro bloco, acena com a colocação para votação em plenário do pedido de impeachment apresentado por Bicudo (existiria já um acordo neste sentido). Com isso, imobiliza esses partidos, que também não pedem a sua cassação.
  3. Aos deputados que lhe são leais (a sua tropa de choque). São uma salada que varre horizontalmente vários partidos: alguns "evangélicos" como ele, alguns da direita golpista, alguns do baixo clero, etc.; não tantos, mas em número suficiente para serem o fiel da balança em uma votação apertada! Com estes, negocia as benesses que o seu poder pode disponibilizar. Esta estratégia é decorrente da sua condição de presidente da Câmara, o que lhe garante o poder de definir a agenda de votação e a capacidade de arrebanhar votos.
Naturalmente, a sua estratégia preferencial é a primeira, e com isso tenta ganhar tempo! Afinal, ela atende ao Planalto, e satisfaz mais aos projetos imediatos de poder do PMDB, que esta aprisionado pela cultura fisiológica de um partido sem programa e sem projeto.

Aos parlamentares dos partidos que já estão pedindo a sua cassação, só lhe resta rezar com fé para que esse movimento não cresça!

E, assim, segue o país, com uma presidenta da república que tudo faz para não sofrer um processo de impeachment, e com um presidente da câmara que tudo faz para não ser cassado!

Seremos, os brasileiros, prisioneiros dessa lógica? Claro que não! Basta querermos rompê-la, desde que estejamos com a Constituição nas mãos, e queiramos viver em um Estado Democrático de Direito!

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Intolerância à Impunidade

Penso que a tensa situação política merece algumas reflexões (após a decisão do TCU, por unanimidade, de submeter ao Congresso seu parecer pela rejeição das contas da Presidente do exercício de 2014):


  1. O impeachment, se vier, não pode comprometer a democracia, e ser uma cortina de fumaça, como alguns querem, para apenas tirar o PT do poder;
  2. Qualquer movimento dos democratas, qualquer que seja o seu matiz político, não pode interromper a Lava Jato, pois é exatamente ela que está trazendo as mais fortes razões para que os brasileiros estejam pensando e desejando novos rumos;
  3. A oposição tem que superar a sua dubiedade com relação aos políticos corruptos que não são do PT, pois é necessário haver uma limpeza restauradora, doa a quem doer, para recuperar a confiança na política como instrumento e arte para servir ao bem comum;
  4. Finalmente, não devemos ir atrás de "salvadores", porque eles não existem, para resolver, ilusoriamente, apenas a questão do poder. 
O mais importante é que esta crise está criando a oportunidade para a democracia brasileira de implantar a cultura da intolerância à impunidade dos crimes de colarinho branco!