domingo, 30 de agosto de 2015

O estadista Mujica


Como teria sido bom que Lula também professasse essa filosofia!

Sua bela biografia não teria sido tisnada! Escolheu, deslumbrado, a companhia dos seus novos amigos ricos! E este caminho, pelo que já se sabe, parece ser sem volta!

O "grevismo revolucionário"

Compartilho essa carta, de professores eméritos da UFRJ, por concordar com o seu teor.

Duas razões me levam a fazê-lo: a primeira, porque estou convencido de que as greves de docentes e de servidores técnico-administrativos que grassam nas universidades federais deixaram de ser reivindicatórias, passaram a ser meramente políticas e estão prejudicando a educação e o Brasil, que está passando por uma grave crise; segundo, porque sinto imenso orgulho de ter feito minha graduação e pós-graduação na UFRJ, nos idos de 70, sendo filho de uma casa onde o corporativismo se esforça, agora, com praticas egoístas, equivocadas e irresponsáveis, em prejudicar a sua missão institucional!

Por último, e pelas mesmas razões, proponho que na UnB, onde militei academicamente por 40 anos, se encerre imediatamente a greve de servidores técnico-administrativos!

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Por qual objetivo lutar?

"Dividir para conquistar", uma metodologia frequentemente usada na arte militar, na política e na ciência, para resolver problemas complexos.



Mas, essa estratégia metodológica só costuma render bons frutos se se sabe qual o objetivo fundamental ou onde se quer chegar! Julgo existirem na conjuntura política três objetivos em disputa, que querem: (1) manter Dilma a qualquer custo; (2) derrubar Dilma a qualquer custo; (3) avançar a democracia brasileira, com base no Estado Democrático de Direito, dando fim à impunidade aos crimes de colarinho branco. Estou com o terceiro objetivo fundamental, por julgar ser esta a oportunidade maior colocada para a democracia brasileira! Exatamente por isso, a única linha de força capaz de unir os democratas é dar todo apoio à Operação Lava Jato, com a ajuda das ruas, e extrair todas as consequências dos fatos, evidências e provas que dela emanam! E, paradoxalmente, é exatamente isso que assusta tanto, e faz tremer, os que adotaram os objetivos (1) e (2)!

Dividir para Conquistar

"Dividir para conquistar", uma metodologia frequentemente usada na arte militar, na política e na ciência, para resolver problemas complexos. 

Mas, essa estratégia só costuma render bons frutos se se sabe qual o objetivo fundamental ou onde se quer chegar!

Julgo existirem na conjuntura política três objetivos em disputa, que querem: (1) manter Dilma a qualquer custo; (2) derrubar Dilma a qualquer custo; (3) avançar a democracia brasileira, com base no Estado Democrático de Direito, dando fim à impunidade aos crimes de colarinho branco. Esta divisão das estratégias políticas colocadas ao país me parece trazer mais clareza!

Estou com o terceiro objetivo fundamental, por julgar ser esta a oportunidade maior colocada para a democracia brasileira! Exatamente por isso, a única linha de força capaz de unir os democratas é dar todo apoio à Operação Lava Jato, com a ajuda das ruas, e extrair todas as consequências dos fatos, evidências e provas que dela emanam!


E, paradoxalmente, é exatamente esse terceiro objetivo que assusta tanto, e faz tremer, os que adotaram os objetivos (1) e (2)!

sábado, 22 de agosto de 2015

Anotações sobre a aspiração por ética na política

1. Quando o PT surgiu no cenário da política brasileira como alternativa de poder, em 2002, já ficara estabelecido, no imaginário do eleitor, por ação de sua militância, a ideia-força de que um governo por ele hegemonizado politicamente seria mais ético na gestão dos recursos públicos; a ética na política, portanto, teria tido um peso fundamental, enquanto valor, para a vitória de Lula. A esperança vencera o medo, pois esse projeto se transformara em uma poderosa força social e política.

2. Em seguida, fatos comprometedores da imagem ética do PT começaram a ocorrer. Já no primeiro governo Lula o mensalão veio a público em junho de 2005, levando à cassação de José Dirceu em dezembro do mesmo ano. Em 2006, Lula se reelegeu; mas, durante todo o seu segundo mandato novas investigações e fatos foram se acumulando sobre o mensalão. Apesar disso, fruto de seu prestígio, conseguiu, em 2010, eleger Dilma sua sucessora. O julgamento do mensalão no STF arrastou-se até novembro de 2013 terminando com a condenação de vários políticos, do PT e de outros partidos, bem como de diversos empresários operadores do esquema.

3. Um segundo capítulo da corrupção é a deflagração da Operação Lava Jato, em março de 2014, durante o primeiro governo Dilma. Ela começou apurando um esquema de desvio e lavagem de dinheiro na Petrobras. Vários ex-diretores da empresa foram presos, alguns fizeram acordo de delação premiada, e vários já estão devolvendo centenas de milhões de reais. De forma inédita, alguns dos maiores empresários brasileiros foram presos, outros já estão condenados, e outros tantos colaboram em delação premiada. José Dirceu, novamente, preso. Vaccari, o ex tesoureiro do PT, preso. Empreiteiras já estão fechando acordos para devolver quantias que chegam a 800 milhões de reais ganhos em contratos superfaturados! Agora, a Operação já estende-se para o setor elétrico, e não vai parar por aí! E, pela primeira vez na história da república, um presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, denunciado por crime de corrupção no próprio exercício da função!

4. Dilma, quando venceu as eleições de 2014, embora de forma apertada e dramática, recebeu, mais uma vez, o voto de esperança dos que apoiaram aquele projeto iniciado com Lula em 2002. Não é necessário detalhar o que ocorreu. Basta lembrar que os efeitos acumulados do mensalão, dos desdobramentos da Lava Jato, das mentiras da presidenta na campanha eleitoral, e da crise econômica, fizeram desabar a confiança na presidenta. Pior, fez romper-se, no imaginário de sua base social e política, a crença de que Lula, e o PT, continuassem sendo portadores daquela radicalidade ética, que fora o seu principal capital em 2002!


5. Chego, agora, à hipótese que quero propor. Os brasileiros, como em 2002, anseiam por ética na política, e querem renovar suas esperanças! Buscaram isso com o PT, mas, pouco a pouco, se decepcionaram. Por isso, os que foram espontaneamente às ruas em março, em abril e no dia 16/08, precisam ser bem entendidos! O que querem é viver em um país democrático e mais organizado, que valorize as pessoas pelo seu trabalho e esforço, e não por sua esperteza! Desejam um país mais tolerante e menos dividido! Por isso, não querem perder a oportunidade que a Operação Lava Jato, dirigida pelo juiz Sergio Moro, criou para avançar a democracia brasileira, a de acabar com a histórica impunidade aos crimes de colarinho branco!

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

As manifestações pró-Dilma de 20/08/15

Impressões sobre as manifestações de rua, de hoje, dia 20/08:
  1. suas principais palavras de ordem tiveram como objetivo defender o mandato de Dilma, e clamar em defesa da democracia e contra o golpe;
  2. o ajuste fiscal e a política econômica do governo foram objeto de severa crítica;
  3. pediu a cabeça de Eduardo Cunha e a sua prisão;
  4. não foi um ato contra a corrupção e não atribuiu crédito à Operação Lava Jato dirigida pelo juiz Sergio Moro;
  5. blindaram o Renan Calheiros, mas foram alvo de críticas o ministro Levy e os políticos do PSDB, particularmente Aécio Neves;
  6. as manifestações, em geral, ocorreram em todas as capitais; embora tendo à frente organizações de massa sindicais, movimentos sociais e partidos, mesmo nas maiores concentrações o número de participantes, foi várias vezes menor do que as do dia 16/08.
Devido à pequena capacidade de mobilização expontânea revelada, sendo apenas de militantes, ficou demonstrada de forma numérica, objetiva, e nas ruas, a perda de apoio do governo entre os seus próprios eleitores, como já revelavam as pesquisas; revelou, também, as suas contradições internas e divisões.

Isso não significa que se tenha fortalecido as chances de impeachment de Dilma, pois outras questões complexas atuam na definição da questão institucional.

Mas, a principal fragilidade evidenciada foi não compreenderem a oportunidade histórica que a Operação Lava Jato, dirigida pelo juiz Sergio Moro, criou para a democracia brasileira, de acabar com a impunidade aos crimes de colarinho branco!

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Na contra-mão da política (como é praticada)

Sinto-me, às vezes, como praticando a anti-política ao defender as operações da justiça contra a corrupção, pois, na tentativa de desmoraliza-las, se unem, numa verdadeira "santa" aliança tácita, alguns dos políticos mais poderosos da república, de quase todos os partidos, estejam eles no poder ou na oposição, à esquerda ou à direita!


É notório que os manifestantes nas ruas no dia 16/08 bradaram a consigna de "Fora Dilma". Mas, enquanto, por unanimidade, os manifestantes mostravam a sua confiança no juiz Sergio Moro, e pediam, também, a cabeça de Renan Calheiros e de Eduardo Cunha, os organizadores da manifestação na Avenida Paulista, nos carros de som, sequer citaram o nome de Eduardo Cunha (muito menos para critica-lo)!

Por outro lado, na manifestação governista do próximo dia 20/08, se tentará desmoralizar a Lava Jato, pois ela ameaça, e faz tremer, os (seus) nela implicados!

Parece existir, endemicamente, o culto ao "bom corrupto"! Não podemos aceitar isso!

A política deve e pode estar a serviço do bem comum! Podemos fazer avançar a democracia brasileira, acabando, doa a quem doer, com a impunidade aos crimes de colarinho branco! Isso é possível, não percamos essa oportunidade!