terça-feira, 11 de junho de 2019
Por que defendo a Lava-Jato?
terça-feira, 23 de abril de 2019
O mito está nu
Quanto a Bolsonaro me faço, frequentemente, algumas perguntas quando o vejo um líder dependente de um guru desqualificado ou das posições ou ações inconsequentes de seus filhos; ou mesmo quando o vejo cometendo trapalhadas quase diárias (*).
Cada membro de sua equipe foi nomeado por ele e depende do seu poder de caneta. Ele conseguirá trabalhar com eles se forem realmente competentes, preparados e adequados para os seus cargos? Conseguirá unir sua equipe, ou se sentirá humilhado se eles se mostrarem mais preparados que ele em suas respectivas áreas como cabe aos especialistas? Aceitará os seus conselhos?
Aceitará tomar decisões estudadas, informadas e racionais? Aceitará trabalhar com o método sistemático e planejado, indispensável, do seu Estado Maior para tomar decisões estratégicas? Conseguirá ter a visão de um Estadista nas relações internacionais? Saberá unir os brasileiros em torno de um projeto nacional?
Perdoem-me os que trabalham mais com a fé do que com os fatos, aos que buscam “salvadores”, ou aos que o vêm como um herói vingador, como que saído de uma história em quadrinhos ou de um vídeo game para exterminar fantasmas ou comunistas. Breve terão que aceitar que Bolsonaro é uma mera ilusão, pois ele os decepcionará completamente. Nem será o estadista nem se realizará como o mito salvador.
Além disso, e é bom que comecem a considerar seriamente esta questão, Bolsonaro teria o equilíbrio e saúde mental indispensável para exercer o cargo de Presidente?
Mas não acho que estamos perdidos. Claro que não, pois não podemos esperar até 2022 para começar a solucionar os nossos graves problemas. Basta que, como democratas, cuidemos para que ele não atente contra o Estado Democrático de Direito, deixe os seus ministros competentes trabalharem, demita os ministros incompetentes e seguidores do Olavo de Carvalho, substitua-os por competentes democratas provados e, finalmente, estabeleça limites para os seus filhos para que não causem mais problemas.
Estas são breves e humildes sugestões de um democrata.
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(*) Pós escrito, em 24/04/2021. No dia 22/05/2020, por ordem do ministro Celso de Mello, foi divulgado o vídeo da Reunião ministerial do dia 22/04/2020; portanto, um mês após a sua realização. Nesta reunião o Mito ficou nu, revelando não apenas a sua intenção de intervir na PF para proteger o seu filho enrolado, Flávio Bolsonaro, mas, sobretudo, a sua desqualificação moral, inclusive mental, para o cargo de presidente da república.
Em abril de 2020 afastam-se dois dos melhores e mais íntegros ministros do governo Bolsonaro: Mandetta, a 16/04/2020; e Moro, a 24/04/2020, depois da reunião ministerial. Em ambos casos por divergências intransponíveis com o presidente, sendo que os que se afastaram estavam certos em sua razões.
quarta-feira, 30 de janeiro de 2019
Precisamos entrar no Séc. XXI!
sábado, 19 de janeiro de 2019
A ESPERANÇA TRAÍDA
Quer voltar à presidência do país. Além do foro privilegiado, a que mais pretenderia, com sua retórica repetitiva, rasa e sua falta de projeto para o país que tenha substância e signifique sair da crise, incubada já no seu governo e agudizada num governo de um vice presidente que foi feito justamente por ele e sua criatura?"
sexta-feira, 2 de novembro de 2018
Moro, uma referência moral
Fiz duas pequenas postagens em minha linha do tempo no Facebook relativas à ida do Juiz Sergio Moro para Ministro da Justiça de Bolsonaro:
- A primeira, no dia 30 de outubro de 2018.
" Sou contra que o juiz Sergio Moro vá para o Ministério da Justiça.
Prefiro que ele continue como o mais importante e eficaz juiz de primeira instância da justiça brasileira!
Seria um erro Bolsonaro fazer e Moro aceitar este convite!"
- A segunda, no dia 2 de novembro de 2018, após a sua aceitação.
" Torço por Moro, porque torço pelo Brasil! Agora que a decisão está tomada, só resta esperar que dê certo!
O meu maior temor é que essas personalidades difíceis - as de Bolsonaro e Moro - não se entendam! E se isso tiver que acontecer, não levará muito tempo.
Moro irá para um outro ambiente, o das intrigas da corte, com muitos interessados, de dentro e de fora, para tentar fazer com que se desentendam!
Como um superministro, a ciumeira e as intrigas começarão imediatamente!
Se isso acontecer, e se Moro for atropelado, ele será exonerado e desmoralizado! Perderá ele, a Lava-Jato e o Brasil."
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Pós escrito (em 26/09/2020)
Todos se lembram que Moro, foi convidado para ser ministro da Justiça e da Segurança Pública após a proclamação da vitória de Bolsonaro no 2º turno (*). Este convite recebeu grande apoio da opinião pública, pois os brasileiros entenderam este gesto como um compromisso do presidente em apoiar o aperfeiçoamento das instituições jurídicas para combater com mais eficiência a corrupção e o crime organizado. Moro acreditou nisso e assumiu o risco de deixar uma carreira bem sucedida de mais de 20 anos como juiz. A Lava-Jato, conduzida por servidores públicos abnegados, competentes e corajosos, PFs, Procuradores e outros Juízes, tornara-se a operação anticorrupção mais bem sucedida da história do Brasil. Pela primeira vez foram condenados e presos alguns dos políticos e empresários mais poderosos do país envolvidos com crimes de colarinho branco.
Mas quem diria, Bolsonaro o traiu e tornou-se o maior inimigo da Lava-Jato!
As circunstâncias do pedido de demissão de Moro foram acompanhadas por todo o Brasil. A razão não foram as "intrigas da corte", que não deixaram de existir; quanto a estas, até, Moro, com o seu temperamento equilibrado, mostrou saber contornar.
A razão principal foi que Bolsonaro decidiu intervir na Superintendência da Policia Federal do Rio de Janeiro para proteger o seu filho, senador Flávio Bolsonaro. Moro não concordou com essa interferência não republicana, pois uma das premissas do sucesso institucional na luta contra a corrupção, deposita-se, exatamente, no respeito à autonomia investigativa da PF. Mas Bolsonaro não pretendia apenas substituir o Superintendente, pretendia substituir, também, o Diretor Geral da PF. E, óbvio, não pretendeu fazê-lo em comum acordo com o seu ministro.
A situação ficou insustentável. A reunião ministerial do dia 22 de abril de 2020, cujo vídeo foi divulgado por determinação do ministro Celso de Melo do STF, demonstrou claramente isto. Moro pediu demissão logo após, quando, por telefone, foi informado pelo Presidente que decidira nomear o policial Ramagem como novo Diretor Geral da PF sem consulta-lo. Com esse gesto impediu essa nomeação, e tornou transparente, para toda a nação, a intenção totalitária de Bolsonaro de transformar a Policia Federal em polícia política a serviço dos seus interesses particulares. Conseguirá? Não, se a PF, enquanto instituição, e se os democratas, que são a maioria dos brasileiros, souberem resistir!
Bolsonaro, com isso, mostrou o seu desespero e a sua incompatibilidade com o cargo, sobretudo ao constatar as investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro, e da própria Polícia Federal do Rio de Janeiro, devassando o comportamento criminoso do seu filho; e porque o que foi surgindo mostrou não apenas as "rachadinhas" na ALERJ, quando foi deputado estadual, mas as suas íntimas relações com os milicianos abrigados em seu gabinete parlamentar. E esta relação, todos sabem, foi iniciada e cultuada pelo chefe do clã. Existe vasta documentação sobre isto!
Moro, ao pedir demissão, em uma situação já insustentável, produziu o maior libelo público contra Bolsonaro, que terá que prestar depoimento à Polícia Federal, e cujo comportamento passou a ser o de quem teme e foge da justiça.
Em contrapartida, Moro, com sua integridade se transformou em referência moral para a nação! Já o era antes de ser ministro, porque liderou a maior operação anticorrupção da história do país; e, sobretudo, porque, após ser ministro, mostrou que não se vende e teve a coragem de colocar o guizo no pescoço do gato!
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(*) Moro foi convidado por Bolsonaro para compor o ministério após a proclamação de sua vitória no 2º turno. Devido à sua compostura de juiz, Moro não fez qualquer declaração de apoio a qualquer candidato nos 1º e 2º turnos da eleição presidencial, e até hoje não se sabe em quem votou. Existe até mesmo um fato periférico, relatado pelo próprio Bolsonaro (entre magoado e arrogante), de que, tendo encontrado ocasionalmente com Moro, durante a campanha eleitoral, em um aeroporto, dirigiu-se a ele e este o tratou com frieza e indiferença.
De fato Bolsonaro foi o principal beneficiário em 2018 do clamor público favorável à Lava-Jato. Os principais partidos, o PT, o PMDB, o PSDB, o DEM, os partidos do Centrão, etc., porque tiveram algumas de suas principais lideranças pegas com a boca na butija, passaram a temer e combater a Lava-Jato. Bolsonaro, por não ter sido dúbio ao apoiá-la durante a campanha eleitoral, recebeu, em votos, os dividendos por ter tido esse posicionamento claro.
A Lava-Jato não foi um conluio ou uma conspiração para condenar Lula e tirá-lo da disputa; mas foi um clamor público (vide 2013) de milhões de brasileiros, como ainda o é hoje. Todos sabem que a corrupção e a impunidade prejudicam imensamente ao país. Até na pandemia os criminosos têm a audácia de desviar recursos da saúde. Os fatos que vieram à luz com o chamado “Petrolão”, após o mensalão, exigiram uma resposta rápida e imediata da sociedade e da justiça, em tempo de expurga-los do processo eleitoral. Não perdoam a Moro, porque pela primeira vez um “juizeco” de 1º grau teve a coragem de cumprir o seu dever.
A bandeira do combate à corrupção e para acabar com a impunidade, ao contrário de ser um estratagema da direita, tem um caráter democrático; é, portanto, um valor fundamental, que permanece tão atual hoje como em 2018, assim como permanecerá em 2022.
Por isso, os desdobramentos descritos neste post mostram que os democratas não podem deixar que essa bandeira permaneça demagogicamente nas mãos de Bolsonaro ou seja recuperada por ele, o que certamente tentará.
É de se prever que, embora tenha sido desmascarado, tentará retoma-la com ações meramente “espetaculosas”, inconsequentes e sem desdobramentos judiciais, que terão por objetivo apenas, e com a mesma demagogia, recuperar os votos de milhões de eleitores que passaram à oposição, porque perderam a confiança nele com a saída de Moro.
terça-feira, 30 de outubro de 2018
Medindo o tamanho do campo democrático
Na natureza física, o acúmulo da massa crítica radioativa produz a explosão nuclear; na sociedade, o acúmulo de irracionalidade nascido do confronto radical entre anti-projetos produz a escalada da violência e a explosão social.
Os votos de Bolsonaro, Haddad, Abstenções e os Votos Nulos e Brancos são representados por áreas e cores proporcionais ao seu peso percentual. A figura foi construída com os dados oficiais divulgados pelo TSE na tarde do dia 29/10/18 (ver quadro anexo).
É extremamente importante Bolsonaro ter clareza de que esses 33 milhões de eleitores que não apoiam nem ao seu projeto nem ao do lulopetismo, somados aos votos dos que apoiam (de raiz) ao lulopetismo são potencialmente de oposição ao seu governo, e superam, de muito, a soma de votos de seus apoiadores. E esses mesmos 33 milhões de eleitores somados aos votos dos que apoiam (de raiz) ao bolsonarismo superam, de muito e em pelo menos mais 10 milhões de eleitores, aos apoiadores do lulopetismo. Esta é como uma fotografia instantânea tirada no dia 28/11/18. Mas todos sabem que a política, como as nuvens, é dinâmica e move-se, apresentando-se cada vez de uma forma diferente!
Alguns chegariam a estimar que a expressão política deste posicionamento - simultaneamente anti-bolsonarista e antilulopetista - superaria à própria votação obtida por Bolsonaro. A conferir.
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quarta-feira, 3 de outubro de 2018
Rumo à batalha dos falsos projetos
O mais lamentável, entretanto, é que essas mesmas pesquisas apontam que em um segundo turno com Bolsonaro e Haddad o primeiro será o vencedor!