quinta-feira, 4 de março de 2021

COMO EVOLUIRÃO AS CIDADES APÓS A PANDEMIA?

Caros amigos, a pandemia, como já vemos, acelerará a mudança das formas de trabalho, que já vinham passando, mesmo antes, para formas descentralizadas e on-line, onde a mais radical é o “home office”, em que o cidadão não se desloca de sua residência.

Entramos, definitivamente, na era das compras e vendas on-line, e dos delivery’s de produtos perecíveis, somando-se aos já consagrados recebimentos, pagamentos e transferências on-line. A moeda passou a ser a digital. Em alguns países, como na China, praticamente já não se usa mais dinheiro, mesmo nas transações mais comuns no comércio.


Óbvio, a produção industrial permanecerá centralizada em instalações físicas, porém altamente robotizadas, exigindo que um número cada vez menor de pessoas se desloque diariamente para essas instalações. A inteligência humana, cada vez mais, trabalhará à distância. O comércio e os serviços já estão sofrendo mudanças equivalentes.

Terá que haver uma rápida reconversão do modelo de escritórios centralizados e da utilização dos existentes para novas finalidades. Como isso afetará os centros urbanos que alimenta sua economia com milhões de pequenos serviços para atender as massas que se deslocam diariamente de suas residências para o local de trabalho? Como ficarão cidades como Nova York?

Como deverão ser reprojetados os transportes públicos para atender massas que mudarão o volume, a direção e o sentido de seus fluxos?

Como serão reprojetadas as novas cidades asiáticas que construíram recentemente arranha-céus com centenas de andares, moderníssimos e caros, para expressar simbolicamente os seus sonhos de desenvolvimento econômico e poder? O que farão com esses prédios preparados para receber diariamente, em movimento, a população de uma verdadeira cidade? Serão reconvertidos para prédios residenciais?

Como serão redefinidas as oportunidades de encontro, as relações afetivas, o lazer, e as atividades culturais, turísticas, etc.?

Este novo momento, acelerado pela pandemia, já fora precedido pela revolução científico-tecnológica da era digital. Entramos na era da inteligência artificial, com o trabalho humano sendo substituído pelo de robôs, em um mundo que será cada vez mais conduzido e controlado pelos algoritmos que rodam silenciosamente sem que sequer tomemos conhecimento deles.

Os sistemas vinculados à internet, com informações abundantes sobre os cidadãos, e sobre nossas preferências, nos transformaram em produto e deram surgimento à chamada “sociedade de vigilância”, onde até mesmo os nossos passos, faces e comportamentos serão monitorados. Como evoluirão os sistemas políticos, a democracia e a liberdade individual?

Claro, tudo isso tem solução. Nunca cessará a esperança e a busca da felicidade. O Homo Sapiens resolverá os novos problemas e se adaptará. Muitas profissões desaparecerão e novas surgirão. Mas estarão mais preparadas as sociedades mais organizadas cultural e politicamente, e que saibam melhor cooperar e decidir coletivamente.

A melhor estratégia existencial de cada indivíduo, em busca da sua felicidade, continuará sendo aproveitar a vida e viver o momento presente como sabe, da melhor forma possível, sem esquecer suas responsabilidades como cidadão.

As possibilidades de futuro, largamente incerto, não nos trazem, entretanto, necessariamente, trágicas perspectivas. Como sempre, ele poderá ser tão bom quanto queiramos, ou até muito bom. Depende de todos e de cada um de nós, e de como decidamos construir esse futuro.

São muitas as perguntas. Aqui estão apenas umas poucas. Como se saíra o Brasil disso?

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