domingo, 4 de outubro de 2015

A contribuição da Justiça e da Operação Lava Jato para a DemocraciaBrasileira

Carlos Alberto Torres
Decisões Interativas – 04/10/2015
Teria deixado de ser a situação da economia o fator determinante para explicar e analisar os acontecimentos na política? Afinal, esta é uma longa e respeitada tradição metodológica tanto do pensamento liberal quanto do marxista!
Entretanto, como testemunhamos nos debates nas redes sociais, com claras consequências nas ruas, jamais na história o protagonismo espontâneo dos indivíduos foi tão relevante! Entrou em cena o indivíduo-cidadão, na sua complexidade, subjetividade, diversidade, diferenças de comportamento e dignidade. Os indivíduos, antes dissolvidos em agregados abstratos, como "mercados" e "classes", agora podem ser percebidos de forma concreta por suas faces, nomes e perfis!
Na conjuntura atual, estejamos nós ainda prisioneiros, ou não, desses referenciais teóricos, não podemos deixar de reconhecer a importância da Operação Lava Jato nos acontecimentos políticos. E este vetor vem da ação das instituições jurídicas, e não da economia, respondendo aos clamores, nas redes e nas ruas, de uma nova militância!
Exatamente por isso, esse vetor disputa um papel de centralidade para o avanço da democracia brasileira, criando a oportunidade de acabar com a impunidade dos crimes de colarinho branco.
Ou seja, valores éticos e morais, que afetam os comportamentos individuais, o repudio à corrupção, o respeito à diversidade de gênero e de orientação sexual, e as questões racial, étnica, de nacionalidades, humanitárias, ambiental, etc., levaram os cidadãos à ação, e tornaram-se vetores fundamentais; por isso, tornaram-se candidatos, junto com a economia, a serem fatores determinantes, por vezes os mais importantes, dos acontecimentos na política.
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Impeachment ou Lava Jato?
Nada como o andar da carruagem para que os brasileiros se deem conta de que o impeachment de Dilma, e a sua substituição por Temer daria, imediatamente, mais poder, não apenas ao PMDB, mas, sobretudo, a Eduardo Cunha e a Renan Calheiros, dois denunciados na Lava Jato. Isto não atenderia ao clamor ético da sociedade!
Um processo de impeachment não pode ser conduzido ao sabor das circunstâncias, apenas para aplacar o cansaço de largos setores da sociedade brasileira com 13 anos de gestões petistas. Ele só se justificará se todas as suas premissas jurídicas estiverem preenchidas, caso contrário ele trará o risco de uma crise ainda maior, política, econômica e ética!
Estratégia mais efetiva é que todos os democratas, de qualquer matiz político, se unam em torno da bandeira de "Toda força à Operação Lava Jato!", para que ela alcance os seus objetivos, doa a quem doer. Os seus resultados são suficientes para lhe dar credibilidade, pois nunca antes neste país tantos criminosos de colarinho branco foram identificados, denunciados, presos, julgados e condenados. Por gravidade, chegaremos a todos os que devem ser julgados, punidos e expurgados da vida pública, e aperfeiçoaremos a legislação anticorrupção!
Com isso, não perderemos a oportunidade que a crise oferece para o avanço da democracia brasileira, a de acabar com a impunidade dos crimes de colarinho branco! Poderemos conseguir dessa crise algo mais importante?
Estaremos dispostos, como brasileiros e cidadãos, a dar esse passo? Estaremos dispostos a assumir essa radicalidade democrática e republicana?

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

A Reforma Ministerial

Quem manda? Já não se sabe!

O que, entretanto, já está claro, para todos, é que o objetivo central da reforma ministerial, sob nítida inspiração de Lula, e no seu mais puro estilo, é garantir os votos fisiológicos do PMDB para evitar a abertura do processo de impeachment! O interesse do Brasil, a necessidade de fechar o orçamento da união de forma responsável, a recuperação da economia e a defesa dos empregos, etc., tudo isso é secundário!

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Ulisses contra a Impunidade!

Do discurso de Ulisses Guimarães, há 27 anos, quando da promulgação da Constituição de 1988:

“A moral é o cerne da pátria.
A corrupção é o cupim da República.
República suja pela corrupção impune tomba nas mãos de demagogos, que, a pretexto de salvá-la, a tiranizam. Não roubar, não deixar roubar, pôr na cadeia quem roube, eis o primeiro mandamento da moral pública.”

domingo, 27 de setembro de 2015

Trocar seis por meia dúzia?

Nada como o andar dos acontecimentos para que os brasileiros se deem conta de que o impeachment de Dilma, e a sua substituição por Temer, inevitavelmente, e imediatamente, daria ainda mais poder, não apenas ao PMDB, mas, sobretudo, a Eduardo Cunha e a Renan Calheiros, dois denunciados na Lava Jato.


Trocar seis por meia dúzia não é solução para a crise! Isso poderia aplacar o cansaço de largos setores da sociedade brasileira após 13 anos de gestões petistas; mas, penso, trás o risco de uma crise ainda maior, política, econômica e ética!
Estratégia mais efetiva e segura é que todos os democratas, de qualquer matiz político, se unam em torno da bandeira de "Toda força à Operação Lava Jato!", para que ela alcance os seus objetivos, doa a quem doer. Por gravidade, chegaremos a todos os que devem ser julgados, punidos e expurgados da vida pública! E aperfeiçoaremos a legislação anticorrupção!
Sobretudo, não perderemos a grande oportunidade que a crise oferece para o avanço da democracia brasileira, a de acabar com a impunidade dos crimes de colarinho branco!
Pergunto: poderemos conseguir dessa crise algo que seja melhor, mais avançado e importante?

sábado, 26 de setembro de 2015

O "fatiamento"!

Em que pese exista um justo clamor de preocupação e de indignação pública de que se esteja tentando transformar as apurações da Lava Jato em pizza, com o "fatiamento", é muito bom não esquecer que o STF é uma instituição da democracia brasileira.

E, muitos ministros o honram e o honraram! Surpreendeu-me ter encontrado até uma fugaz campanha pela sua extinção (certamente postada por algum aloprado!) Mas, isso foi, nada mais, do que uma tentativa de lançar uma cortina de fumaça sobre a crise, em nome de objetivos inconfessáveis!

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Teoria das Janelas Partidas

Penso que essa teoria muito nos fala sobre as consequências de sermos lenientes com as pichações de paredes pertencentes aos equipamentos públicos de uso comum.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

As 10 medidas contra a corrupção

O procurador da república Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Operação LavaJato, disse que os recursos desviados em esquemas de corrupção no Brasil tiram dos cofres públicos, por ano, algo em torno de R$ 200 bilhões.
Segundo ele, "...é um valor tão alto que com ele poderíamos triplicar os investimentos federais em saúde, educação e segurança." Apoiemos a campanha das "10 Medidas contra a Corrupção" por ele coordenada! (http://www.dezmedidas.mpf.mp.br/)