quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

O perigoso jogo de Bolsonaro e seus generais

Tudo pode dar errado nesta escalada contra o Congresso proposta pelo Gal Heleno e endossada por Bolsonaro. A manifestação que convocam para o dia 15/03 não é uma prova de força, mas de fraqueza.


Ela se dá, exatamente, no momento em que os eleitores democratas de Bolsonaro começam a manifestar-se inseguros com os desvios comportamentais do presidente. Agora, ao dar inicio a um confronto direto com o Congresso, começa a caminhar nas fronteiras do crime de responsabilidade.

As pesquisas de opinião já demonstravam que vinha perdendo a confiança de seus eleitores. Agora, tenciona a sua base militar com o risco de perdê-la. E, internacionalmente, sua ação consolidará a imagem de quem não respeita as instituições democráticas e pretende implantar um regime totalitário de extrema direita.

O que, ao final, conseguirá? Não o seu fortalecimento político, nem a sua ditadura sonhada, mas a desmoralização! Terá o dissabor de, pouco a pouco, ver crescer uma imensa frente democrática em defesa do Estado Democrático de Direito. E nesta frente, firmes, o dissabor ainda maior de ver a maioria de seus ex-eleitores.

O desdobrar da crise, segundo o jornalista Andrei Meireles (*):
“O novo bunker de generais no Palácio do Planalto, sob a batuta do ministro Augusto Heleno, parece disposto a esticar a corda na queda de braço contra o Parlamento e a quem mais se oponha ao presidente Jair Bolsonaro. Está apoiando abertamente uma manifestação convocada por grupos conservadores para o dia 15 de março com a palavra de ordem “fora (Rodrigo) Maia e (Davi) Alcolumbre”, acompanhada de uma clara ameaça: “Os generais aguardam as ordens do povo”, em um panfleto digital com as fotos do vice-presidente Hamilton Mourão e do ministro Augusto Heleno.”
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(*)  https://osdivergentes.com.br/andrei-meireles/o-perigoso-jogo-de-bolsonaro-e-seus-generais/?fbclid=IwAR2Hf0crO-sm6lMYZuTWrbc7ymY6svmG1K92-dkmJgcBZoRZGuDyFvH4238

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