Há muitos anos li um livro cujo título era: "Todo mundo é incompetente, inclusive você!", de Lawrence Peter. Uma das suas teses centrais, é a de que cada um tem um nível máximo de competência, a partir do qual, em apenas um limiar acima, passa a ser incompetente. Naturalmente, esse livro acabou sendo considerado um livro de humor, mas fez enorme sucesso à época!
Pois bem, se alguém é elevado ao seu nível de incompetência, começa a fazer merda. Mas, muitas vezes o seu superior ainda quer contar com o ex-competente, e o "promove" a assessor ou a alguma coisa em que pareça ainda poderá ser útil! O autor denominou a isso de "promoção percuciente". Naturalmente, essa avaliação é feita pelo seu superior, que pode ele mesmo ser o verdadeiro incompetente.
Lembrei-me do livro agora, pois parece aplicar-se a essa situação do Alexandre de Moraes. Temer já decidiu promovê-lo a ministro do STF.
O meu temor ainda fica maior quando penso quem virá para ocupar o seu lugar como ministro da Justiça. Perdoem-me os otimistas, mas será para (tentar) articular a grande anistia aos que estão enrolados na Lava-Jato! Com isso, o Temer terá o apoio garantido do PT, do Renan e de toda a "santa aliança" que a combate!
Quanto ao Alexandre de Moraes, no STF será decepção garantida para os brasileiros! Mas, existencialmente, ele não se sentirá só: terá lugar garantido no baixo clero (*) da casa ao lado de Toffoli e Lewandowisk (e de outros, que omito para não causar muita polêmica).
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(*) Gostaria de esclarecer a concepção com que faço a dura classificação de baixo clero a um ou outro ministro do STF. Como minha formação não é jurídica, jamais me daria o direito de classificar ministros do STF por uma avaliação quanto à sua competência jurídica. Mas, como cidadão vivido, posso e me sinto em condições de avalia-los por seu comportamento e postura pessoal e política.
Classifico um juiz do STF como parte do baixo clero quando o vejo sistemática e consistentemente dando votos com coloração politico-partidária.
Ao agirem assim, deixam de cumprir a Constituição, que juraram defender. Considero que o STF deve ser instrumento fundamental para fazer avançar a democracia brasileira, particularmente, em uma conjuntura em que o sistema político-partidário está em crise e com baixa credibilidade pública, devido ao papel da corrupção no financiamento e manutenção do poder político.
Sem um poder judiciário isento não será possível que o próprio poder legislativo aprove as leis necessárias para acabar com a impunidade do crime de colarinho branco!
Juizes não isentos e partidários serão fatores de entrave para o julgamento justo dos indiciados na Lava-Jato, pois se acostumaram a dar votos de gratidão aos que os indicaram.
Já citei alguns cuja ação não isenta os têm desqualificado. Acho que o Alexandre Moraes tem grande probabilidade de vir a ser mais um, não só por sua filiação partidária ao PSDB, um direito legítimo seu, mas porque julgo que a sua condição de ministro da justiça do governo Temer o impedirá de ter a isenção indispensável em votos que afetem os interesses do governo ou de seus correligionários.
Parabéns pelo artigo, concordo contigo e, ainda, tenho outras restrições ao nome do Ministro Alexandre Moraes para o Excelso Prewtório.
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