segunda-feira, 1 de março de 2021

Um ano depois, a dúvida é sobre nós

Por Míriam Leitão

O Globo, 28/02/2021 • 04:30


Não cabe mais perguntar que governo é este. A resposta está dada. O Brasil chega ao seu pior número diário de vidas perdidas, em um ano de pandemia, com o colapso se espalhando pelos estados, e o presidente Bolsonaro dizendo que a máscara é que é o risco. O que cabe agora é tentar saber que país é este. Quem somos nós? De que matéria somos feitos? O futuro perguntará aos contemporâneos dessa tragédia o que fizemos. Enquanto os brasileiros morriam, o inimigo avançava impiedosamente e o governo era sócio da morte.



No dia das 1.582 vidas perdidas, ou da queda de cinco Boeings, como comparou o cientista Miguel Nicolelis, qual era a cena no Brasil? A Câmara dedicava horas seguidas à emenda que protege os parlamentares dos crimes que vierem a cometer. O Senado debatia a retirada do financiamento da Saúde e da Educação. Por serem pontos tão absurdos, as duas Casas ensaiaram recuos. E o presidente da República? Ele, como fez todos os dias desse último ano, na sua macabra mesmice, atirou contra a saúde dos brasileiros. Desta vez, dizendo que uma universidade alemã tem um estudo que prova um tal risco do uso de máscaras em crianças. Sempre assim, negando as provas da ciência, falando de algum suposto remédio. Sempre mentindo, o presidente do Brasil.


Bolsonaro nós sabemos quem é. Ele quer que haja armas e munições, quando precisamos de leitos e vacinas. Ele exibe desprezo pela vida, quando precisamos de empatia e conforto diante desse luto vasto e irremediável. O luto dos enterros sem flores, sem abraços, sem consolo. Contamos nossos mortos numa rotina fúnebre e interminável. O presidente conta as armas com as quais os seus seguidores vão nos ameaçar se eventualmente reagirmos.


Quem somos nós? O futuro nos perguntará e é preciso que o país saiba que terá que responder que, mais uma vez, fomos o povo que tolerou o intolerável. Como na escravidão, no genocídio dos índios, na ditadura, na desigualdade temos aceitado a afronta, a vilania, a infâmia. Castro Alves pode fazer de novo a pergunta: que bandeira é esta?


Essa é a nossa contemporaneidade. Lembra os nossos piores passados. É tão longo o suplício que perdemos as palavras. Não há palavras fortes o suficiente para definir o que vivemos. O presidente comete crimes diariamente. A cada crime sem punição ele se fortalece, porque sabe que pode avançar um pouco mais. Como o vírus que domina o corpo fraco. A cada dia fica mais difícil contê-lo.


De outros países, nos olham com espanto e desprezo. Nenhum povo suportaria tal opróbrio. Eles sabem o que temos feito aqui e o que temos aceitado. E não entendem. Caminhamos para o risco de colapso nacional, de falência múltipla dos órgãos de saúde do país. Só agora, alguns estados falam em lockdown. Antes, havia no máximo uma restrição de circulação à noite, como se o vírus fosse noturno e dormisse de dia. Vários países começam a comemorar queda dos contágios, internações e mortes. Comprovam vantagens do distanciamento social, das vacinas e do uso de equipamentos de proteção. O presidente diariamente passeia, diletante, pelo país, com seu séquito de homens brancos sem máscaras, com os quais exerce o poder, oferecendo-lhes migalhas do seu mandonismo. São os invertebrados de Bolsonaro.


O médico Ricardo Cruz escreveu para Denise, sua mulher, “prepare-se para o pior”. O pior chegou para a sua família e para o país. Ricardo Cruz era amado por seus colegas e pacientes. Organizou um centro de reflexão sobre as angústias que vivemos neste século e o batizou de “humanidades”. O último recado digitado por ele, mostrado por este jornal em brilhante reportagem, é um alerta vivo. Estamos no pior momento. Despreparados.


O presidente da República mente diariamente e as mentiras estão nos matando. Bolsonaro não se interessa por pessoas, mas por perfis das redes, inúmeros deles falsos. Em colunas passadas, fiz a lista dos crimes cometidos por Bolsonaro e apontei artigos e incisos das leis que ele afrontou. Mas isso o país já sabe. Alguém sempre diz que não existem as condições políticas para um impeachment. E os milhares de mortos que enterramos? Quantos deles teriam sido poupados se fosse outro o governo do Brasil? Não cabe mais perguntar que presidente é este. O país não pode alegar desconhecimento.


Cabe fazer uma pergunta mais dura. Quem somos nós?

sábado, 27 de fevereiro de 2021

Vacinação em massa: o melhor investimento social

Não precisamos ir muito longe para perceber a grave recessão econômica em que estamos. Em nosso bairro, próximo à nossa residência, basta contar as lojas fechadas. Quantas ressurgirão, em quanto tempo, após a pandemia?

Enquanto não houver imunização em massa da população por meio da vacinação, as aglomerações necessárias à vida normal, ao trabalho, ao lazer, ao estudo, etc., provocarão novas contaminações e mortes, e atrasarão a retomada da economia.


Sem a vacinação, ou no ritmo lento em que está ocorrendo, inevitavelmente estão aumentando o número de casos e de óbitos, o que está levando, como agora, à necessidade de medidas drásticas para impedir o contágio.

A única saída, drástica, como consequência dos crimes de negacionismo diante da pandemia, ou de irresponsável imprevidência, que estão sendo cometidos pelo capitão cloroquina, só nos resta uma alternativa para interromper o contágio: promover um novo e severo “lockdown”, que, por sua vez, joga a economia ainda mais para baixo.

O chefe de Estado que não assume medidas eficazes para combater a epidemia, ou, pior, que a nega, que promove aglomerações, e exerce influência negativa, produz o efeito de aumentar o número de casos e de óbitos; e isto significa cometer crime de responsabilidade.

Estamos cansados dos efeitos Trump e Bolsonaro, que levaram os EUA e o Brasil às não honrosas posições de serem os 1º e 2º colocados em número de casos e de óbitos pelo coronavírus no planeta. Queremos, agora, imediatamente, o efeito Biden que, com medidas responsáveis, já levou as curvas de casos de contágio e de óbitos para patamares decrescentes!

Dito de outra forma, não existe investimento social mais rentável em termos econômicos do que investir em vacinas. Por um lado, é a única forma de interromper a paralização da economia; por outro, não investir é um barato que sai muito caro; quando, ao final, com atraso, esse investimento inevitável for feito já custará mais em termos de $, sem contar o incomensurável custo em vidas perdidas de jovens e de idosos.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Precisamos unir o campo democrático!

Precisamos unir o campo democrático para derrotar o capitão cloroquina em 2022.

Por que isso é essencial? Porque é necessário partir da ideia de que devamos ter um projeto para tirar o país da crise. Um projeto democrático, a serviço dos brasileiros e do Brasil.


Logo, esse projeto não pode ser, apenas, isoladamente, o do interesse de um dos seguintes atores no processo político, embora seja imprescindível que seja, em conjunto, o de todos eles:

1. O dos partidos, nomeadamente os maiores: o PT, o PSDB, ou o DEM, os que, mais notoriamente, têm projeto de poder;

2. O dos partidos menos vocacionados, neste contexto histórico, para o poder, como o MDB, o PDT, o PSB, o Cidadania, a Rede, o PSOL, o PCdoB, o Podemos, o Novo, etc.;

3. O das candidaturas postas, o Haddad, o Ciro, o Dória, o Huck, o Mandetta, etc.; a presença de Moro como candidato não me parece provável, por sua trajetória e perfil, e porque ele, pessoalmente, jamais revelou ter este projeto, embora, enquanto personalidade, faça parte do campo democrático e muito tenha a colaborar para fortalecê-lo.

Parte-se da hipótese de que não devamos abandonar a estratégia de unir o campo democrático, por não sabermos ainda como fazê-lo, para derrotar o capitão no 2º turno, levando-o a concorrer com um candidato do campo democrático. 

Neste delineamento, a mais provável hipótese de reeleição do capitão será uma disputa com o PT; na verdade, este delineamento trágico, que repetirá 2018, será uma disputa entre rejeições.

Por isso, toda a sabedoria do campo democrático para aumentar sua chance de vitória em 2022, é preciso dizê-lo, mesmo enfrentando as inevitáveis reações e suscetibilidades, é de que devemos conseguir articular um 2º turno sem PT; e na melhor hipótese, ainda, embora menos provável, sem o capitão cloroquina.

E é necessário que se antecipe, claramente, que este delineamento deve ser buscado sem deixar dúvida que o PT, enquanto partido, pertence ao campo democrático. Embora, ao mesmo tempo, não signifique adesão ao movimento pela anulação das condenações de Lula, pois isto significaria um achincalhamento da justiça brasileira.

Portanto, a busca dessa solução não significa uma discriminação a qualquer partido ou personalidade candidatável do campo democrático, mas porque estamos buscando uma solução para o Brasil.


De Carlos Alberto Torres

domingo, 21 de fevereiro de 2021

O teatro do “centrão"

Há uma questão que permanece para ser desvendada neste episódio envolvendo o vômito antidemocrático do deputado Daniel Silveira.

Trata-se do grau em que o ritual democrático ou o apreço à Constituição foi realmente respeitado, e preponderou enquanto compromisso fundamental.


O deputado troglodita de extrema-direita extrapolou, a ponto do capitão cloroquina ter ficado calado, e sequer o defendeu, mesmo o deputado tendo expressado a fina flor dos valores que vêm sendo professados pelo clã Bolsonaro prodigamente em múltiplos atos e declarações.

O STF reagiu com incomum coragem, contundência e unidade contra o deputado do baixíssimo clero. A Câmara ratificou a prisão por surpreendentes 364 votos. Não defendeu o seu par, como tem sido o seu comportamento “default”.

Cabe perguntar: o que virá a seguir fará o deputado perder o seu mandato? Pouco provável!

O que aconteceu demarca uma clara demonstração de compromisso do “centrão”com as instituições da democracia? Alguns, mais crédulos, ousam dizer que sim! Perdoem-me, mantenho o meu ceticismo. Tendo a achar que estivemos diante de um teatro, mas de péssima qualidade.

Mas, vejam, esta é a minha humilde opinião. Respeito quem esteja saudando o evento como um fato positivo no qual o “bolsonarismo de raiz” foi derrotado. E em que o “centrão” ganhou uma dimensão política positiva e autonomia com relação ao capitão cloroquina, que estaria, agora, na defensiva e isolado no seu castelo.

Que posso dizer, então? Que bom seria se isso fosse verdade! Mas acho muito cedo para essa conclusão. Naturalmente, se o meu ceticismo for descabido, darei, adiante, o braço a torcer!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

O pesadelo do capitão cloroquina

Vamos falar com objetividade para fugir das ilusões. O que o capitão cloroquina mais teme são as eleições de 2022.

Não aceitará, como discípulo de Trump, a derrota no 2º turno das eleições:
  1. Nem a mais provável, caso enfrente um candidato do campo democrático no 2º turno;
  2. Nem a menos provável, do campo lulopetista, caso enfrente Lula, Haddad, ou qualquer outra candidatura de um partido anexo ao PT.
Simplesmente, não aceitará a derrota, em qualquer circunstância, e tentará virar a mesa, dando expressão à sua vocação totalitária.

De sua concepção de mundo e da política, já disse: “quem decide se viveremos ou não em uma democracia são as forças armadas”.

E já se acautela para tentar mante-las prisioneiras de seus desígnios. Se é que isso seja possível - considero pouco provável -, já faz movimentos para isolar e excluir o Gal Mourão dos círculos mais internos e centrais de poder; simplesmente, o seu Vice passou a assusta-lo, pois o seu brilho intelectual, visão independente e luz própria lhe permite perceber as relações políticas na democracia em sua complexidade.


Na ordem de seu pensamento, e de seus pesadelos, tem atuado para afastar os possíveis concorrentes, e, provavelmente, agora que afastou o risco do impeachment, não cumprirá o acordo que fez com os rabos presos de facilitar, com o auxílio do PGR e de juizes do STF, a anulação das condenações na Lava-Jato; até mesmo porque isso significará alimentar a candidatura concorrente do Lula, um risco a mais que não faz parte de sua lógica correr. Se tiver que concorrer novamente com o PT, prefere enfrentar o Haddad, a quem já derrotou.

Não lhe será difícil fazer esta inversão de rumos; e o “centrão” o apoiará! Por isso, se o PGR, o Gilmar Mendes, o Lewandowiski, o Dias Toffoli, ou mesmo o “seu” Kassio, se insistirem na anulação das condenações de Lula, provavelmente entrarão na linha de tiro do capitão.

Estes são delineamentos possíveis, que julgo prováveis, dos próximos movimentos do capitão. Mostra um padrão de descompromisso com a democracia e com o cumprimento de qualquer acordo, mesmo os menos sérios com os seus aliados de ocasião - como o que tem com o PT para liquidar com a Lava-Jato.

O seu comportamento obedece a um padrão, o de sua desqualificação moral e mental para o cargo, de seus crimes no enfrentamento da pandemia, e dos crimes ambientais.

Dificilmente chegará em 2022 como um candidato competitivo. E, se não respeitar as instituições democráticas, não está descartada a possibilidade de seu afastamento antes do fim do seu mandato.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

O prestígio e resiliência de Moro

A pesquisa XP/IPESPE publicada em 8/02/21 mostra o incrível divórcio dos políticos e do sistema partidário com a realidade. Pior, com a sociedade.

Ela demonstra, não necessariamente que Moro virá a ser um candidato em 2022, mas o seu imenso prestígio e resiliência, pois, sem ser político e sem ser filiado a qualquer partido, figura como o único que derrotaria o capitão cloroquina no 2º turno das eleições.


Entretanto, qual o plano desse sistema político atrasado e conservador?
  1. Liquidar com a Lava-Jato;
  2. Anular as condenações prolatadas por Moro, com dois objetivos, restaurar plenamente os direitos políticos dos já condenados e revogar a lei da ficha-limpa;
  3. E, principalmente, inviabilizar que haja candidato, em 2022, que assuma a bandeira da luta contra a corrupção.
Este último ponto, o três, como revela a pesquisa, é estratégico, pois a sociedade continua apoiando o combate à corrupção ao dar a vitória a Moro na pesquisa. Exatamente por isso, se conseguirem impedir que haja candidato que defenda com credibilidade essa bandeira, nem Bolsonaro, nem Lula e nem qualquer outro ficha suja terão suas candidaturas confrontadas ou julgadas sob esse critério! Ou seja, o eleitor não terá alternativa senão escolher, por outros critérios, o menos pior!

Dirão alguns com razão: mas essa pesquisa não é para valer, até mesmo porque Moro sequer é candidato! Mas não podemos fechar os olhos ao que ela nos diz! Ela nos diz, mesmo Moro não tendo o perfil e a trajetória de um político, que a sociedade continua valorizando o que ele representa, ou seja, o necessário e indispensável combate à corrupção para que o país possa sair da crise e progredir!

Os políticos, majoritariamente, adotaram a ideologia do antilavajatismo como estratégia para liquidar com a Lava-Jato. Estão acumulando vitórias no seu intento, particularmente depois que o presidente da república assumiu a liderança inconteste da “santa aliança” antilavajatista. E, mesmo, até para impedir que Moro possa concorrer, já discutem, desavergonhadamente, uma “lei-anti-candidatura-do-Moro”.

E os fatos não podem ser escondidos: quando, recentemente, Huck encontrou-se com Moro para conversar, e isto veio à público, recebeu de Rodrigo Maia, um antilavajatista da linha de frente, a advertência pública de que poderia ser descartado como possível candidato! A parte triste do evento foi Huck ter baixado a cabeça e feito, em seguida, uma mea culpa pública!

É sobre isso que devemos conversar. Se, na Câmara e no Senado, a maioria parlamentar se une para dar sobrevida ao capitão cloroquina, precisamos estar atentos ao que sente e pensa a sociedade e os eleitores, para não errarmos, mais uma vez, tragicamente! 

Carlos Alberto Torres

domingo, 7 de fevereiro de 2021

O ANTILAVAJATISMO: UMA NOVA FORÇA SOCIAL E POLÍTICA?

O “Antilavajatismo” tornou-se um fenômeno importante, há que reconhecê-lo. Ele explica, pelo menos em parte, a aliança que conquistou as presidências da Câmara e do Senado. Formaram maiorias que deram sobrevida ao capitão cloroquina.

Teremos tempo, até 2022, para reconstruir um campo democrático suficientemente forte para derrotá-lo?

Mas este fenômeno, do antilavajatismo, que tornou-se ideologia majoritária entre os parlamentares, não está apenas lá. Está, também, na sociedade, embora disseminado apenas de forma marginal dentre os intelectuais orgânicos próximos às denominações partidárias, mormente as que mais foram atingidas pela Lava-Jato. Tornou-se parte do discurso unificador de correntes que vão da esquerda à direita. Nós o encontramos, p.ex., no PT e, também, no DEM. E, obviamente, nos partidos do chamado “centrão”.


Os que incorporaram em seu vocabulário conceitual a luta política contra o “lavajatismo” são “antilavajatistas” por livre escolha; nada podemos fazer quanto a isso, pois são escolhas consciente e livremente assumidas.

Mas estão errados, pois estão articulando o discurso reacionário e conservador que protege a corrupção e os corruptos, realimenta a corrupção e estimula a campanha pela anulação das condenações da Lava-Jato. Pior, reforça a candidatura do capitão, que tornou-se no líder maior inconteste do antilavajatismo, para liquidar com a Lava-Jato!

A consequência mais trágica do movimento antilavajatista é deixar de reconhecer o caráter democrático, civilizacional e progressista do combate à corrupção e da luta para promover as reformas juridico-legais necessárias historicamente para aperfeiçoar o sistema político. Com isso, tentam jogar para debaixo do tapete a maior revelação da Lava-Jato: que, da lógica do nosso sistema político, a maioria dos mandatos parlamentares e a conquista e manutenção do poder político são sustentados pela corrupção e pelo assalto ao Estado.

Sim, pode ser difícil mudar isso, mas, em 2022, o candidato do campo democrático que queira, honestamente, ser eleito, e colocar-se no sentido das reformas historicamente necessárias para tirar o Brasil da crise, terá que ter posicionamento claro sobre esta questão estratégica.

E terá que fazer isto, pois, se o antilavajatismo converteu-se em ideologia unificadora dos poderosos, para não pagarem por seus crimes, ela não o é da sociedade, nem dos eleitores, que continuam compreendendo e apoiando o papel positivo e histórico representado pela Lava-Jato para combater a corrupção. Espero que o candidato do campo democrático que decida assumir a bandeira do combate à corrupção não precise fazê-lo sobre o cadáver ainda quente da Lava-Jato, ou do de Moro!

Carlos Alberto Torres