sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

FONTES DO PRECONCEITO, DA VIOLÊNCIA E DO RACISMO

Muitos judeus, particularmente os “biblicistas”, praticantes de uma religiosidade fora do seu tempo, dizem, e acreditam, que no velho testamento está a “palavra de Deus”; nele está dito que os judeus são o “povo escolhido por Deus”.

De forma fundamentalista, como muitos evangélicos e praticantes de um cristianismo atrasado, tomam a Bíblia não como fonte de sabedoria, mas como a “verdade”, “definitiva”, “acabada”, e carregam estas visões para o seu comportamento político e para as suas relações com os praticantes de outras religiões e com outros povos.

Como é óbvio, os palestinos são as suas principais vítimas, pois acreditam ser legítimo que no território “sagrado” de Israel haja apenas o Estado dos judeus.


Esse tipo de concepção é hegemônico na extrema direita israelense e esta tem sido a principal fonte de resistência à criação do Estado Palestino.

E a violência exacerbada ainda encontra espaço maior sob Netanyahu, o líder esperado quase como um messias, que se tornou realidade, para resolver “em definitivo” esta questão.

Consequência: a guerra “Israel-Hamas” transformou-se em um fator de desestabilização geopolítica e um risco à própria paz mundial.

Não será surprendente que uma de suas consequências venha a ser a vitória de Trump nas próximas eleições americanas e o crescimento da extrema direita no cenário internacional.

Claro, essas sombrias perspectivas poderão não ocorrer se os rumos da guerra - e da própria política em Israel - mudarem, em lealdade à memória dos grandes judeus que se inscreveram como alguns dos formuladores das bases do pensamento mais progressista, democrático e científico da humanidade.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Somente a multipolaridade poderá construir um mundo de paz! (*)

Para ser bastante direto e franco: a multipolaridade para Lula é uma palavra vazia, não passa da bipolaridade que sempre praticou e pratica, bem como a maioria dos militantes petistas e da própria esquerda brasileira. 


Se um dia esse pensamento bipolar foi sincero e autêntico, embora defasado do seu tempo, hoje tornou-se “esperteza”, colhendo dividendos dele ao valer-se do igualmente pensamento bipolar do bolsonarismo e da extrema-direita brasileira e internacional. 

Encontra, até com sinal contrário, parceiros e aliados em toda parte, como o é a política de Estado israelense que rejeita a criação do Estado Palestino.

A multipolaridade praticada pela China está inserida organicamente em sua história, cultura, política externa e ideologia. Esta é consistente. (**)

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(*) Texto publicado originalmente em minha LT no Facebook em 21/02/24. Retorno, para ilustrá-lo, ao artigo original que publiquei em 24/04/23, cujo link está abaixo.

sábado, 10 de fevereiro de 2024

O golpe que Bolsonaro quis dar, e tentou dar, mas que não teve apoio das F.A. para dar (*)

Desde cedo pairou uma dúvida legítima sobre se as Forças Armadas estariam engajadas, enquanto instituições, no golpe de Estado que sabidamente Bolsonaro queria dar.


Mesmo após o 8/01/23, frustrado o golpe, perdurou esta dúvida devido ao claro envolvimento dos generais palacianos que o cercavam. Mas estes, em que pese toda a influência que usaram no projeto do golpe, não conseguiram envolver a cadeia de comando das Forças Armadas. 

A divulgação do vídeo da reunião ministerial de 5/07/22, portanto de meses antes das eleições, demonstra com imagens, audio e cores o envolvimento desses generais puxa-sacos e carreiristas seguidores do tenente-presidente tresloucado, que no passado já tinha sido expulso das Forças Armadas.

No dia 17/01/23, dias após a tentativa desesperada e brancaleônica do golpe do dia 8 de janeiro, manifestei a minha opinião por meio do artigo “O golpe que Bolsonaro quis dar, e tentou dar, mas que não teve apoio das F.A. para dar” (**). A análise apresentada, que se deu em cima dos acontecimentos, está sendo corroborada pelos fatos que as investigações estão trazendo à luz.

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(*) Retomada do artigo de 17/01/23 à luz dos fatos novos trazidos pela investigação da tentativa de golpe de 8/01/23.

domingo, 21 de janeiro de 2024

A análise de Aldo Rebelo sobre a tentativa de golpe de 8/01/23

Em se tratando de quem é, que marcou sua vida por ocupar cargos relevantes, como Presidente da UNE, quando estudante, Presidente da Câmara, como Deputado Federal, Ministro da Defesa, e militante de esquerda. Ainda exerceu, por outras três vezes, cargos de ministro em governos petistas. Aldo Rebelo é uma voz autorizada.


Sua opinião sobre os eventos de 8/01/23 aqui está, clara e em bom som. É aquilo que em ciência se faz necessário: o teste do contraditório e da contraprova. Resistirá, perante a história, a hipótese de que houve realmente uma tentativa de golpe orquestrado com o apoio das Forças Armadas?

segunda-feira, 20 de novembro de 2023

Usos e abusos da bandeira de Israel

Na contramão dos pensadores e intelectuais progressistas judeus, e comprometidos com a democracia, por que a extrema-direita atual gosta de desfraldar a bandeira de Israel?


A resposta rápida e clara, sem subterfúgios, é que a extrema-direita israelense, liderada por Netanyahu, tem hegemonia no governo de Israel. Não por menos Netanyahu é adjetivado de nazisionista por muitos de seus compatriotas israelenses.

segunda-feira, 6 de novembro de 2023

Não se trata de pessimismo. Trata-se de lógica!

Não se trata de pessimismo. Trata-se de lógica!


Não por menos a extrema-direita começou, até no Brasil, a desfraldar as bandeiras dos EUA e de Israel nas manifestações de Bolsonaro. Até na intentona golpista do 8/01/23 um desses imbecis portou a bandeira de Israel.

Para os que não têm memória, ou gostam de usá-la seletiva e convenientemente, Trump deu pleno apoio à extrema-direita israelense, liderada por Netanyahu, à negação aos palestinos de terem reconhecido o seu Estado e para a instalação de novas colônias judaicas no território palestino da Cisjordânia. 

Netanyahu, em jogo estratégico bem conhecido, fortaleceu o Hamas em detrimento da Autoridade Palestina, para alcançar o seu objetivo principal de não deixar que se criasse o Estado Palestino. Colheu, já desmoralizado, as trágicas consequências!

O Hamas e a extrema-direita israelense no poder são simétricos em suas responsabilidades pela guerra. O Hamas não aceita a existência do Estado de Israel. Netanyahu e os seus liderados não aceitam que o Estado Palestino exista!

A grande virada geopolítica que se seguirá, traz risco maior de guerras e de fragilização das democracias em todo o mundo.

Quem apoia o massacre de palestinos?

Definitivamente, os judeus e, consequentemente, Israel, não são contra os palestinos.


Quem o é é a sua extrema-direita ultranacionalista, fundamentalista e racista.

O que está havendo em Gaza não é uma guerra contra o Hamas, muito menos ações operacionais e de inteligência para resgatar prisioneiros!

O que está havendo é a continuidade da política de Netanyahu para inviabilizar a criação do Estado Palestino. A extrema-direita está se valendo da comoção criada com a violência do Hamas e com a captura de prisioneiros para colocar a população israelense e as suas forças armadas prisioneiras dos seus desígnios.

E, como toda extrema-direita, adoram “soluções finais e definitivas”. Adoram limpezas étnicas e genocídios!

A inteligência tem que voltar a prevalecer!

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… e, ao final, após toda a barbarie, não há qualquer garantia de que o Hamas, um grupo naziterrorista, será exterminado e de que os prisioneiros sejam resgatados com vida!