Lamentável, enquanto espetáculo público, a troca de farpas entre o ministro Gilmar Mendes, do STF, e Rodrigo Janot, o Procurador Geral da República.
Não podemos deixar de nos posicionar diante do afloramento de mais esse ingrediente da crise ética em que vivemos. Eu, como cidadão, estou com Janot.
Gilmar, com sua conhecida irresponsabilidade verbal, já notabilizou-se pela forma descortês e desrespeitosa de atacar e criticar de público aos seus próprios pares.
Entretanto, o mais importante é compreender o significado da divergência que ele trouxe a público. Com sua ação Gilmar tenta tornar o STF refém de uma nova ofensiva conservadora que passa pela aprovação da lei do Abuso de Autoridade. O objetivo, em primeiro lugar, é conter os jovens profissionais da justiça que desnudaram perante o país como a corrupção vem sustentando a conquista e a manutenção do poder político. No limite, paralisar a própria Lava-Jato.
Gilmar converteu-se na linha de frente, dentro do STF, da "santa aliança" dos que temem e combatem a Lava-Jato. E isto ocorre exatamente agora, quando, com o acúmulo de provas e evidências já colhidas, e com as delações premiadas da Odebrecht, as instituições republicanas estão dando um combate exemplar à corrupção e criando a oportunidade histórica de acabar com a impunidade dos crimes de colarinho branco!
O objetivo de Gilmar é inviabilizar o trabalho, e colocar na defensiva, de todos os que, institucionalmente, estão envolvidos na luta contra a impunidade, os procuradores da república, particularmente os da força tarefa da Lava-Jato, os policiais federais e os juízes de 1ª e de 2ª instância, dentre eles o próprio juiz Sergio Moro.
Não podemos aceitar que impeçam este tão ansiado e necessário avanço da democracia brasileira! Estejamos atentos, mais uma vez, para não perdermos tudo o que já tão dura e generosamente conquistamos!
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