sábado, 20 de março de 2021

#InterdiçãoJá!

Não se pode mais deixar de tratar da necessidade do afastamento imediato do “capitão cloroquina” do cargo de presidente da república. O seu comportamento, as suas decisões e as suas ações estão trazendo graves prejuízos ao país.

É, exatamente, nas áreas de governo em que mais interfere que mais atrapalha, e em que causa mais confusão e mais desorganização. O maior exemplo é o caos em que ficou o Ministério da Saúde, que, em plena pandemia, vai, agora, para o seu quarto ministro. E a cada mudança piora, a ponto de nem conseguir cumprir a sua missão de coordenar com credibilidade e eficácia o enfrentamento à pandemia.

O capitão, com este fracasso, fez-se aliado do coronavírus e acelerou a perda irreparável de vidas. Os efeitos econômicos vieram em cascata: mais “lockdowns”, cada vez mais severos; aumento do número de quebras de empresas, principalmente das micro, pequenas e médias; agravamento da recessão econômica; finalmente, ao desemprego exacerbado e ao desespero das famílias. Às consequências nefastas, em conjunto, das ações perversas do capitão cloroquina podemos chamar de “efeito bolsovírus”(*).


Se, aqui, o presidente está sendo referido duramente, é para ressaltar o ridículo de sua insistência no chamado “tratamento precoce” com drogas como a cloroquina, e outras, que são ineficazes contra o coronavírus, de acordo com as autoridades de saúde e científicas nacionais e internacionais mais respeitáveis. E para ressaltar, de forma justa e precisa, as consequências de todos os seus erros trágicos.

Mas ele não recua diante de suas teses e opiniões, mesmo quando os fatos demonstram o quanto está errado. Vive como em uma realidade paralela; e não nos cabe mais ficar buscando racionalidade em suas  intenções, pois não nos cabe deixá-lo agir como o imperador Nero que, em delírio, mandou tocar fogo em Roma. O crime, quanto mais grave for em suas consequências, precisa ser interrompido enquanto ainda está sendo cometido. Não temos mais o direito de ficarmos passivos, e apenas analisando e aguardando os acontecimentos: a cidadania e as instituições democráticas precisam se mover!

Sem dúvida, defender o seu afastamento pode expressar apenas uma indignação moral individual com a sua ação criminosa; entretanto, cresce a convicção em dezenas de milhões de cidadãos de que o melhor é afasta-lo imediatamente! Não se trata de uma “esperteza” para afastar um adversário, mas de agir o quanto antes para impedir que ele cometa mais crimes!

Não somos escravos, nem prisioneiros, apenas, da fórmula das mobilizações de massas nas ruas, com milhões de brasileiros aglomerados, para manifestar a nossa indignação e determinar mudanças no rumo dos acontecimentos políticos. Elas são impossíveis no momento, porque estaríamos colaborando com a trágica aliança CORONAVÍRUS + BOLSOVÍRUS para aumentar ainda mais o número de infectados e de mortos..

Mas para cada problema colocado à sociedade, diante das circunstâncias, devemos buscar soluções específicas e criativas. Elas certamente existem, e as encontraremos.

Há algo que devemos examinar, se é que a realidade nos importa. Quer, mesmo, a sociedade ver-se livre do capitão cloroquina? Não se trata daqueles 30% que as pesquisas dizem apoiá-lo, mas aos mais de 50% que dizem rejeitá-lo, e aos famosos 70% que, em princípio, estariam propensos a vê-lo pelas costas.

Se, apesar disso, a sociedade não se mover para livrar-se dele, pelos meios legais e constitucionais, então existem outras razões que ainda não compreendemos. E cabe fazer todo esforço para isso, e não perdermos a convicção de que somente os fatos, abundantes, sobre a incapacitação do capitão, poderão demover os que ainda o apoiam circunstancialmente.

Todos esses 30% que as pesquisas dizem apoiá-lo concordam com a sua condução negacionista para enfrentar a pandemia, que nos levará, dentro de dias, aos 300.000 mortos? Concordam com o seu desejo manifesto de governar ditatorialmente e com o armamento do povo? Concordam com a sua política ambiental, que está destruindo a Amazônia? Concordam com a trágica condução da política externa, que está nos desmoralizando no concerto das nações? Concordam com a traição ao seu eleitor de abandonar a luta contra a corrupção e com suas ações para liquidar com a Lava-Jato? E concordam com tantas outras ações nefastas que têm sido cometidas pelo capitão em outros campos em obediência aos interesses do seu clã familiar?

Não, não é possível! É certo, existe um núcleo de “bolsonaristas de raiz” que pensam como ele, que o merecem, e que o seguirão em cada palavra e decisão. Talvez até tentem acirrar os ânimos com o uso da violência. Mas certamente a maioria desses 30% está insatisfeita, e desejará que as mudanças venham empunhando a bandeira da democracia.

O mais importante é perceber que o capitão cloroquina saiu da ofensiva, e está na defensiva sitiado dentro de sua cidadela.

As muralhas que a cercam estão prestes a ruir em algum ponto, e a maioria desses 30%, brevemente, se sentirá liberta para apoiar o projeto da democracia e contra o obscurantismo. Em que ponto, e quando, suas defesas irão ruir ainda é incerto, mas pode ser a qualquer instante, porque o Brasil deseja, e precisa, que isso seja logo; sobretudo, porque precisamos salvar dezenas de milhares de vidas e a própria economia! E o projeto do campo democrático é derrubar essas muralhas pacificamente!

#InterdiçãoJá

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(*) 

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