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terça-feira, 29 de março de 2016

Decidindo assinar manifestos

Os manifestos assinados são testes de coragem moral dos cidadãos. Manifestos, enquanto ações políticas coletivas, guardam, em si, uma regularidade: é necessário coragem para assinar manifestos que se julgue verdadeiros, e coragem para não assinar manifestos que se julgue falsos!


Fora isso, é simples covardia, quando o cidadão, ao considerar o seu texto correto, não o assina por medo; ou pior, quando discordando do seu conteúdo, o assina por simples constrangimento, diante de pressões circunstanciais ou de seus pares.

Mas, se estiver assinando manifestos ou deixando de assina-los por mera conveniência, e não por uma razão ou imperativo categórico da consciência, sempre o será por simples canalhice!

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Observação:
Os conceitos de verdadeiro ou falso, na ciência, carecem de informação, de provas, de experimentos e de testes. 

Assinar ou não um manifesto, entretanto, é uma situação de decisão de caráter político na qual os indivíduos têm que decidir, rapidamente, com base na informação que já dispõem e em sua subjetividade.

O teste de falso/verdadeiro é resolvido no plano de sua consciência, ou grau de convicção, ou de crença, sobre o que julga seja verdadeiro ou falso. O imperativo categórico, portanto, refere-se à sua lealdade subjetiva à própria consciência.

domingo, 27 de março de 2016

Einstein e os manifestos

Interessantes os manifestos políticos ditos de intelectuais. Relato um caso famoso, do mundo da ciência, ocorrido na década de 20 do século passado, na Alemanha, quando o partido nazista já se fortalecia.


Einstein, membro da Academia Prussiana de Ciências, e professor da universidade de Berlim, já consagrara-se no mundo da ciência com a sua "teoria geral da relatividade", que concluíra em 1915. Em 1921 já tinha ganho o prêmio Nobel de física.

Mas havia um problema: ele era judeu. Naquele clima de amargor e frustração dos alemães pela derrota, após a 1ª guerra mundial, esse parecia um bode expiatório convincente: os judeus seriam, para os nazistas, um bom culpado e um câncer a ser extirpado! Pululavam por toda parte manifestos e textos contra uma certa "ciência judaica"!

Em certa ocasião, teria sido instado a participar de uma ampla reunião com cientistas alemães para debater a teoria da relatividade; em meio aos discursos inflamados que se sucederam contra a teoria, ele teria dito, simplesmente: - "não sei porque todo esse alvoroço, e aplausos ruidosos aos seus discursos, pois bastaria que apenas um de vocês estivesse certo, e a teoria da relatividade desabaria imediatamente..." (*).

Bem, aqui estamos, a ciência não vive mais sem a teoria da relatividade, e o nazismo foi para o lixo da história!

Desconfiemos, portanto, sempre, de "manifestos políticos" antes de assina-los! Eles, frequentemente, trazem o risco de tratar-nos apenas como rebanho!

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Outro episódio em que Einstein, com sua reconhecida coragem moral e intelectual, já confrontara-se com "manifestos políticos", foi quando, em outubro de 1914, já membro da Academia Prussiana de Ciências e professor da Universidade de Berlim, recusou-se a assinar um manifesto de cientistas e intelectuais alemães em apoio ao militarismo alemão, denominado “Apelo ao mundo culto”. 

Este episódio foi marcante em sua vida, no clima de radicalização da primeira guerra mundial, pois ele foi o único entre os seus pares que recusou-se a ser signatário desse manifesto. Ele estava certo, perante sua consciência e a história!

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(*) Outra versão deste episódio:

Foi publicado na Alemanha, em 1931, um livro chamado “Cem Cientistas Contra Einstein”, que não passava de um panfleto anti-semita. Einstein teria reagido ao mesmo com as seguintes palavras:

- "Se eu estivesse errado, bastaria um."

(Uma breve história do tempo. https://books.google.com.br/books?isbn=8580576474 - Stephen Hawking - 2015)

domingo, 13 de março de 2016

Nesta manhã, vou à Esplanada

Autor: MARIO SALIMON (*)

O debate sobre a pertinência ou não da manifestação deste dia 13 de março já dura alguns dias, e seria difícil resenhar todo o processo. Contudo, reproduzirei, nos próximos parágrafos, algumas reflexões que se estruturaram a partir de respostas a posts de amigos e amigas, e que representam, grosso modo, as ideias centrais que defendo. As conversas engendraram questionamentos sobre o posicionamento do PT, a probabilidade de violência nas manifestações e, sobretudo, as generalizações feitas sobre quem se coloca como não-governista.
  

Ilustração: Pedro Henrique Garcia

A manifestação do domingo está de pé. Ela estava marcada há muito tempo. Como das outras vezes, as pessoas, salvo os pontos fora da curva, lá estarão sem qualquer ímpeto violento. Se não houver "foul play" dos governistas, estou certo de que nada de mal acontecerá neste domingo.

Há muita gente razoável e sensata se organizando para ir. Mas muita gente mesmo. Não por vingança, por ódio ou por visão seletiva das coisas. Não somos golpistas. Simplesmente, não aguentamos mais o status quo. A coalização governante, que não se sustenta mais técnica, moral ou politicamente, já deu mostras eloquentes de não ter capacidade de nos colocar do outro lado das crises. Sinto-me, portanto, no direito de expressar insatisfação, como farão, hoje, milhões de pessoas. Ao final do regime militar, logo que me mudei para Brasília, e também no ocaso do governo Collor, lá estávamos expressando nosso descontentamento. Muitas das variáveis que estavam em tela naquele tempo seguem inalteradas, e não mudei minha posição em relação a elas. Foi o PT que rotacionou, na prática, seu sistema de ação, ainda que mantenha as mesmas formações discursivas.

Mas, ainda assim, muitos seguem por ele hipnotizados, pois o partido, como qualquer organização, é uma hierarquia sustentada pela manutenção de sua dimensão simbólica. Um grupo minoritário tem capacidade de incidência, cria e dissemina estratégias e narrativas, desenvolvendo atividades relativas à manutenção de sua sobrevivência, isso enquanto a parte majoritária se ocupa das tarefas e atividades que conformam o subsistema tático-operacional. As narrativas são mistificadoras e convincentes, baseadas em heróis e inimigos funcionais, bem como em ideias centrais capazes de criar identificação e coesão, funções fundamentais para que se possa ter controle sobre o coletivo. Isso funciona em um partido, em uma igreja, família ou multinacional telecom.

É comum o estamento tático-operacional simplesmente aceitar, sem questionamento, os desígnios emanados pelo corpo estratégico. A máquina petista tem, hoje, muito dinheiro, e entende poder - e dever - simplesmente comprar os resultados que deseja na militância. As pessoas comuns aceitam o patrimonialismo e a dominação tradicional, pois "tudo sempre foi assim". É o que vejo acontecer, falando francamente, com quem ainda acredita no PT.

Mas, para mim, de nada valem as narrativas quando o estamento estratégico vem conduzindo o país, há mais de uma década, num sentido totalmente contrário a elas. No meu entendimento - e foi o que fiz há dez anos - quem for capaz de se ater à factualidade do que nos mostra o contexto presente deve abandonar e execrar o partido, pois ele é, na prática, o que são seus líderes, quase todos comprovadamente comprometidos com diversos tipos de malfeito, que somam algo já perto de meio trilhão de reais. Essa ruptura deve ser almejada no caso de relação com outros partidos também, ou com qualquer ente que procure substituir nossos desejos por aqueles por ele nutridos. Devemos visar a um caminho de mais autonomia e livre-pensar. Também devemos buscar formas de diminuir a opacidade nas relações com os partidos, o Estado e os governos. É nosso direito, e um dever também, conhecer tudo que há de obsceno nessas transações.


Ilustração: Pedro Henrique Garcia

Algumas questões são recorrentes nas conversas, e tratarei delas como pontos:

1. A corrupção endêmica no partido

Tudo indica que o modus operandi do PT, a despeito do que possa significar a moralidade ou ética de seus filiados, seja hoje baseado no pragmatismo calculativo-finalístico. Em algum momento de sua história, e isto ouvi de um fundador do partido, o PT entendeu que, sem adotar os métodos da "direita", não se colocaria e manteria no poder. Tudo que vemos nos escândalos desde o mensalão confirma tal tese, e este interdiscurso surge com muita frequência como justificativa para as ações moralmente indesejáveis dos agentes do partido.

2. O empresariado impede o PT de realizar seu “projeto”

A classe empresarial brasileira, tal como a política, é patrimonialista e pouco afeita à responsabilidade social, esta vista meramente como ação de RP e potencial correção de imagem. Pensemos nos banqueiros e construtoras. São eles que hoje mandam no país, como faziam há muito tempo. A tolerância do PT a esse modelo, entretanto, mudou com o acesso ao poder. Acaso os petistas teriam sido lenientes com Aécio se a tragédia de Mariana tivesse acontecido nos tempos do tucano, e ele tivesse feito seu primeiro pronunciamento de dentro da sede da empresa, ladeado e, praticamente, constrangido por executivos e asseclas da empresa? Acaso FHC teria sido poupado por reagir apenas uma semana depois, se o fato houvesse ocorrido no governo dele? A Vale e os bancos bancaram parte substantiva das campanhas do PT para o governo de Minas e para o federal. Devem ter bancado de outros partidos também. Empresas pouco se importam conosco, pois o negócio delas é lucro, e, para mantê-lo, precisam controlar quem está no poder. Este, por sua vez, é o negócio dos partidos e seus líderes. Basta um breve raciocínio para se entender o esquema. As empresas não têm colaborado com o povo, mas, é óbvio, atuam na coalizão governante de forma imbricada, e com muita incidência. Os interesses dos partidos, sobretudo do PT, têm sido, indubitavelmente, atendidos.

3. O perigo do surgimento de um cadáver

A eventual presença de outliers, espiões, agitadores e outros tipos de anomalias não deve ser motivo para que um coletivo deixe de se expressar. Essas figuras são sintomas do sistema hierárquico, respostas orgânicas - ainda que doentias - à incapacidade de um agente na tentativa de inviabilizar discursivamente a mobilização do oponente. Veja a ação dos black blocks em junho de 2013. Se fôssemos nos mover por esse tipo de medo, nunca teríamos ido às ruas nos tempos do regime militar, quando, obviamente, havia todo tipo de infiltração.

4. Marchar com Bolsonaro

 No caso do dia 13 de março, haverá ampla mobilização antigovernista, dentro da qual se inserirão grupos muito diversos, pois estão nesse escopo desde radicais como Malafaia e Bolsonaro até pessoas comuns como eu e diversos amigos e amigas, que, posso garantir, não são ingênuos, golpistas, fascistas, aecistas, tucanistas, coxinhas ou qualquer dessas ridículas generalizações, tão precárias do ponto de vista socioexplicativo quanto a palavra "petralha". Não uso uniforme, não marcho, não canto hinos, não sigo carros e não peço ditadura. Associar automaticamente um manifestante anti-status quo à ala ultraconservadora é um erro crasso de análise do contexto que, para mim, constitui ofensa pessoal.

5. Teorias de conspiração

Não acredito que Moro seja um teleguiado da CIA, treinado nos EUA para destituir um governo legitima e legalmente alçado ao poder pelo voto. Como todo ser humano, ele deve ter seus vieses, mas tendo a confiar na lisura da operação Lavajato. Considerando-se o volume de dinheiro gasto pelos réus com advogados de calibre e o posicionamento dos grandes tribunais diante das várias fases da operação, imagino que o juiz paranaense não teria se sustentado se a ação não fosse menos do que o protocolarmente exigido. Moro, assim como o PSDB, FHC, os EUA, é um inimigo funcional do PT, cuja imagem negativa tem que ser alimentada para que se sustentem as narrativas mitológicas do partido. Por isso, os militantes espalham pela web o documento de filiação ao PSDB de um homônimo paranaense dele. Do mesmo modo, tecem falsas ligações da esposa do juiz com organizações inimigas; conexões tão equivocadas que até o próprio site amestrado Brasil247 teve que correr e negar tudo, pois as teias da sociedade em rede acabam levando sempre o impacto a alguém do próprio campo estratégico.

6. O bem que justifica o mal

Dizem muitos que Lula não merece o que está vivendo, porque fez bem ao Brasil. Tendo contribuído com dezenas de organizações ligadas ao desenvolvimento desde os tempos de Collor, discordo muito da concentração dos louros na cabeça do petista. Ele pode ter feito muito - e nem vou começar a falar sobre o que ele desfez, pois basta estar vivo no Brasil para saber - mas não o fez sozinho. Foi beneficiado por processos históricos, ganhos cumulativos e, ao assumir o primeiro mandato, até mesmo sorte de iniciante. Fazer dele um coitado é cair, uma vez mais, na armadilha da mistificação. Essas ações comunicacionais, não duvidem, são calculadas. Os que fazem esse jogo deixam de ser pessoas para ser, predominantemente, mídia. Enfim, vou à Esplanada protestar, e repito: quero a saída da coalizão governante, pelas vias legais e o mais rapidamente possível. É óbvio que ela não mais se sustenta moral, técnica ou politicamente. Temos uma constituição suficientemente robusta, e acharemos uma saída legal para este imbroglio, desde que deixemos de seguir aceitando o inaceitável.

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sexta-feira, 9 de outubro de 2015

As Estratégias de Eduardo Cunha

Qual a estratégia de Eduardo Cunha para adiar, ou mesmo evitar, a sua cassação?

Ela é múltipla, formada de movimentos simultâneos e cheia de incertezas, e se dirige, diferenciadamente, a três blocos de força:
  1. Aos deputados do núcleo governista, basicamente, do PT e do PCdoB, visando imobiliza-los para que não se incorporem ao pedido por sua cassação. Com estes, usa de dois estratagemas: o primeiro, de aliança com o governo, pela governabilidade, via Renan e Picciani, e pela sobrevivência mútua, contra o inimigo comum, a Lava Jato; o segundo estratagema, a simples chantagem, ameaçando aceitar de imediato e/ou colocar para votação em plenário o pedido de impeachment do Bicudo.
  2. Aos deputados do núcleo oposicionista, basicamente do PSDB, do DEM, PSB do PPS e do Solidariedade. Enquanto monitora a "lealdade" do primeiro bloco, acena com a colocação para votação em plenário do pedido de impeachment apresentado por Bicudo (existiria já um acordo neste sentido). Com isso, imobiliza esses partidos, que também não pedem a sua cassação.
  3. Aos deputados que lhe são leais (a sua tropa de choque). São uma salada que varre horizontalmente vários partidos: alguns "evangélicos" como ele, alguns da direita golpista, alguns do baixo clero, etc.; não tantos, mas em número suficiente para serem o fiel da balança em uma votação apertada! Com estes, negocia as benesses que o seu poder pode disponibilizar. Esta estratégia é decorrente da sua condição de presidente da Câmara, o que lhe garante o poder de definir a agenda de votação e a capacidade de arrebanhar votos.
Naturalmente, a sua estratégia preferencial é a primeira, e com isso tenta ganhar tempo! Afinal, ela atende ao Planalto, e satisfaz mais aos projetos imediatos de poder do PMDB, que esta aprisionado pela cultura fisiológica de um partido sem programa e sem projeto.

Aos parlamentares dos partidos que já estão pedindo a sua cassação, só lhe resta rezar com fé para que esse movimento não cresça!

E, assim, segue o país, com uma presidenta da república que tudo faz para não sofrer um processo de impeachment, e com um presidente da câmara que tudo faz para não ser cassado!

Seremos, os brasileiros, prisioneiros dessa lógica? Claro que não! Basta querermos rompê-la, desde que estejamos com a Constituição nas mãos, e queiramos viver em um Estado Democrático de Direito!

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Ciência da Decisão: Introdução

Viver tem riscos em um mundo de conflitos e incertezas, mas isso jamais condenou os indivíduos a uma existência sem significados. Ao contrário, mesmo diante das maiores provações, sonham com uma vida mais feliz, renovam suas esperanças e pensam em como mudar sua sorte. Por isso, os indivíduos, se desejam construir um futuro melhor, sabem que têm a possibilidade de transformar, com suas ações, sonhos e esperanças em realidade.


Para um indivíduo, frente a um problema ou a uma oportunidade, decidir é a arte de escolher a alternativa de ação que julgue lhe abrir a melhor perspectiva de futuro. Porém, esse futuro jamais decorrerá apenas de sua vontade; outras forças, com as quais interage e em relação às quais se move, influirão com maior ou menor importância sobre o que acontecerá. Por isso, neste trabalho, diz-se que um indivíduo toma uma decisão interativa quando as consequências dessa decisão resultam de suas interações com outras forças no ambiente em que é executada.

O indivíduo integra um ambiente indivisível, que será observado sob dois aspectos, o ambiente social e o ambiente natural. Ele é uma das forças ambientais e, para os fins dessa análise, ambiente é onde o indivíduo age e interage continuamente com outras forças sociais e naturais, modificando-o para alcançar os seus objetivos e suprir suas necessidades.

O Conceito de Interação

Central, neste trabalho, é o conceito de interação. Define-se interação como um tipo de ação que ocorre quando dois ou mais objetos têm efeito um sobre o outro. A ideia de um efeito em duplo sentido é essencial no conceito de interação, e se diferencia de um efeito causal com um único sentido. Combinações de muitas interações simples podem conduzir a surpreendentes fenômenos emergentes.

Em sociologia, interação social é uma sequência dinâmica e mutável de ações sociais entre indivíduos (ou grupos) que modificam suas ações e reações devido à interação entre as partes. Em física, uma interação refere-se especificamente à ação de um objeto físico sobre o outro, e resulta nas forças de interação que descrevem os fenômenos da natureza.

O Indivíduo no Ambiente

Um indivíduo, aqui, é definido como uma entidade unitária de decisão com objetivos e preferências. Esta definição vale para uma pessoa, mas também para um grupo social organizado que desenvolva ações unitárias após as suas decisões. O processo decisório será observado na perspectiva de um indivíduo com o papel de tomador de decisões focal, seja ele uma pessoa ou uma organização, diferenciando-o dos outros indivíduos com os quais possa estar interagindo.

A cada ação do tomador de decisões focal correspondem reações de outras forças presentes no ambiente social e natural onde é executada.

1.    No ambiente social, cada ação intencional do tomador de decisões focal provoca reações de outras forças sociais. Essas interações sociais podem ser estratégicas ou impessoais:
  •    Em uma interação estratégica, o tomador de decisões precisa pensar sobre qual poderia ser a resposta de outro indivíduo, que também está pensando sobre o que ele estaria pensando e poderia fazer; neste caso, o tomador de decisões focal e o outro indivíduo estão jogando ou negociando se ambos participam mútua e conscientemente dessa interação (Dixit, 2004).
  •      Em uma interação impessoal, o tomador de decisões focal precisa pensar antes de agir sobre qual poderia ser a resposta de outra força social, para a qual, entretanto, a sua análise e a sua subsequente ação pouco importa. Exemplos de interações impessoais: ações de um indivíduo tendo como resposta sentenças impessoais de um juiz ou de uma autoridade estatal; ações de uma pequena empresa cujas consequências possam ser afetadas por decisões e ações impessoais em relação a ela do governo ou de uma grande empresa; esforços de vendas da empresa focal que são afetadas por respostas impessoais de indivíduos agregados, como a demanda de mercado por um produto.

2.    No ambiente natural, cada ação intencional do tomador de decisões focal provoca reações de outras forças naturais. Essas interações são impessoais porque as reações da natureza, regidas por suas leis, não são controladas por ninguém, algum ser sensitivo que pudesse estar pensando sobre o que ele estaria pensando e poderia fazer; mas o tomador de decisões precisa pensar sobre essas reações, que embora não-intencionais não são nada passivas.