quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Rumo à batalha dos falsos projetos

Penso que análises as mais respeitáveis podem, com base nas últimas pesquisas, apontar para um inevitável 2º turno com Bolsonaro e Haddad.


Mas eu não me dei por vencido, pois esta é uma lamentável configuração entre dois falsos projetos para a sociedade brasileira, entre o lulopetismo - do qual a sociedade está cansada - e o bolsonarismo, que expressa fundamentalmente, o anti-lulopetismo. São, ambos variações de visões populistas e autoritárias, e rotas alternativas para a Venezuela embora por caminhos diferentes!

O “anti-lulopetismo”, que deveria estar reduzido apenas ao que é, uma estratégia de combate e posicionamento eleitoral para claramente identificar o adversário a ser batido, converteu-se no próprio projeto, como se neste conceito militar pudessem estar os conteúdos das políticas públicas necessárias para tirar o país da crise!

Por que alguns projetos democráticos consistentes estão em vias de serem derrotados? Porque não se desvincularam de um dos componentes fundamentais do lulopetismo, o da “corrupção estratégica”, de assalto ao Estado, para financiar a conquista e manutenção do poder político!

O anti-lulopetismo, como um “não-projeto”, está derrotando, também, o que é ótimo, a “santa aliança” suprapartidária e supra-ideológica dos que temem e combatem a Lava-Jato-Jato. Entretanto, o que trágico, para muitos brasileiros Bolsonaro passou a simboliza-lo! Nisto, é preciso que se diga, as candidaturas do campo democrático estão fracassando!

Mas precisamos ser francos, Bolsonaro não disse o que propõe para o Brasil! O que ele nos promete é, sobretudo, uma fórmula geral de usar de mais violência para acabar com inimigos violentos. E, sinceramente, está à frente das pesquisas porque a facada do louco radical definiu o contexto da disputa eleitoral!

O que podemos fazer então, agora, até o dia 7/10, e até o último debate e a última pesquisa? Não esmorecermos, pois sempre poderá advir a emergência disruptiva da sabedoria de milhões de eleitores para quebrar esse jogo da polarização irracional, e canalizar, finalmente, os votos majoritários para uma candidatura que nos livre do mal maior! Devemos reconhecer que isso é improvável.

O paradoxal deste contexto eleitoral é que, todos sabemos, como dizem as próprias pesquisas, que, se levássemos este candidato democrático para o 2º turno, ele seria o novo presidente da república, pois receberia o apoio de uma ampla frente anti-bolsonarista, se disputasse com Bolsonaro, ou de uma ampla frente antipetista, se disputasse com Haddad!

O mais lamentável, entretanto, é que essas mesmas pesquisas apontam que em um segundo turno com Bolsonaro e Haddad o primeiro será o vencedor!

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