terça-feira, 27 de julho de 2021

O verde e amarelo é o tom do projeto político da democracia

O que deve nos unir é sermos democratas; e mesmo o mais ingênuo esquerdista de hoje, o que vez por outra ainda tem recidivas da doença infantil do comunismo, sabe que a nossa luta é para resistir ao projeto totalitário de Bolsonaro. E isto exige unir todos os democratas, de esquerda, de centro e de direita.


Parte da esquerda, óbvio, continuará levando as suas bandeiras vermelhas. Eu pertenço a esta tradição, mas levarei o verde e amarelo. Muitos, rapidamente, compreenderão que esta é a posição correta, e espero que breve seja assumida pela maioria da esquerda.

O vermelho logo se reduzirá a manchas, quer por clareza dos democratas de esquerda, quer porque quem não é de esquerda preferirá o verde e amarelo. E este conjunto de democratas, a maioria dos brasileiros, precisará entrar em cena para responder ao apelo da necessidade histórica!

Claro, o PT quer que as manifestações continuem vermelhas, porque, por cálculo, sabe que manter a polarização é a melhor tática para levar Lula ao 2º turno. Mas isto é o mesmo que pretender projetar o futuro do país olhando pelo retrovisor da história; e repetir os mesmos erros.

O PT abandonou, com isso, a resistência democrática e joga irresponsavelmente na radicalização. Mas não é o que a maioria dos democratas pensa, inclusive os que, hoje, estão indo às manifestações artificialmente “vermelhas”.

O verde e amarelo, que é o tom do projeto político da democracia, em breve tomará as ruas; e, para tristeza dos que já estão na campanha do Lula, essas manifestações deixarão de ser palanque para a sua candidatura.

quarta-feira, 21 de julho de 2021

Os vendilhões do templo

Se há tantos vendilhões do templo usando o nome de Deus em vão, por que eu - ou você - não podemos dar o nosso palpite?

Vamos ser francos: Jesus já deve estar de saco cheio com esse falso messias picareta que se elegeu presidente do Brasil!

Qual a lógica utilizada pelos vendilhões do templo?
  • Transformaram Jesus em mercadoria. E se você quiser a graça de Jesus, tem que pagar o dízimo. Vão te dizer que isto já está na Bíblia, a palavra indiscutível de Deus. Pronto, milhões de cidadãos crédulos são convencidos pelas igrejas atuais, com narrativas convenientes, de que esta é a Lei de Deus; uma prova necessária e suficiente, o que você acha?
  • Jesus, enquanto mercadoria, é um produto acima de qualquer suspeita. Se você pretendeu uma graça de Jesus, rezou por isso, e não a conseguiu, óbvio, a culpa não foi de Jesus, que é infalível, mas apenas sua, que não teve fé suficiente!
Com essa lógica, fortunas, religiões, igrejas e templos imensos têm sido construídos!

Pois bem, o cidadão bem informado aprendeu a fugir e a proteger-se dos charlatões. Mas existe um contingente imenso de cidadãos com imensa carência espiritual e material que são por eles enganados.

Os políticos sem princípios vivem bajulando e aliando-se aos chamados pastores charlatões que usam sua influência para negociar votos.

Hoje, Bolsonaro faz isso, e é apoiado por dezenas de denominações religiosas neopentecostais.


Mas antes dele gerações de políticos têm se aproveitado da fé (ou da boa fé) para conquistar o poder! Quem esqueceu-se, p.ex., que a presidente Dilma, em 2014, compareceu à inauguração do “Templo de Salomão”, a convite de Edir Macedo, e pousou para todas as fotos desejadas por sua campanha para que recebesse os votos das ovelhas da Universal. Como poderia recusar? Lá estavam, também, o seu Vice, Temer, o governador de São Paulo, Alckimin, e Haddad; estes dois últimos seriam candidatos a presidente em 2018 pelo PSDB e pelo PT. As duas fotos abaixo, claras por si mesmas, foram tiradas na inauguração do Templo.



Bem, como eu não sou pastor, não abri templos, não cobro dízimo para salvar almas ou vender milagres, sinto-me com muito mais autoridade para prever que Jesus não está de forma alguma interessado na reeleição do Capitão picareta. Duvida? Com quem você fica? Com a minha intuição ou com a “fé” do Edir Macedo?

Assunto incômodo, não é? Mas precisa ser enfrentado! E você não precisa perder a sua fé para isso!

sexta-feira, 9 de julho de 2021

Bolsonaro em queda

As pesquisas DataFolha divulgadas na imprensa no dia 8/07/21 mostram um momento de inferno astral do capitão cloroquina.

Naturalmente, os seus apoiadores se apressarão em afirmar que essas pesquisas são forjadas, e que tudo não é mais do que parte de uma conspiração Globo-DataFolha. Sempre a Globo! No passado o PT já disse isso também, mas, agora,  a está levando muito a sério, embora não necessariamente gostando, pois o DataFolha sempre gozou de alta credibilidade dentre os seus analistas.

Existem dados objetivos para justificar uma preocupação real, que já se reflete no precário estado emocional em que o capitão se encontra, o que demonstra com a sua aparência conturbada e falas desconectadas com a realidade: as mais de 530.000 mortes pela COVID-19 em 8/07/21, e o desvendamento da corrupção em seu governo, que já começara com o ministro Salles, do meio Ambiente, e as que, agora, vieram à luz com as negociatas para aquisição de vacinas no ministério da Saúde, inclusive envolvendo militares, como mostrado na CPI da pandemia. E em todos os casos está a marca dos crimes de responsabilidade cometidos pelo presidente.

Mais uma vez, ameaça virar a mesa com a nota que obrigou os chefes militares a redigirem, contra as suas vontades, em defesa de militares corruptos e incompetentes do baixo clero das forças armadas.

Não fosse pouco, o bravo capitão tornou-se prisioneiro do “Centrão”, que continuará cobrando caro, com mais corrupção, a blindagem contra o impeachment. E o seu desespero ainda é maior pela certeza de que o abandonarão logo que perceberem que a direção dos ventos realmente mudou na opinião pública.

Abaixo, os dados da pesquisa data folha divulgados no dia 8/07/21 (*):



Editado pela Globo, com informações adicionais:


Imagem do presidente (**):

                                          Edição de Carlos Alberto Torres

Sem dúvida, uma dura pesquisa, pois nenhum presidente de qualquer país gostaria de vestir a pele do capitão com esta tão completa e triste avaliação pública. Mas é, também, um caso raro de uma desgraça pela qual ele é o único culpado. O que importa são as tendências; muita água ainda irá rolar até as eleições de 2022.

Para desespero do capitão, essas tendências apontam para retirá-lo do 2º turno das eleições de 2022. Neste caso, o desespero não será apenas dele, mas, também, de Lula, que, se disputar no 2º turno com um candidato da 3ª Via será derrotado.
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quinta-feira, 8 de julho de 2021

A tentação autoritária

O desrespeito à Constituição é um problema grave em nosso país.

A nota dos ministros militares divulgada no dia 7/07/21, quarta-feira, colocando-se em defesa corporativa dos seus corruptos no governo, é um grave exemplo.


Mas qualquer brasileiro, seja ele civil ou militar, que se valha das suas funções no Estado para roubar deve ser punido!

A luta contra a impunidade tem um caráter democrático, e quem é contra, seja civil ou militar, atenta contra a democracia!

Alguns dos maiores protagonistas de nossa vida política não têm grande apreço pela Constituição.

O PT, p.ex., torceu o nariz para assiná-la, e, quando no governo, montou o maior esquema de corrupção de nossa história para assaltar o Estado.

No STF, alguns ministros a rasgam, continuamente, quando é necessário ao seu “negócio” de anular condenações e libertar corruptos poderosos.

Esse desrespeito está em toda parte, daí a instabilidade de nossa democracia!


Íntegra da nota (*):

"O Ministro de Estado da Defesa e os Comandantes da Marinha e do Brasil, do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira repudiam veemente as declarações do Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, Senador Omar Aziz, no dia 07 de junho de 2021, desrespeitando as Forças Armadas e generalizando esquemas de corrupção.

Essa narrativa, afastada dos fatos, atinge as Forças Armadas de forma vil e leviana, tratando-se de uma acusação grave, infundada e, sobretudo, irresponsável.

A Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira são instituições pertencentes ao povo brasileiro e que gozam de elevada credibilidade junto à nossa sociedade conquistada ao longo dos séculos.

Por fim, as Forças Armadas do Brasil, ciosas de se constituírem fator essencial da estabilidade do País, pautam-se pela fiel observância da Lei e, acima de tudo, pelo equilíbrio, ponderação e comprometidas, desde o início da pandemia Covid-19, em preservar e salvar vidas.

As Forças Armadas não aceitarão qualquer ataque leviano às Instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro”.

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quarta-feira, 7 de julho de 2021

Por um mar democrático de verde e amarelo!

Permitam-me uma reflexão pessoal.

Dirijo-me, em particular, aos que se preocupam em passar por “bolsonarista”, se forem às manifestações levando o verde e amarelo de nossa bandeira. Essa, sem dúvida, é uma preocupação legítima, principalmente se carregamos no mais íntimo de nossa formação política uma consciência democrática.


No meu caso, somo a isso o de ser um democrata de esquerda, pois essa é a história de minha vida como cidadão.

Mas, falo por mim, não temo isso, como não o temi no último sábado, 3/07, quando sai portando uma imensa bandeira do Brasil, pois ninguém irá tornar-me o que não sou.


Agressões morais, portanto, não me atingiriam, e não ocorreram!

Eu temeria uma agressão física? Eventualmente isso poderia ocorrer, pontualmente, mas fica difícil se eu estiver acompanhado, como estive, e se tiver os mesmos cuidados que tomo, diariamente, quando saio à rua!

Mas não ostentei o meu verde e amarelo como uma provocação aos “vermelhos”! Mas como uma proposta de unidade para lutar contra o projeto totalitário do capitão e no movimento do “Fora Bolsonaro”, pois estou convencido de que quanto mais verde e amarelo o movimento tiver, mais amplo e mais forte ele será para atingir os seus objetivos!

Fui em paz e voltei em paz!

O mais importante, talvez, será o que direi agora. Sim, lá estavam os PCOs e PCBs, que quase não conseguem eleger um vereador, “avermelhando” as ruas. Mas, se parecem muitos hoje, serão meras manchas quando o verde e amarelo tomar as ruas!

Mas lá estavam, principalmente, em sua maioria, os cidadãos que não são filiados a qualquer partido! Me permitam dizer: acho que eles gostaram de ver o verde e amarelo antibolsonarista!


Pois bem, despreocupe-se, por um momento, com quem controla os carros de som, pois, se o verde e amarelo democrático tomar as ruas logo o discurso mudará!

Minha sugestão simples: coloque um tom verde e amarelo, leve a sua bandeira do Brasil, ou, se quiser, apenas um lenço ou uma máscara com esses tons, vá com os seus amigos, também desejosos de participar, e conclua, por si mesmo, que o Brasil está às vésperas de uma mudança política importante.

Depois volte para casa, feliz, aliviado, ileso e convencido, como eu, que esta terá sido uma contribuição mínima, pequena, mas importantíssima, para fazer surgir uma alternativa democrática capaz de quebrar a nefasta polarização bolsonarismo x lulopetismo que tanto prejudica o Brasil!

quarta-feira, 30 de junho de 2021

A falácia de que Haddad foi derrotado pelos votos nulos e brancos

 Até hoje alguns eleitores de Haddad repetem a falácia de que foram os votos nulos e brancos que o levaram à derrota. Este texto destina-se aos que, de boa fé, até hoje acreditaram nisso.

Mas as pessoas que tenham se detido sobre os números da votação no 2º turno das eleições presidenciais de 2018 sabem que isso não é verdade. Abaixo, o quadro com as apurações oficiais divulgadas pelo TSE:


Do quadro, vê-se que a diferença da votação de Bolsonaro e de Haddad foi de 10.756.941 (57.797.847 - 47.040.906) votos.

Do quadro, também, observa-se que o total de votos nulos e brancos foi de 11.094.698 votos.

Pessoalmente, desconheço qualquer pesquisa posterior à eleição que pudesse identificar, dentre os que votaram nulo ou branco, qual o percentual desses eleitores que consideravam Haddad o candidato “menos pior”, e que, portanto, poderiam ter votado nele. De resto desenhar uma pesquisa deste tipo é, no mínimo, de quase impossível formatação, por ser quase impossível identificar quem votou nulo ou branco com o voto secreto.

Não se podendo obter esse percentual, a melhor hipótese é a de que desses eleitores 50% julgavam Haddad o menos pior e que 50% julgavam a Bolsonaro o menos pior. Portanto, Haddad, se todos os que o consideravam o menos pior votassem nele, ele receberia, além dos votos que recebeu, mais 50% de 11.094.698, ou seja, 5.547.349. Estes votos, evidentemente, não seriam suficientes para lhe dar a vitória!

Mas, talvez, essa análise não seja suficiente para convencer aos que até agora acreditaram nessa falácia. Consideremos, então, que 90% dos votos nulos e brancos tivessem sido dados a Haddad; ou seja, 90% de 11.094.698, o que resultaria em 9.985.228 votos. Mas ele precisaria de pelo menos mais 10.756.941 para pelo menos empatar com Bolsonaro!

Não me é prazeroso destruir ilusões. Mas defendo que somente derrotaremos o obscurantismo bolsonarista com os fatos e sem obscurantismos ou negacionismos de qualquer outra natureza.

Sei que apesar dessa prova muitos ainda continuarão a repetir essa falácia. Mas aqui o caso já será outro, os de construtores conscientes de narrativas falaciosas, que chamamos de FakeNews. A estes eu combato e convido todos a combatê-los!

terça-feira, 29 de junho de 2021

Você votaria em Lula? Não e Sim, mais não do que sim!

Precisamos nos dar, em 2022, a oportunidade de uma renovação histórica na política.

Devemos trabalhar com a premissa, e a esperança, de que caminharemos para eleições democráticas como as tivemos desde a promulgação da Constituição de 1988. E de que haverá a continuidade de um dos fundamentos garantidores da idoneidade desse processo, que são as urnas eletrônicas, com apuração eletrônica, sem voto impresso.

Mas não podemos mais ficar adiando a construção de um Brasil mais justo, mais próspero e mais democrático. Nos últimos anos temos até andado para trás. Precisamos votar para superar e romper com a nefasta polarização bolsonarismo x lulopetismo, pois isso corresponde a uma necessidade histórica.

A bandeira da ética, da luta contra a corrupção e para acabar com a impunidade, por seu caráter democrático, voltará a ter em 2022 a mesma importância que teve em 2018. E se o capitão cloroquina for afastado o será por esta mesma razão!

Lula, e o PT, já a tinha perdido em 2018. Bolsonaro a perdeu para 2022.


Por isso, permitam-me passar para a primeira pessoa, para declarar que, na eleição presidencial de 2022, Lula é a minha última opção para nos livrarmos de Bolsonaro.

Os adeptos de Lula usam as pesquisas eleitorais de hoje para tentar provar não existir outra alternativa a Bolsonaro; mas isso não me demoverá, embora, devo reconhecê-lo, elas devam ser levadas a sério e, também, que elas impressionaram a muitos temerosos de que o destino do país seja consequência de manobras eleitorais espertas dos poderosos. Mas não devemos fazer negócio eleitoral com a história, até porque ela gosta de nos surpreender.

Muita água ainda vai rolar até as eleições de 2022, pois o quadro político está mudando rapidamente. Não podemos saber, ainda, neste momento, se Bolsonaro chegará ao 2º turno, ou, mesmo, se será afastado antes e não disputará a eleição. E, mesmo, precisamos ficar atentos de que os polos, como tática, desdenham da possibilidade de que um candidato da 3ª Via possa surgir forte e competitivo a qualquer instante!

Tudo devemos fazer, nos limites éticos impostos aos cidadãos, para levar um candidato do campo democrático ao 2º turno. E saber que, se ele lá estiver, provavelmente será o próximo presidente da república, não importa quem enfrente, seja ele Lula ou Bolsonaro.

Mas se me perguntarem, você votaria em Lula? Respondo com toda a clareza: no primeiro turno não votarei em Lula.

E, no 2º turno, você votaria? Respondo que esta hipótese somente será examinada se Lula lá estiver com Bolsonaro, o que já consideraria uma tragédia histórica. 

Sendo mais preciso, somente se o meu voto e o de tantos outros que pensem como eu, vier a ser imprescindível para a derrota de Bolsonaro. Dou apenas uma razão: Lula jamais atentou contra a democracia, enquanto o sonho azul do capitão é governar ditatorialmente.

E se me perguntarem se eu poderia, nestas circunstâncias - de Lula e Bolsonaro no 2º turno -, ainda assim não votar em Lula? Respondo que eu gostaria de não votar, e que espero não precisar votar.

E não votarei em duas circunstâncias: 1. Se Lula não precisar do meu voto para vencer; 2. Se ele não precisar do meu voto para perder. Para que fique mais claro, se eu estiver convencido que o meu voto, junto com o de todos os que provavelmente votariam nulo ou branco, não modificarão a sua condição de ganhador ou de perdedor (naturalmente, observadas as previsões apresentadas pelos institutos de pesquisa às vésperas da votação), eu, repito, não votarei em Lula. Este foi o caso da eleição de 2018 (*). Nem Bolsonaro precisou dos votos nulos ou brancos para ganhar, nem Haddad precisou deles para perder. Observo que não faço campanha por voto nulo ou branco, mas, nestas circunstâncias, e somente nestas, esse voto me deixaria mais em paz com a minha própria consciência.

Penso em eleições presidenciais como momentos históricos definidores dos rumos do país, afetando a vida de todos os brasileiros. Não podemos, nem devemos, nos envolver em eleições como se apostássemos no mais provável vencedor! Assim age o “Centrão”, que neste momento já discute se abandona ou não o capitão. Mas esse tipo de jogo é prejudicial ao país! Quem o praticou foi o lulopetismo enquanto foi governo, e agora o bolsonarismo; e isto fica ainda mais nítido neste momento em que o capitão já está afundando.

E pior, se praticarmos esse jogo, seremos, mais uma vez, derrotados antes de iniciarmos o jogo que importa, o histórico, que mais uma vez será jogado em 2022.


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Até hoje alguns eleitores de Haddad repetem a falácia de que foram os votos nulos e brancos que o levaram à derrota. Este texto destina-se aos que, de boa fé, até hoje acreditaram nisso.

Mas as pessoas que tenham se detido sobre os números da votação no 2º turno das eleições presidenciais de 2018 sabem que isso não é verdade. Abaixo, o quadro com as apurações oficiais divulgadas pelo TSE:


Do quadro, vê-se que a diferença da votação de Bolsonaro e de Haddad foi de 10.756.941 (57.797.847 - 47.040.906) votos.

Do quadro, também, observa-se que o total de votos nulos e brancos foi de 11.094.698 votos.

Pessoalmente, desconheço qualquer pesquisa posterior à eleição que pudesse identificar, dentre os que votaram nulo ou branco, qual o percentual desses eleitores que consideravam Haddad o candidato “menos pior”, e que, portanto, poderiam ter votado nele. De resto desenhar uma pesquisa deste tipo é, no mínimo, de quase impossível formatação, por ser quase impossível identificar quem votou nulo ou branco com o voto secreto.

Não se podendo obter esse percentual, a melhor hipótese é a de que desses eleitores 50% julgavam Haddad o menos pior e que 50% julgavam a Bolsonaro o menos pior. Portanto, Haddad, se todos os que o consideravam o menos pior votassem nele, ele receberia, além dos votos que recebeu, mais 50% de 11.094.698, ou seja, 5.547.349. Estes votos, evidentemente, não seriam suficientes para lhe dar a vitória!

Mas, talvez, essa análise não seja suficiente para convencer aos que até agora acreditaram nessa falácia. Consideremos, então, que 90% dos votos nulos e brancos tivessem sido dados a Haddad; ou seja, 90% de 11.094.698, o que resultaria em 9.985.228 votos. Mas ele precisaria de pelo menos mais 10.756.941 para pelo menos empatar com Bolsonaro!

Não me é prazeroso destruir ilusões. Mas defendo que somente derrotaremos o obscurantismo bolsonarista com os fatos e sem obscurantismo ou negacionismo de qualquer natureza.

Sei que apesar dessa prova muitos ainda continuarão a repetir essa falácia. Mas aqui o caso já será outro, os de construtores conscientes de narrativas falaciosas, que chamamos de FakeNews. A estes eu combato e convido todos a combatê-los!