sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Um político sério

A César o que é de César! Excelente entrevista concedida por Flavio Dino, governador do Maranhão, ao jornalista Mário Sérgio Conti, no seu programa de entrevistas no Globo News desta noite (28/01/16).


Jurista respeitável, defendeu com equilíbrio e ênfase a Operação Lava Jato e ao Juiz Sérgio Moro, bem como considera, em sua essência, positiva a chamada judicialização da política, fazendo uma defesa fundamentada da luta contra a impunidade.

Foi brilhante na sua defesa do resgate da política como instância própria para implementar e estabelecer as pautas e os programas necessários para enfrentar as grandes questões sociais.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Conselhos para dar e vender

A reunião do "conselhão", o Conselho de Desenvolvimento Econômico, com 90 membros, que agora Dilma lembrou existir, tem por objetivo ampliar a base social e política do governo via as artes e o poder da caneta.


Pensemos e lembremos, Dilma em sua arrogância e auto-suficiência, nunca achou que precisava aconselhar-se. Duvida-se, mesmo, que ela julgasse necessário ter ministro da fazenda. Ela bastava-se a si mesma. Hoje, sabe-se, esse comportamento era menos por capacitação, mas por uma trágica manifestação da conhecida audácia e coragem dos ignorantes!

Assessorias cidadãs, como essa, sempre bem vindas em condições normais, dão certo se os seus participantes se sentem realmente importantes e necessários! Mas, se for, apenas, para produzir um fato midiático, não passará de uma farsa, como tem grande possibilidade de ser. Breve ficaremos sabendo!

Torço por uma solução rápida para a crise e não aceito alternativa a não ser pela via democrática. Mas, estou, já, escaldado!

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

A santa aliança contra a Lava-Jato

Carlos Alberto Torres

A sociedade brasileira, pouco a pouco, vai compreendendo quem são e como reagem os que temem a Operação Lava-Jato. Contra ela se levanta, tacitamente, uma poderosa “santa aliança", que é necessário reconhecer e denunciar.


Essa aliança é poderosa, porque os implicados ocupam ou ocuparam os cargos mais altos e destacados da república, e estão presentes na vida política e empresarial. Ela é "santa” porque não é santa, nem ética; e, acima de qualquer matiz político-ideológico, o que os une é o seu temor à Lava-Jato. A maioria dos parlamentares sequer consegue esconder o seu desconforto diante dela. No Congresso Nacional, mesmo os que a apoiam, se sentem constrangidos diante de seus pares! Duro dize-lo, e ouvi-lo, não é verdade? Mas, esta é a realidade.

Os implicados têm muito a perder! Aqui, são patrimônios físicos e financeiros milionários obtidos em operações fraudulentas; ali, mandatos, biografias e relações de negócio construídos a golpes de esperteza e de ilegalidade, raramente conquistados pela capacitação, pelo mérito com o trabalho duro, ou pelo compromisso cidadão! Esses, até aqui, têm se beneficiado da notória tolerância com os criminosos de colarinho branco que assaltam a sociedade brasileira!

Mas, acostumados a escapar impunes, o que realmente os assusta é constatar a inexorabilidade do andamento das ações da justiça. A Lava-Jato, que é o símbolo dessas ações, se converteu na mais importante e bem-sucedida operação anticorrupção da história da justiça brasileira. Basta ver o balanço concreto dos seus resultados. Desesperam-se, porque não tem sido mais suficiente a contratação de bons e caros advogados, um ingrediente do estado de direito, para impedir que as ações da justiça estejam expondo e punindo os seus crimes!

Como se chegou à Lava-Jato? Em primeiro lugar, ela representa um fenômeno novo de protagonismo da justiça na luta contra a impunidade dos crimes de colarinho branco, cujo suporte legal é a Constituição de 1988 e a evolução da legislação anticorrupção que a ela se seguiu. Em segundo lugar, porque surgiu uma nova geração de servidores da justiça, filhos legítimos da nova Constituição democrática, policiais federais, procuradores do MPF e juízes federais, dispostos a abraçar a missão da luta contra a impunidade. Eles são jovens e concursados, e o juiz Sérgio Moro simboliza a competência, firmeza e coragem de todo esse time. Poucas vezes, no Brasil, tantos deveram tanto a tão poucos!

Sem reticências, a Operação Lava-Jato está desnudando o papel da corrupção para financiar a conquista e a manutenção do poder político. Esta é a sua importância histórica! Em particular, após a chegada do PT ao poder em 2002, isto ficou mais claro com os fatos trazidos à luz pelo "mensalão" e pelo "petrolão". Ficou evidenciada a existência de um sistema inovador, o da "corrupção estratégica”, orientada por um projeto político, e por possuir um comando e planejamento centralizado para atingir os seus objetivos. Ela se diferencia da velha e conhecida "corrupção laissez faire", que não possui comando ou planejamento centralizado.

As ações da “santa aliança” contra a Lava-Jato se revelam a cada dia. Para resumir, sem esgotar, tentam: (1) táticas de desmoralização, acusando-a de seletividade, de parcialidade, de “judicializar a política”, etc., e colocam em dúvida a seriedade ética dos seus membros; (2) ameaças e intimidações veladas a seus membros e familiares; (3) fragilizar o aparato legal que sustenta as ações anticorrupção, como com o envio para o Congresso, no apagar das luzes de 2015, da MP nº 703, que visa diminuir a prerrogativa do ministério publico de celebrar acordos de leniência, e dificultar o instituto da delação premiada; (4) diminuir os recursos para as operações anticorrupção, como aconteceu com a redução em cerca de R$ 100 milhões do orçamento de 2016 destinados à polícia federal.

O que intentam são “acordos por cima” para garantir a impunidade! Se isso acontecer, mais uma vez serão lesados os interesses dos brasileiros. Estaríamos cegos a isso? A sociedade estaria indefesa? Não creio, a não ser que, com o seu silêncio, ela queira participar, também, dessa conspiração!

Existiria para a sociedade maior radicalidade democrática e republicana do que apoiar e garantir as ações anticorrupção da justiça, e a integridade da Lava-Jato, para construir, passo a passo, a cultura da intolerância contra a impunidade dos crimes de colarinho branco? 

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(*) Artigo publicado no caderno de opinião do Correio Braziliense em 12/01/2016.

Artigo Correio Braziliense em 12/01/2016

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Feliz Democracia!

Democracia, sempre em construção, é o que desejo para todos os amigos em 2016!

Entretanto, se a queremos, temos que praticar uma intolerância soberana, a única aceitável, doa a quem doer, contra a impunidade dos crimes de colarinho branco!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

O protagonismo da justiça - 3

De Dantan Dallagnol, coordenador da força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF), dedicada à Operação Lava Jato, em entrevista de hoje, 28/12/15, no Correio Braziliense:

"Por causa da lentidão da justiça, a sociedade é punida, não o criminoso. E isso acontece duas vezes: quando o crime é cometido e quando é selada a impunidade do criminoso"

"É essencial que a sociedade se envolva no combate à corrupção, porque o abuso do poder generalizado num esquema de corrupção de grande escala é o que John Locke no passado chamou de tirania"

Já foram recuperados R$ 2,8 bilhões como resultado da Operação Lava Jato.

domingo, 27 de dezembro de 2015

O protagonismo da justiça - 2

O time de jovens policiais federais, dedicados à Operação Lava Jato, no dia em que foram homenageados pela ADPF - Associação dos Delegados da Polícia Federal.

Ao centro, o delegado Marcio Anselmo, que teve papel destacado nas descobertas que levaram ao sucesso dessas investigações.

Filhos da Constituição de 1988, eles estão ajudando a acabar com a impunidade dos crimes de colarinho branco. A eles, todos os democratas devemos prestar as nossas homenagens!