quinta-feira, 19 de maio de 2022

Por uma candidatura a presidente, em nome da democracia, contra a polarização e para impedir a crise institucional

A eleição Presidencial polarizada entre o bolsonarismo e o lulopetismo, traz grave risco de crise institucional.

Embora os já engajados nas candidaturas de Bolsonaro e Lula queiram jogar para debaixo do tapete suas graves inconsistências, não é sábio que os democratas as desconsiderem.


O que me move, com este texto, não é de forma alguma importunar aos que pensem já estar decididos. Mas esse diálogo é necessário, pois o que está em jogo é o futuro de nossa democracia; ou seja, o interesse de todos os brasileiros de construir um país mais próspero, justo e respeitador das liberdades e dos direitos humanos.

Ambos, Lula e Bolsonaro, revelam-se personagens de um Brasil que precisa ficar para trás, e mostram que estão aprisionados às propostas reacionárias que praticaram em seus governos. Suas atuações no exercício de seus mandatos são a maior demonstração de que não passaram na prova que os façam merecedores de serem reeleitos, pois, a prática é o critério da verdade.

Lula, enquanto Presidente, promoveu a maior roubalheira organizada realizada por um chefe de executivo. Praticou o que podemos chamar de corrupção estratégica, planejada para financiar a conquista e a manutenção do poder político por longo prazo; foi um projeto partidario; por isso, foi condenado e preso, bem como algumas das maiores lideranças do PT. Para voltar a disputar o poder, induziu o STF a grave erro judiciário para retirá-lo da cadeia e anular suas condenações, o que levou a Suprema Corte a uma perigosa perda de credibilidade perante milhões de brasileiros. Leva-lo de volta ao exercício do poder significará cegueira inadimissível, e consistirá em imensa irresponsabilidade histórica.

Bolsonaro, eleito com a bandeira de trazer moralidade à política brasileira, e para impedir a volta do PT ao governo, atuou, em traição ao seu eleitor, decisivamente, para acabar com a Lava-Jato, e tudo fez para blindar os corruptos do seu governo e os malfeitos do seu clã familiar. Mas isso apenas tornou visível para todos os atributos que já revelara antes: para os seus camaradas do Exército, quando, ainda como tenente, tiveram que expulsa-lo dos quadros da força por planejar explodir bombas em quartéis; para os seus pares deputados federais, um parlamentar ausente e irresponsável, defensor de torturadores e de milicianos, que aprendeu e ensinou aos seus filhos a prática das rachadinhas. A mesma irresponsabilidade revela como Presidente. Agora deseja governar como ditador, apoiando propostas antidemocráticas de fechar o STF e o Congresso Nacional; temeroso de não ser reeleito, coloca em dúvida a idoneidade das urnas eletrônicas e ameaça virar a mesa chamando os seus radicais armados caso seja derrotado; por fim, desrespeita as Forças Armadas deixando em dúvida o seu compromisso com a lei, a ordem e a Constituição. Por isso, e por um rozario imenso de outras irresponsabilidades, demonstra incompatibilidade com o cargo; e levá-lo de volta ao exercício do poder trará um grave risco à continuidade do Estado Democrático de Direito.

Não é demais dizer: esta polarização é a maior demonstração de que nossas instituições democráticas estão em grave risco. Precisamos falar com toda a clareza: existe uma bomba institucional prestes a explodir, pois estes dois personagens, os piores candidatos, são exatamente, os que estão à frente nas pesquisas. Cabe aos democratas agirem, em tempo, para que não se dê a tragédia.

Mas precisamos, para aprofundar essa questão, mostrar alguns fatos:
  1. O controle dos bilionários Fundos, Partidário e Eleitoral, passou a ser o grande objetivo dos partidos;
  2. Somente têm acesso a eles os partidos que passem nas cláusulas de barreira;
  3. A discussão das questões programáticas e solução dos problemas mais candentes da população passaram a ser menos importantes do que as articulações eleitorais;
  4. A eleição presidencial foi federalizada. As alianças nos Estados passaram a ser mais importantes do que a Presidencial. Por isso, em quase todos os partidos, as alianças estaduais não guardam coerência com a aliança da eleição presidencial. P.ex., em um Estado um dado partido pode estar com Lula e em outro com Bolsonaro. Está instaurada e oficializada a traição;
  5. E os principais partidos, como se tudo estivesse normal e já perfeitamente resolvido, prosseguem, descontraídos, as suas composições nos estados. Não está normal, e não está resolvido!
Por que, então, mais uma vez, trazer essas questões? Porque julgo que o valor maior da democracia e os interesses maiores dos brasileiros precisam ser trazidos ao primeiro plano.

Articula-se, ainda, uma candidatura da chamada 3ª Via. São muito importantes as iniciativas de unidade que estão sendo tomadas pelo MDB, o PSDB e o Cidadania. E devemos olhar com atenção para a respeitável candidatura do PDT e de quem mais tenha compromisso sério com o Brasil. É imprescindível que adotemos um candidato em contraposição aos da polarização!

Saberemos, com grandeza, mudar os rumos dessa eleição?

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